Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Boas estratégias para refrescar a roupa de trabalho

No auge do verão, quando a temperatura passa facilmente dos 30 graus, todo homem que trabalha usando terno deve se perguntar: "quem foi o infeliz que inventou esse figurino tão desconfortável?". Culpe a Revolução Industrial e os seus protagonistas que fizeram do terno e seus complementos o uniforme oficial do homem moderno e bem sucedido. É claro que ele tinha muito mais a ver com a Inglaterra e o seu clima frio e cinzento. Um costume ou terno de lã, com a gravata apertando o colarinho, não é das roupas que mais combinam com o clima tropical. Mas até que, talvez um dia, isso mude, o jeito é apostar em estratégias que refrescam o figurino de trabalho.

"As altas temperaturas não ajudam quem precisa se vestir com formalidade", diz Maria Pia Brunoro Cury, consultora de moda e diretora do e.pia Consultoria de Estilo. Não bastasse a sensação de abafamento, a boa aparência também fica comprometida. "A transpiração excessiva e os tecidos leves, que amassam com facilidade, podem passar uma imagem de desleixo."

Mas isso não deve fazer ninguém desistir de ser elegante até outono. Para começar, lembre que poderia ser pior. Quem foi um grande líder no século XVII teria de usar culotes bufantes, no lugar de calças sociais, e corpete rebordado com colarinho engomado no lugar de camisa - para se fazer respeitar. Imagine o desconforto no calor? Hoje, graças aos estilistas de casas como Prada, Emporio Armani e Salvatore Ferragamo, há diversas opções mais confortáveis para se vestir com elegância e sem tanto sacrifício. Nos desfiles das coleções de verão, apareceram várias opções entre ternos claros, usados com ou sem gravatas.

Falando em cores claras, no guarda-roupa masculino de verão vale incluir um costume bege ou cáqui de gabardine de algodão. E também um blazer avulso de xadrez miúdo, de tecido 100% algodão - um clássico da moda masculina. "A estrutura deve ser sempre leve, dando apoio aos ombros", ensina Gloria Kalil, em seu compêndio "Chic Homem". Dessa forma, o blazer dispensa o forro mas não perde a linha. A peça, diz a autora, é muito elegante com todas as calças de verão, inclusive com jeans branco.

No vocabulário das cores, as variações de tons de bege (do creme ao cáqui escuro) inspiram a comunicação, demonstram acessibilidade, compreensão, cordialidade e informalidade. Com exceção daquelas situações onde é preciso transmitir poder, acima de tudo, um terno ou costume bege pode ser um grande aliado no dia a dia de trabalho nos meses de clima quente. Para combinar, valem as camisas azuis (do mais claro ao intenso), brancas, rosas e as listradas de azul ou bordô.

DivulgaçãoÀ esquerda, costume cáqui da Prada e, ao lado, conjunto da Emporio Armani

Apesar de festejado pelas grandes marcas de luxo, o costume, terno ou smoking todo branco ainda é um tabu, no Brasil, por sua associação às festas de Réveillon, ao candomblé e à figura do malandro. "Para o ambiente empresarial, eu não recomendo", admite a consultora Maria Pia. "Prefiro o costume bege ou cinza claro".

O cinza, dizem os especialistas, transmite maturidade, refinamento, sabedoria e eficiência, por sua associação com a massa cinzenta. "Ternos cinza combinam com trabalho e formalidade", diz Gloria Kalil. "Quanto mais escuros, mais poderosos".

Nessa cartela de cores e de possibilidades, o marrom é um dos mais rejeitados, por sua identificação com a roupa dos serviçais na Idade Média. "Portanto, ele não é nada apropriado para um alto executivo", ensina o jornalista Lula Rodrigues, no "Manual de Estilo Borelli".

No quesito matéria-prima, para quem quer frescor, não há como fugir da lã fria. "O conforto térmico está associado à espessura e à leveza da lã", diz Eliane de Rezende Brechtbuhl, sócia da e.pia Consultoria de Estilo. Quanto maior a numeração do fio da lã (120, 150), mais fresca ela é. "Mas os tecidos de classificação mais alta têm a desvantagem de serem mais caros, ter durabilidade menor e de amassar facilmente", afirma a consultora. O ideal, então, é ficar com os costumes feitos de lã entre super 120 e 150, que estica com facilidade graças elasticidade das fibras.

Muito popular entre as décadas de 1970 e 1980, o linho foi caindo em desuso, principalmente pela facilidade em amassar. "Os linhos mesclas, com um pouco de lã na sua composição, são mais indicados", afirma Maria Pia.

Na camisaria, o algodão é o maior aliado da transpiração livre. Quem gosta das modelagens mais certas no corpo, podem usar camisas com uma porcentagem pequena de elastano, que ajuda, inclusive, a diminuir a aparência amarrotada. Para os homens que transpiram demais, um bom recurso é usar uma camiseta (underwear) de algodão por baixo da camisa. É o que fazem, por exemplo, os italianos - elegantes até debaixo d'água ou sob um sol escaldante. (VB)

Divulgação

Da esq. para a dir., blazer e calça da italiana Prada, conjuntos de blazer e jeans da Etiqueta Negra e costume branco-gelo da também italiana Emporio Armani


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