A indumentária gaúcha

[Tendere]

Uma das formas de se vestir mais representativas do Brasil e que, como as das baianas - que a gente já falou aqui - tem raízes no período colonial e é usada como traje cerimonial até hoje.

 

A região que agora é o Rio Grande do Sul foi habitada e colonizada por padres jesuítas que evangelizavam os índios. A imposição religiosa fez com que os nativos tivessem que se adaptar ao traje ocidental para não andarem desnudos. Os índios, antes da colonização, não teciam.

 

Um tecido retangular enrolado na cintura, conhecido como chiripá, e que ia até os joelhos, foi a solução do período, e que manteve-se na estética dessa indumentária até nossos dias. O chiripá foi adotado pelos primeiros peões no século XVI, junto à camisa sem botões, faixa na cintura e botas longas. Ponchos e palas, outras heranças dos índios "cobertos", também protegiam do frio. Os chapéus eram sempre necessários, amarrados embaixo do queixo por barbicacho. As mulheres usavam conjunto de saia e blusa simples, sem armação.

O chiripá primitivo se tornou, mais tarde, o chiripá farroupilha, amarrado entre as pernas e formando uma espécie de fralda. Já no século XIX, à época da Guerra do Paraguai, foram introduzidas as bombachas, calças de origem turca mas que faziam sentido na estética do homem gaúcho, com bottons amplos. De cós largo, abotoadas no tornozelo, e bolsos nas laterais. A camisa e o colete poderiam vir de influência europeia - foi o início da colonização alemã e, mais tarde, italiana -, mas a pala indígena continuava ali.

 

As mulheres receberam mais influência da indumentária europeia: o vestido de prenda é uma evolução simples dos séculos anteriores, de saia com armação, bombachinha até os joelhos por baixo, com mangas e sem decote, estampas micro e lenço ou fichu no pescoço.

Vivian Berto

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