A blogueira canadense Franceta Johnson: na blogosfera, diversas meninas plus size conquistaram seu espaço. |
O plus size não é mais o mesmo. Se antes as roupas deveriam ser usadas para “disfarçar” o corpo, emagrecer com o uso do preto, roupas “soltinhas” e de malha para esconder formas, atualmente não pode ser mais assim. Gordinhas podem tudo, das listras ao midi, sem medo! E o mercado tem estado atento para essa transformação.
O plus size feminino movimenta por ano aproximadamente 4,5 bilhões, segundo estimativa de 2013. Muitas marcas e confecções perceberam o aumento do público e a falta que ele sentia de peças atuais, com informação de moda, em tamanhos grandes. Afinal, até alguns anos atrás engordar era coisa de gente mais velha – se bem que, atualmente, nem a terceira idade quer mais saber de roupas “com cara de velhinha”.
O Brasil tem, inclusive, o seu APL plus size. Trata-se da cidade de Andradas, em Minas Gerais (veja a matéria), onde metade das confecções trabalha com tamanhos grandes e vende para Sudeste, Sul e Nordeste do país.
Há um obstáculo que precisa ser passado por quem quer produzir roupas em tamanhos maiores. E passa por uma questão de modelagem. A simples gradação, a partir do tamanho 38 a 40, para os números muito maiores, não é possível e começa a se mostrar defeituosa. É preciso que seja desenvolvida uma outra modelagem para os tamanhos plus size, e isso é ainda mais evidente em peças de construções mais complexas, como alfaiataria, e em tecidos planos. Mas, quando obtida, a recompensa é grande: tem-se a chance de atender um mercado que ainda não é tão atendido.
Juliana Romano ousa nas proporções: listas, saia midi ampla num visual de pin-up contemporânea. |
Outra questão que leva muitas marcas a não produzirem acima do tamanho 44 é a questão cultural. Você deve se lembrar da polêmica e estúpida declaração do CEO da Abercrombie and Fitch, em 2013, sobre apenas pessoas magras e bonitas comprarem nas lojas da rede. Muitas marcas não querem ver-se vinculadas ao público plus size por medo de afastar seu público tradicional, que é – ou, na maioria das vezes, apenas almeja ser – magro e atlético. Essa comparação é cada vez mais equivocada, se pensarmos que quem está acima do peso tende a ser cada vez mais culturalmente aceito, e que ser uma “pessoa bonita”, definitivamente, não significa ser magra. E, se ainda assim uma marca quiser diferenciar os produtos “normais” dos plus size, é sempre possível lançar linhas diferenciadas – normalmente denominadas com algo relacionado às “curvas” dessa mulher.
MASCULINO
A preocupação que é dada em atender a demanda feminina não é tão grande para o público masculino, que ainda se preocupa em vender peças básicas e confortáveis em tamanhos grandes. Mas isso pode ser visto como proporcional ao consumo feminino de moda, muito maior que o masculino.
Mas isso não significa que algumas marcas não têm investido (com sucesso) no nicho do menswear plus size, inclusive no e-commerce, que atende à necessidade masculina de comprar roupas sem perder tempo nas lojas – adoramos as dicas que Alex Cursino deu no Moda sem Censura sobre lojas virtuais plus size para homens (quem sabe alguma delas não inspira o seu negócio?).
E-COMMERCE
Falando em loja virtual… o e-commerce é o sistema de varejo que mais aproveita o crescimento do mercado plus size. A demanda por roupas em tamanhos grandes cresceu junto com a cultura dos brasileiros em comprar vestuário pela internet – hoje, o segmento Moda e Acessórios é o que mais vende online no país. Foi ao unir os dois lados que os e-commerces de sucesso em plus size, como o Flaminga, ganharam espaço.
Para quem produz roupas plus size e quer investir em uma loja virtual, vale tomar todos os cuidados que este novo modelo de negócios requer, montar toda a estrutura necessária e se especializar no assunto. Para quem loja virtual e quer incorporar o plus size, ou quem quer começar do zero uma loja online plus size, vale o desafio de obter fornecedores incríveis e com produtos de qualidade que dialoguem com a consumidora, não apenas produzindo aquelas peças grandes “para disfarçar”.
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COMUNICAÇÃO
O investimento numa comunicação que converse de verdade com esse público é essencial – questões como aceitação e auto-estima podem ser trabalhadas ao lado das outras mensagens que a sua marca passa. Nas campanhas e lookbooks, não caia na tentação do que fez a C&A com a cantora Preta Gil, sem dúvida uma gafe: “arrumar” demais as modelos na edição de fotos. A mulher plus size tem sua própria beleza – você só está produzindo roupas para deixá-la ainda mais bonita e de bem consigo mesma.
Outra gafe muito, mas muito comum em marcas e até revistas de moda é considerar uma modelo tamanho 40, 42, plus size. A Calvin Klein fez isso recentemente e a revolta do próprio público com essas tentativas de inclusão das “gordinhas” na moda fala o quanto o plus size é cada vez mais aceito como uma característica em particular que deve ser incorporada, respeitada e admirada.
Que tal se inspirar em blogueiras plus size e nas mensagens que elas passam para as leitoras? A gente adora!
Vivian Berto
post original: http://www.tendere.com.br/blog/2014/11/28/beleza-e-aceitacao-moda-p...;
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