Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Fonte:|revistapegn.globo.com|

A paulistana Nadir Figueiredo celebra sua terceira troca de comando entre os membros da família com transparência, inovação e respeito à tradição centenária que fez de seus produtos um ícone global


Marcelo Min

No início de 2009, quando visitavam uma feira de utilidades domésticas na Alemanha, executivos da indústria Nadir Figueiredo foram
surpreendidos com um pedido dos representantes do Museu de Arte Moderna
de Nova York (MoMA): um lote de copos americanos, considerados por eles
um ícone da cultura brasileira. Criado em 1947 e consagrado no país como
o copo oficial da média na padaria e da cerveja gelada no boteco, o
copo de design simples ganhou fama internacional. Integrou, ao lado de
75 outros produtos brasileiros, a exposição do Projeto Destination, que
exibe e coloca à venda no Moma objetos de design de vários países.
“Despachamos 40 caixas com 24 unidades cada uma. Vendeu tudo rapidinho a
US$ 3 cada um, quase quatro vezes mais que o preço praticado no mercado
nacional”, afirma Raul Antonio de Paula e Silva, 68 anos, terceira
geração da família no comando da empresa e membro do conselho de
administração. Foi com o pedido do MoMA que a Nadir Figueiredo percebeu
que tinha um produto de grande aceitação mundial. Só no Orkut são 14
comunidades, entre elas, ‘cerveja é no copo americano’, com 1.163
membros até junho passado. Segundo Ellen Kiss, coordenadora do curso de
pós-graduação em design estratégico da ESPM-SP, o copo americano é um
dos melhores exemplos de produtos que se tornaram tão ou mais fortes que
a marca que os criou. “Trata-se de um copo simples, resistente, de
baixo custo, que saiu da esfera pública e ganhou o museu justamente por
ser único”, afirma Ellen.

Disposta a fazer com que as novas gerações associem a imagem da empresa ao copo, pela
primeira vez em décadas de história, a Nadir Figueiredo criou um plano
de marketing para aquele que responde por cerca de 25% de suas vendas.
“Queremos nos reaproximar do consumidor final com a campanha nacional
que tem o seguinte lema: Copo americano, no fundo você sabe que é
Nadir”, diz Paulo Barros, gerente de marketing. Como parte da
estratégia, desde janeiro deste ano os copos têm estampada no fundo a
letra N, símbolo da marca.

Com mais de 100 milhões de unidades vendidas por ano no mundo, o copo americano, apesar
do nome, é 100% brasileiro. Há 63 anos é o carro-chefe de uma das mais
tradicionais indústrias paulistas, instalada no bairro da Vila Maria.
Fundada em 1912, pelos irmãos Nadir e Morvan Dias de Figueiredo, a Nadir
Figueiredo começou como uma oficina de máquinas de escrever. Um ano
depois, virou fundição, e na década de 30 adotou o vidro como
matéria-prima principal. É hoje a maior fabricante de utilidades
domésticas de vidro do país, detém 60% do mercado de copos, segundo
levantamento da Nielsen, tem 3.500 produtos em linha, mais de 3 mil
clientes pelo Brasil e registrou um faturamento de R$ 400 milhões em
2009.

Foi sob o comando da segunda geração da família que a empresa iniciou sua expansão internacional. Era início da
década de 80 e, para poder exportar, as empresas precisavam receber uma
licença da Carteira de Comércio Exterior do Banco do Brasil (Cacex).
“Passei dois anos conhecendo os mercados e apresentando nossos copos”,
lembra Silva. “Ganhei o divórcio, mas plantei a semente.” Segundo o
empresário, foi por não ter medo de desafios que a empresa ganhou o
mundo. “Naquela época, exportávamos US$ 500 mil por ano. A Cacex nos
propôs chegar a US$ 4 milhões em 12 meses”, afirma Silva. “Em um ano,
somamos US$ 2,5 milhões e, em dois anos, US$ 7 milhões.” As exportações
alcançaram 127 países. Aos poucos, porém, a empresa foi apurando seus
mercados até chegar aos cem destinos atuais, em cinco continentes.

Para afinar a logística, desde os anos 90 a Nadir Figueiredo
mantém um centro de distribuição na Bélgica que atende à comunidade
europeia. Em 2003, instalou-se na Argentina, também com uma
distribuidora, e até o final de 2010 deve inaugurar mais uma central na
Europa. No mercado interno, a empresa conta com a parceria da
IDLogistics para administrar seus armazéns, num total de 70 mil m², com
aplicação de modernos conceitos de controles organizacionais, como
rastreamento dos lotes de produtos nos armazéns e na distribuição.

Exibições: 100

Comentar

Você precisa ser um membro de Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI para adicionar comentários!

Entrar em Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Comentário de Fabio Germiniani-TRIUMPH TEXTIL em 5 outubro 2010 às 16:29
Criatividade e Garra brasileira ganhando o mundo!!!

© 2024   Criado por Textile Industry.   Ativado por

Badges  |  Relatar um incidente  |  Termos de serviço