Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Baixa renda foi beneficiada nos 17 anos do Plano Real

Baixa renda foi beneficiada nos 17 anos do Plano Real

Por InfoMoney

SÃO PAULO – Nesta sexta-feira (1), são comemorados os 17 anos de implantação do Plano Real, que veio com o objetivo de controlar a alta da inflação. Para o coordenador dos cursos de Gestão Financeira e Ciências Contábeis da Veris Faculdades, Fabrício Pessato Ferreira, os brasileiros das rendas mais baixas foram beneficiados nesse período.

"Principalmente nos últimos três anos, houve uma mobilidade social muito expressiva, como não se via há muitos anos no Brasil. Você tem pessoas da classe E passando para a classe D e pessoas da classe D mudando para a C", detalha Ferreira. "Incorporando a isso, obviamente, os benefícios do crescimento econômico, com certeza você tem um ganho dessas classes sociais".

Ele explica que esse ganho foi possibilitado pela estabilidade monetária dos últimos anos e também pelo esforço dos últimos governos para acelerar o crescimento da economia.

Salário mínimo e a previdência

Em 1994, quando o Plano Real foi implantado, o salário mínimo era de R$ 196,63. Após 17 anos, o valor dele passou para R$ 545, em 2011, o que representa um aumento de cerca de 177%. "Basicamente, o salário mínimo variou muito menos do que aquilo que deveria variar", alerta o economista.

Segundo dados do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) do dia 3 de junho, o valor do salário mínimo para o brasileiro arcar com as despesas básicas deveria ser de R$ 2.293,31.

"Esse é o montante necessário para se conseguir cumprir tudo que está escrito na Constituição de 1988", destaca Ferreira. "Agora, ainda falta restituir parte das perdas que os trabalhadores tiveram ao longo desse anos".

Porém, a correção do salário mínimo para cima esbarra na Previdência Social. "Algumas pessoas dizem que se você aumenta muito o salário mínimo, o Estado brasileiro poderia quebrar, em função dos gastos previdenciários".

"Essa é uma equação que precisaria ser resolvida a médio e longo prazo. Eu não saberia dizer se deveria mesmo desindexar o salário mínimo dos gastos previdenciários, pois precisaria de um estudo mais detalhado. Mas, seria uma forma de resolver a questão", complementa.

Poder de compra dos brasileiros

No período de inflação nas alturas, Ferreira lembra que o comportamento da classe média era bem diferente da atual Classe C. "Ela estocava mantimentos como se o País estivesse em uma guerra! Saía o pagamento no quinto dia e a classe média inteira corria para os supermercados".

Outro cenário diferente era a disposição das casas: "Todas elas tinham uma despensa gigantesca, exatamente porque as pessoas compravam alimentos para estocar em casa. Afinal, uma ou duas semanas depois já não dava mais para comprar as mesmas coisas por causa dos preços mais altos".

Em compensação, desde que o Plano Real passou a vigorar no País, os brasileiros deixaram de agir assim e, de acordo com o economista, seu poder de compra aumentou.

Em um primeiro momento, entre 1996 e 2003, a inflação estava de certa forma bem controlada, porém, o número de desempregados era grande. "Com o desemprego em alta, os salários ficam nominalmente em baixa, o que acaba corroendo o poder de compra", explica Ferreira.

Porém, após 2004, a economia cresceu de forma expressiva e os salários nominais bem como os reais (que é o valor do salário descontada a inflação) aumentaram.

"Dentro desse período, a inflação acelerou em alguns momentos e houve queda no salário real", pondera Ferreira. Mesmo assim, os brasileiros conseguem comprar mais hoje, e com mais tranquilidade

 

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