Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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A matéria de capa do jornal Valor Econômico hoje é assinada por Claudia Safatle, com base em “uma fonte” do governo. Safatle volta e meia apresenta artigos com base em fontes bem próximas do governo, sobre o que o governo pretende ou espera. São fontes tão próximas que sua coluna fica até parecendo meio chapa-branca.

Mas divago. O importante é o recado, digo, a informação fornecida pela fonte. Diz a matéria:

A presidente Dilma Rousseff pensa em repactuar a relação do seu governo com o setor privado, tanto junto aos empresários do mercado financeiro quanto a dirigentes do setor produtivo. Não tem, no momento, uma estratégia definida nem um nome para conduzir a tarefa. O perfil ideal para construir essa ponte seria o de alguém como o ex-ministro Antônio Palocci, mas não ele próprio.

O Palácio do Planalto avalia que cometeu dois erros de cálculo. Um foi imaginar que a queda de 525 pontos da taxa de juros entre agosto de 2011 e março deste ano – período em que a Selic saiu de 12,5% para 7,25% ao ano – implicaria em um enorme incentivo ao investimento privado. Outro foi abrir mão de mais de R$ 70 bilhões em receitas para conceder desonerações de tributos, comprometendo a meta fiscal, para colher um aumento do investimento que não veio.

“Foi uma ilusão do governo”, comentou uma fonte da presidência da República, explicando que ambas as medidas eram demandas que a presidente colheu junto aos próprios empresários nas reuniões que manteve com eles no ano passado.

Ao contrário do que pensava o governo, segundo essa mesma fonte, o que ocorreu foi uma queda do lucro financeiro das empresas, pela redução dos juros, e a recuperação de margem de lucro com a desoneração. Agora Dilma quer retomar, sob novas bases, a interlocução com o setor privado vislumbrando, também, um eventual segundo mandato.

É nisso que dá a presidente se reunir com 20 ou 30 empresários grandes e achar que isso significa “escutar o mercado”. Não! Isso é escutar 20 ou 30 grandes empresários, o que é totalmente diferente do mercado, pulverizado em milhões de agentes menores tomando decisões diariamente sobre seus negócios.

Claro que é positivo, se for verdade mesmo, que o governo se deu conta de seus erros. Marretar a taxa de juros para baixo foi um grave erro, apontado por mim e por vários economistas na época, enquanto a esquerda pulava de alegria com a presidente com coragem de enfrentar os banqueiros. As malditas leis econômicas não toleram desaforo populista.

Também é ótimo que o governo tenha, finalmente, compreendido que as desonerações pontuais que sacrificaram o superávit fiscal só serviram para beneficiar poucas empresas com lobby forte, e não a economia como um todo. Para tanto, seria preciso cortar gastos públicos e reduzir os impostos de forma isonômica, para todos os setores.

Diz a fonte de Claudia Safatle que o governo entendeu tudo isso, que já era apontado pelos liberais, e que pretende mudar, resgatar uma figura como Palocci para se aproximar novamente do “mercado”, dos empresários. Espero que faça isso mesmo, mas não pago para ver.

É como a velha história de Joãozinho, que depois de mentir para a mãe seis vezes, afirmando que havia um leão no quintal, finalmente é devorado pelo leão que aparece de verdade, pois a mãe não mais acredita nele.

O governo Dilma fez tanta lambança, mentiu tanto para o mercado, praticou tanta intervenção arbitrária, que para resgatar alguma confiança será preciso mais do que um recado por meio de uma coluna do Valor. Ou será que o governo ainda tem a ilusão de que é fácil assim enganar todo mundo?

http://veja.abril.com.br/blog/rodrigo-constantino/

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Comentário de petrúcio josé rodrigues em 11 outubro 2013 às 10:49

a mãe tipo daqueles  que vão as urnas, ja grande  parte, está  desiludida com o "jãozinho". 

quam sabe se desta vez ele vira  ALIMENTO PARA O LEÃO.

ESTAREI DE PÉ NA  ARQUIBANCADA, BATENDO PALMAS PELA  EFICIÊNCIA  DO LEÃO. 

Comentário de Romildo de Paula Leite em 11 outubro 2013 às 10:22

É como a velha história de Joãozinho, que depois de mentir para a mãe seis vezes, afirmando que havia um leão no quintal, finalmente é devorado pelo leão que aparece de verdade, pois a mãe não mais acredita nele.

Comentário de petrúcio josé rodrigues em 9 outubro 2013 às 10:34

TODO ELES COMPOEM A GRANDE  CORRENTE FILOSÓFICA DE TIRAR PROVEITO EM TUDO!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!   E ASSIM OS CABEÇAS VÃO SE BENEFICIANDO E MUITO!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Comentário de enio candido em 9 outubro 2013 às 10:11

os vinte grandes empresarios que o governo ouviu, são os mesmos que tem obras do pac, contratos com a petrobras, etc etc

Comentário de petrúcio josé rodrigues em 9 outubro 2013 às 5:51

A ILUSÃO POR VEZES É UMA DOENÇA CRÔNICA, QUE  COSTUMA CEGAR E TEM EFEITOS COLATERAIS.

FICO COM O QUE  SE FALA NO NORDESTE: "EM TERRA DE CEGO, QUE TEM UM OLHO É REI".

É POSSIVEL QUE O LULAPETISMO, USE  ESSA  FILOSOFIA.

Comentário de Romildo de Paula Leite em 8 outubro 2013 às 21:11

Ou será que o governo ainda tem a ilusão de que é fácil assim enganar todo mundo?

Comentário de petrúcio josé rodrigues em 8 outubro 2013 às 20:38

CARO ROMILDO,

NÃO HÁ NENHUMA NOVIDADE NESTES CASO.  EXISTE INCOMPETÊNCIA MESMO. 

EXISTE FALTA DE CONTROLES E  DE PLANEJAMENTO.

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