Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Fonte:|diariodecuiaba.com.br|

Com a divulgação da primeira estimativa da safra de milho e algodão, Mato Grosso avalia perdas para 2011

Os impactos da estiagem, que ainda traz transtornos à condução da nova safra mato-grossense de grãos e
fibras, receberam ontem os primeiros números que podem dimensionar o
que será a nova temporada. Com o atraso na finalização do cultivo da
soja, se espera uma redução na janela de plantio do milho e assim, recuo
de cerca de 9% sobre a safrinha, que no País, é a maior na segunda
safra do grão.


Ontem, o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) –
órgão vinculado à Federação da Agricultura e Pecuária do Estado (Famato)
– divulgou a primeira estimativa de safra para o milho e algodão e mais
uma da soja. Como destaca o superintendente do Imea, Otávio Celidônio,
por enquanto a nova temporada se mostra aquém do esperado em relação ao
milho e à soja, ambos perdendo espaço em função da forte estiagem.
Porém, há um fato positivo: as perspectivas ao algodão, que além de
aproveitar o bom momento do mercado, deverá ter área incrementada em
cerca de 27%, retornando as mesmas dimensões do que foi no ciclo 06/07 e
07/08.


Conforme Celidônio, a queda projetada para o milho safrinha ficou dentro
das expectativas que apontavam para um recuo entre 8% e 10%. Por ser
uma primeira estimativa de plantio, o superintendente aponta que os
números podem sofrer alterações, já que o que está sendo considerado até
o momento são os problemas decorrentes do atraso na semeadura. “Estão
previstos problemas durante a colheita da soja em função das chuvas e se
isso ocorrer a janela de plantio do milho ficará ainda mais estreita
podendo reduzir a área ou produção”.


Para se chegar às estimativas, o Imea percorreu nos últimos dias os
principais municípios produtores de Mato Grosso para mensurar se a área
ora coberta com soja terá ciclo finalizado a tempo para o cultivo do
milho. Janela de plantio, como dizem agrônomos, produtores e analistas, é
o melhor de cultivo de uma determinada cultura, período em que as
condições climáticas estão altamente favoráveis ao pleno desenvolvimento
das lavouras. No caso do milho a janela vai até o dia 20 de fevereiro.
Plantar depois disso é correr risco de perdas de produtividade. “Há quem
plante até março mesmo sabendo do risco. Até lá, fatores mercadológicos
dirão ao produtor se vale à pena, ou não, a ousadia do estresse
hídrico”.


MILHO – Pelos números do Imea a safrinha estará 9,3% menor em relação à
safra 09/10, mas, supera a temporada 08/09. A área coberta com o grão
deverá somar 1,76 milhão de hectares (ha). No ciclo passado foram
cultivados 1,94 milhão e na temporada anterior 1,67 milhão ha. Na
comparação anual, a maior redução é vista na região nordeste que deverá
passar de 76 mil ha para 58 mil. Já na maior produtora de milho, a médio
norte, a área encolhe 12,7%, saindo de 964 mil ha para 841,50 mil.


“Do total cultivado com soja e com previsão de colheita a tempo para o
plantio do milho temos hoje uma área de 1,76 milhão de hectares
disponíveis ao cereal. Foi esta análise que o Imea fez in loco e é isso
que vale na prática”, referenda Celidônio.


Na safra passada, por exemplo, dos 240 mil ha destinado à sojicultura em
Lucas do Rio Verde (360 quilômetros ao norte de Cuiabá), 64% receberam
sementes de milho para a segunda safra. Para 2011 isso não será possível
em função do atraso na semeadura da oleaginosa e das imposições da
janela do milho. “O que se vê é o risco em dobro do milho, que além da
iminência de perder espaço, pode ainda perder em produtividade, caso a
janela não seja considerada”, sentencia o superintendente do Imea.


SOJA – Conforme a nova rodada de monitoramento da soja há recuo de 1,5%
em relação aos números coletados pelo Imea no mês passado. A soja sofre
com a forte estiagem observada no Estado desde agosto e com a
concorrência do algodão. Com mercado favorável, muitos cotonicultores
vão abri mão da 1ª safra com soja para fazer a da fibra. Dos 6,24
milhões ha estimados em setembro, passou a 6,14 milhões em outubro. Em
relação à safra 09/10 a redução é de 1,1%. A produção na comparação
anual sinaliza queda de 1,5%, de 18,72 milhões de toneladas para 18,44
milhões de toneladas e a produtividade, quando comparada com os números
de setembro, segue inalterada com perspectiva de 3 mil quilos por
hectare. Já na comparação com a safra anterior a projeção é de -0,8%.


ALGODÃO – Com preços mais rentáveis à pluma no mercado internacional, a
cotonicultura deverá deixar para trás a marca de cultivar mais de 50% da
produção em 2ª safra, optando pelo plantio a partir de dezembro. Nesta
temporada o algodão de 1ª safra deverá ser responsável por até 58% da
produção. A área deve passar de 419,25 mil ha para 534,87 mil,
incremento de 27,6% sobre 09/10. Conforme Celidônio, os cotonicultores
ainda estão cautelosos em relação ao tamanho da safra, “mas os números
serão disso para mais”.

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