Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Algodão caro espreme fabricantes de roupas dos EUA

Fonte:|zwelangola.com|


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Foto: Algodão é carregado num caminhão na China, onde a demanda tem subido. (EPA)
Elizabeth Holmes e Rachel Dodes
The Wall Street Journal

A disparada dos preços do algodão deixou a indústria têxtil dos Estados Unidos na delicada situação de se ver forçada a tentar a sorte cobrando
mais por suas roupas mesmo diante de um fraco consumo interno.

Empresas como Hanesbrands Inc, Jones Group Inc. e VF Corp. anunciaram que vão
aumentar em até 10% os preços para as coleções do ano que vem. Quando a
cotação do algodão começou a subir, há um ano, os varejistas e
fabricantes americanos não sabiam quanto desse custo seria repassado, se
é que seria. Mas com o algodão de referência agora em alta de 80% desde
o início do ano, as confecções alegam que não têm mais escolha.

"O mundo mudou radicalmente", disse Richard A. Noll, diretor-presidente da
Hanesbrands. "Há uma compreensão clara de que os preços precisam subir
neste tipo de cenário."

O vestuário é apenas um dos vários setores industriais dos EUA encurralados entre a fraca demanda e a alta
do custo da matéria-prima. A alta da borracha mordeu os lucros do
terceiro trimestre da Goodyear Tire & Rubber Inc., que já
reajustou os preços três vezes desde dezembro. A fabricante de rótulos
adesivos e produtos para escritórios Avery Dennison Corp. reagiu à alta
da matéria-prima com três reajustes, além dos implementados no último
trimestre, disse o diretor financeiro Mitchell R. Butier numa
teleconferência.

A cotação do algodão tem sido impulsionada pela demanda dos países em desenvolvimento, especialmente China e Índia, em
que a expansão da renda está gerando consumo. A mãe natureza também tem
culpa no cartório, já que a oferta ficou limitada depois das enchentes
mortíferas no Paquistão e as fortes chuvas na China.

Os altos preços beneficiam os produtores brasileiros, apesar de eles se queixarem
de que os ganhos são reduzidos pela valorização do real. O Brasil é um
dos maiores exportadores de algodão do mundo. Ontem o real fechou a R$
1,6773 por dólar

Nos EUA, os reajustes representam uma mudança radical das tendências de preço do vestuário, em deflação há pelo menos
uma década, disse Emanuel Weintraub, consultor de varejo. As mudanças
também estão criando as condições para um "perigoso jogo de pôquer" com
os varejistas. Os fabricantes maiores, mais capitalizados, provavelmente
terão mais poder de barganha para persuadir os varejistas a repassar os
reajustes. "Algumas das firmas menores podem ser forçadas a fechar as
portas", disse Weintraub.

A Hanesbrands, dona das marcas Hanes, Champion e Playtex, afirmou que as varejistas que distribuem seus
produtos, como Wal-Mart Stores Inc., têm reagido bem à necessidade de
reajustar os preços. A Hanesbrands informou semana passada que suas
despesas com algodão este ano ficarão em US$ 1,52 por quilo, ante US$
1,21 ano passado. No quarto trimestre, elas subirão para US$ 1,74,
aumentando em US$ 26 milhões o gasto da empresa com esse fim.

Noll espera que a pressão sobre os preços do algodão continue aumentando,
por isso a empresa garantiu o preço até o terceiro trimestre do ano que
vem, três meses além do habitual. A Hanesbrands, que obtém a maior parte
de seu algodão da safra americana, vai pagar US$ 1,83 por quilo no
primeiro e segundo trimestres, em média US$ 1,94 no terceiro trimestre e
US$ 2,21 em setembro de 2011.

As empresas não podem simplesmente resolver o problema misturando fibras sintéticas. O preço do poliéster
também está subindo e já acumula alta de 20% a 25% este ano,
impulsionado pelo petróleo e a demanda. "É uma reação em cadeia", disse
Alper Ensari, executivo de contas da Toray International, importante
fabricante de fibras de poliéster.

A Hanesbrand informou que vai reajustar em média entre 3% e 4% o preço das entregas do segundo
trimestre de 2011. Muitos reajustes podem ser ainda maiores mas
concentrados em produtos básicos de algodão, disse Noll.

A Jones, que fabrica as marcas Jones New York, Anne Klein e Nine West, vai
reajustar os preços tanto de produtos básicos como os mais elaborados a
partir do ano que vem, para lidar com as pressões inflacionárias
crescentes, disse o diretor-presidente, Wes Card. Ele já tinha alertado
que os consumidores enfrentariam reajustes apenas nas roupas mais
elaboradas, em que as pessoas se incomodam menos com o preço.

Atento à confiança do consumidor, a Jones vai segurar os preços no importante
quarto trimestre, o da temporada de fim de ano, para não afastar
consumidores com o orçamento apertado.

Fonte: WSJ
(Colaborou Paul Vigna)




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