Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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As famílias mais ricas dos Estados Unidos: fortunas justas

Alice e Jim Walton, herdeiros de Sam Walton, fundador da Wal-Mart

Forbes divulgou nesta semana um ranking inédito: das famílias mais ricas dos Estados Unidos. Com uma fortuna de 152 bilhões de dólares, a família Walton, proprietária do Walmart, encabeça a lista, seguida pela família Koch, da Koch Industries, e pela família Mars, da empresa de alimentos Mars. Juntos os três clãs detêm um patrimônio de 301 bilhões de dólares, o que corresponde a um quarto de toda a riqueza produzida pelas famílias mais ricas dos EUA.

O ranking da Forbes possui 185 famílias, com patrimônio acumulado de 1,2 trilhão de dólares. Segundo a publicação, muitas personalidades ainda estão trabalhando para aumentar a riqueza de suas famílias, enquanto outras são apenas herdeiras de uma grande fortuna. A relação mostra que dinastias tradicionais da história americana, como Rockefeller (com 10 bilhões de dólares), Ford (com 2 bilhões de dólares) e Kennedy ( com 1 bilhão de dólares), foram ultrapassadas por famílias fundadoras de empresas contemporâneas, dentre eles os próprios Walton e Koch, que viram seus negócios alavancarem após a década de 1970.

Para realizar a pesquisa, a Forbes desconsiderou os ricaços presentes na lista das pessoas mais endinheiradas dos Estados Unidos e que criaram sozinhas a própria fortuna, deixando de lado, por exemplo, as famílias de Bill Gates, Warren Buffett e Mark Zuckerberg. Outro ponto a destacar é que grande parte das famílias listadas possui ligação com algumas das empresas e marcas mais famosas do país, como a Johnson & Johnson (família Johnson, com patrimônio de 5,9 bilhões de dólares), a rede de hotéis Marriott (patrimônio de 5,7 bilhões de dólares) e a companhia de cosméticos Mary Kay (família Rogers, com 2 bilhões de dólares).

É interessante notar como há mobilidade entre os “clãs” mais ricos dos Estados Unidos. Aqueles que eram os magnatas de algumas gerações atrás deixaram de ser, dando lugar a novas famílias. O estudo deixou de fora os bilionários que criaram sozinhos suas próprias fortunas, muitos da área de tecnologia, e muitos tendo começado com pouco mais do que mil dólares e uma garagem.

O foco da esquerda, como vemos em Thomas Piketty, tem sido insistir na questão da desigualdade, e vários erros são cometidos nesse processo. O primeiro deles é a confusão comum entre estoque e fluxo. Comparam as fortunas acumuladas com o PIB, ignorando que um é estoque e o outro fluxo. Ou seja, é como comparar bananas com laranjas.

Dependendo do retorno dessas fortunas – que só virá se houver investimentos produtivos – é possível que ricaços tenham de ir consumindo parte dessas fortunas para manter seu padrão de vida. O foco maior deveria ser no fluxo, ou seja, nas rendas das pessoas. E tanto a renda do capital como do trabalho podem ser crescentes, se a economia como um todo tiver ganhos de produtividade.

A verdadeira “luta de classes” não ocorre entre capital e trabalho, como pensava Marx, mas sim entre ambos e o estado. Ou seja, há aqueles que produzem as riquezas e os que consomem essas riquezas. Toda a burocracia desnecessária, os impostos abusivos, os que vivem de privilégios estatais, fazem parte do segundo grupo, consumindo aquilo que tanto capital como trabalho produziram juntos.

O segundo equívoco muito comum, que essa pesquisa derruba, é tratar os mais ricos como um grupo estanque. Falam muito dos 1% mais ricos, mas quem são esses 1% e quem eram esses 1% ontem? O mais importante é haver mobilidade calcada na meritocracia, possível apenas no livre mercado. É possível que esses 1% que aumentaram sua fatia no total de riqueza não tenha mais quase ninguém dos 1% mais ricos de uma geração anterior.

O terceiro ponto interessante é notar como são famílias ligadas a marcas conhecidas, e não grupos dependentes de governo. O capitalismo de estado latino-americano ou russo produz bilionários como Carlos Slim ou os oligarcas do petróleo, mas no capitalismo mais liberal americano são grupos de varejo, ou empresas de petróleo e gás que competem no livre mercado, sem a “mãozinha” estatal.

O clã dos Koch, por exemplo, sente-se independente do governo a ponto de financiar o Tea Party, movimento libertário que detona o intervencionismo estatal o tempo todo. Aqui tínhamos Eike Batista tecendo loas ao BNDES e ao governo do PT…

Last but not least, é crucial compreender que economia não é um jogo de soma zero. A família Walton não acumulou tantos bilhões por ter tirado de outros. Ao contrário: ela amealhou bilhões ao oferecer valor aos outros, por meio de uma rede de supermercados eficiente, com alta tecnologia e logística extremamente competente.

Os consumidores voluntariamente compram lá, pois preferem e economizam. Há um benefício mútuo envolvido. Essa fortuna, quando fruto de tais trocas voluntárias no livre mercado, é absolutamente justa!

Rodrigo Constantino

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