Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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     Texto interessantissimo do Dr Filippo Pedrinola , trata dos inibidores de apetite assim como dos procedimentos cirurgicos. Muito esclarecedor.

A decisão da ANVISA de banir os remédios inibidores de apetite gerou muita polemica com o argumento que esses remédios causariam mais riscos do que benefícios.

Os remédios em questão são Sibutramina, Femproporex, Mazindol e Anfepramona (dietilpropiona) e sua suspensão foi recomendado à ANVISA pela Câmara Técnica de Medicamentos (CATEME) composta por um grupo de consultores da agencia.

É interessante notar que as pesquisas científicas nas quais se baseou a ANVISA são as mesmas que levaram a Associação Brasileira de Estudos sobre obesidade (ABESO) a redigir o consenso publicado em dezembro de 2010 sobre o uso adequado de tais drogas. A diferença é que as conclusões tiradas pelos médicos são diferentes, ou seja, o problema não está nos remédios, mas sim no abuso e na má prescrição dos mesmos. Anfepramona Femproporex e Mazindol estão no mercado brasileiro há mais de 30 anos e, sem elas, segundo os especialistas, os pacientes obesos ficariam sem opção de tratamento e acabariam recorrendo a cirurgias de redução do estomago ou ao popular “mercado negro” para obter a droga.

A fila de espera para conseguir se submeter a uma cirurgia de estomago no serviço publico gira em torno de 8 anos e boa parte dos pacientes pode vir a falecer antes que chegue sua vez.

O que motivou a ANVISA foi a analise do estudo SCOUT, produzido pelo próprio fabricante da sibutramina (ABBOTT) com cerca de 10mil pacientes obesos com mais de 55 anos. A maioria tinha histórico de doença cardíaca e, parte deles, diabetes, sendo que desde que o medicamento foi lançado no mercado já consta em sua bula que o remédio é contra-indicado para esse tipo de paciente. Na realidade, o estudo apenas comprovou as precauções e contra-indicações presentes na bula.

Respeitando a boa prática médica, os endocrinologistas sempre souberam que a sibutramina não deveria ser indicada para pacientes cardíacos, tanto que fez parte do consenso publicado em dezembro de 2010. São dois olhares diferentes para o mesmo problema, porem, quem trabalha diariamente com pacientes obesos sabe que é muito difícil conseguir convencer ou motivar esse paciente a simplesmente se alimentar de forma equilibrada e praticar físicos. Nos Estados Unidos, a anfepramona mantém registro, assim como a fentermina, droga similar ao femproporex.

Um levantamento feito pela ANVISA e divulgado no ano passado aponta que entre os maiores prescritores desses remédios estavam médicos do trabalho e da segurança do transito, o que causa bastante estranheza.

Todos os médicos sabem que qualquer medicação pode apresentar efeitos colaterais, como, por exemplo, antidepressivos, neurolépticos, ansiolíticos, antiinflamatórios, antibióticos, etc. No caso dos inibidores de apetite isso não é diferente.

Durante audiência publica promovida no dia 24 de fevereiro, a proposta da ANVISA foi veementemente contrariada por representantes de varias entidades de saúde, incluindo a sociedade brasileira de endocrinologia e metabologia, a ABESO e até mesmo a sociedade brasileira de cardiologia. A Anvisa, de forma consciente e acertada, admitiu que o assunto deverá ser debatido até que toas as duvidas sejam esclarecidas e eu espero, sinceramente, que as evidencias medicas e o bom senso prevaleçam e que a classe médica seja sempre incluída quando houver discussões sobre prescrição de medicamentos de qualquer natureza.

    Fonte:| http://sentirbem.uol.com.br/index.php?modulo=colunistas_mat&id_...

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