Bancos avançam enquanto Vale cai mais de 2%; veja mais destaques

[petrúcio josé rodrigues]

Bancos avançam enquanto Vale cai mais de 2%; veja mais destaques

Por: InfoMoney

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Vale cai mais de 2% em meio a uma mudança de percepção dos investidores; Pão de Açúcar cai após a saída do presidente da empresa

SÃO PAULO - O Ibovespa voltou a registrar queda nesta terça-feira (22), ao recuar 0,34%, aos 48.542 pontos. Em mais um dia negativo, apenas 1 ação registrou alta de mais de 2%, enquanto 4 papéis recuaram mais de 3%. Pesou para o desempenho do benchmark os ativos da Vale (VALE3, -2,23%, R$ 31,08; VALE5, -2,37%, R$ 28,48) e das siderúrgicas. Essa é a terceira queda consecutiva do papéis ordinários e preferenciais da mineradora.

Segundo o analista da Leme Investimentos, João Pedro Brugger, a Vale segue amargando dias difíceis na bolsa em meio a uma mudança na percepção dos investidores. Na véspera, os dados do PIB (Produto Interno Bruto) da China reforçaram preocupações dos investidores. O país é o principal destinado das exportações da mineradora. Além disso, na última semana, o Barclays destacou preferir a Rio Tinto e a BHP Billiton à Vale, tendo como principal justificativa a forte dependência da brasileira em relação ao minério de ferro.

Porém, as maiores quedas do dia ficaram com as ações da CSN (CSNA3, -7,46%, R$ 12,66) e da Usiminas (USIM5, -6,46%, R$ 12,75). Um dos fatores que pode estar pesando para esses ativos é o relatório do Inda (Instituto Nacional dos Distribuidores de Aço), que apontou para uma alta de 4,3% nas vendas de aço plano por distribuidores do Brasil em 2013, para 4,54 milhões de toneladas.

Na comparação dezembro 2012-2013, as vendas do setor cresceram 11%, para 346,9 mil toneladas, mas recuaram 11,4% sobre novembro. O setor terminou 2013 com estoques de 1,05 milhão de toneladas, num crescimento de 11,3% sobre o volume do final de 2012. Para William Alves, da XP Investimentos, a queda ocorre por causa da forte performance dos ativos em uma cenário estrutural ainda complexo para o setor. Além disso, ele ressalta uma possível realização dessas ações.

Bancos

Por outro lado, chamou atenção positivamente o setor financeiro. Os papéis do Itaú Unibanco (ITUB4) registraram alta de 1,41%, a R$ 30,18, junto com os ativos do Bradesco (BBDC3, +1,90%, R$ 29,48; BBDC4, +1,15%, R$ 27,31) e do Banco do Brasil (BBAS3, +0,45%, R$ 22,40). Os papéis do setor são favorecidos por comentário do Bank of America Merrill Lynch divulgado hoje.

O banco de investimentos afirmou sua preferência por bancos privados devido à expectativa de balanços mais fortes e melhores tendências operacionais e reiterou Itaú Unibanco como sua top pick, com elevação de preço-alvo de R$ 36 para R$ 39. Na mesma linha da matéria divulgada hoje no InfoMoney, de que Itaú Unibanco tem sido unanimidade entre os gestores.

MRV

Além disso, chamaram atenção as ações da MRV Engenharia (MRVE3), que tiveram um dia volátil, operando entre ganhos de 2,86% e perdas de 1,79%. Os papéis da companhia encerraram com queda de 0,83%, aos R$ 8,33. Os papéis refletem a divulgação da prévia operacional do quarto trimestre da empresa, que foi boa, mas não trouxe surpresas, disseram analistas da XP Corretora e Credit Suisse. A empresa lançou R$ 1,341 bilhão no quarto trimestre, totalizando R$ 3,517 bilhões em 2013. A VSO (velocidade de vendas) foi de 23% entre os meses de outubro e dezembro, o mesmo do quarto trimestre de 2012.

Pão de Açúcar

As ações do Pão de Açúcar (PCAR4) encerraram esta sessão com queda de 0,63%, a R$ 93,90. Na véspera, a companhia anunciou que Enéas Pestana renunciou ao cargo de diretor presidente do Grupo, através de carta apresentada ao conselho de administração da empresa. Com isso, Ronaldo Iabrudi, foi eleito e irá substituir Pestana. Segundo Karina Freitas da Concórdia Corretora, já era esperado que o Casino iria ficar como único controlador do Grupo. Para ela, em relação às incertezas que podem surgir no curto prazo, o GPA se mantém como uma das melhores opções dentro do segmento de consumo.

Petrobras

Também na ponta positiva apareceram as ações da Petrobras (PETR3, +0,35%, R$ 14,35; PETR4, +1,05%, R$ 15,34), em uma tentativa de recuperação após três quedas consecutivas. Na última segunda-feira, as ações - tanto ordinárias quanto preferenciais - atingiram o menor patamar desde julho de 2013. 

Suzano, Fibria e Klabin

No setor de papel e celulose, as ações da Suzano (SUZB5, -1,64%, R$ 9,00) voltaram a fechar no negativo. Essa é terceira queda consecutiva dos papéis. Entre os pares, a Fibria (FIBR3, -0,74%, R$ 25,46) também encerrou com queda, após três pregões negativos, enquanto a Klabin (KLBN4), que destoava desse movimento negativo, ficou com queda de 0,79%, a R$ 12,55. Na véspera, o HSBC estimou que os resultados do quarto trimestre poderiam ser ofuscados por possível volatilidade dos preços em 2014.

HRT

Os papéis da HRT Participações (HRTP3) fecharam esta sessão com queda de 11,38%, cotados a R$ 1,09. O fundador da companhia e hoje acionista com 1,7% de participação na empresa, Márcio Mello, negou planos para se associar à JG Petrochem Participações, de Nelson Tanure, informou o Valor. Os rumores aumentaram depois que a JG Petrochem atingiu participação de 10% na petroleira na última sexta-feira. Ao Valor, Mello disse: "só estive com Tanure duas vezes e, na primeira, a pedido do Milton Franke", referindo-se ao presidente da HRT.

JBS

Ocorreu nesta terça-feira a OPA para as aquisições das ações ordinárias da Vigor - visando o fechamento de capital. Para cada ação da companhia que o acionista tivesse, ele receberia um ativo da JBS (JBSS3, R$ 8,60, -1,71%) mais aproximadamente R$ 0,01. O leilão movimentou neste pregão, aproximadamente, R$ 418 milhões.