Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Brain Drain: como culpar quem quer se mandar do Brasil?

Uma reportagem grande hoje no GLOBO, com chamada de capa, mostra o enorme aumento do êxodo de brasileiros que buscam uma qualidade de vida melhor no exterior. O jornal foca na crise econômica, mas mostra que cada família apresenta um motivo diferente: a desvalorização da moeda, melhores oportunidades de trabalho, uma vida melhor para os filhos, etc. A correlação entre o aumento do êxodo e o aumento da rejeição à presidente Dilma é total: os brasileiros que decidem se mudar estão muito cansados desse governo petista:

Fonte: GLOBO

Números obtidos pelo GLOBO junto à Receita Federal confirmam que a emigração qualificada está em alta. Entre 2011 e 2015, o total de Declarações de Saída Definitiva do país — documento apresentado ao Fisco por quem emigra de vez — subiu 67%. Em 2011, a Receita recebeu 7.956 declarações, 21 para cada dia do ano. Em 2015, foram 13.288, numa média diária de 36 saídas.

— Esse número é apenas uma amostra pequena da realidade da emigração — diz Joaquim Adir, supervisor nacional de imposto de renda da Receita. — Mas reflete a saída de uma elite financeira e cultural, de pessoas que se preocupam em ficar quites com a Receita e que têm conhecimento da importância disso. Não entram aí os brasileiros que não têm bens ou rendimentos, como crianças e jovens, nem os que querem sair de forma ilegal. Essa emigração está em alta.

Os engenheiros José Wellington e Silvia Oliveira chegaram a Toronto, no Canadá, em abril. Levaram Julia, de 7 anos, e Nicolas, de 3. Em Belo Horizonte, a família tinha casa própria. Wellington trabalhava na área de mineração, e Silvia, na firma de avaliação de imóveis do pai. Nos últimos meses de 2013, a empresa de Wellington deu um alerta: diante da crise incipiente, não teria como manter toda a equipe a partir de agosto de 2014.

— Foi a gota d’água — diz Silvia. — Estávamos cansados da corrupção, da violência, do espírito do cada-um-por-si. A gente odeia o PT, o Lula, a Dilma. Vimos que o país estava afundando num buraco e que não havia luz no fim do túnel. Cada escândalo de corrupção que surgia solidificava nossa decisão. Então nos inscrevemos no programa canadense e passamos por um processo trabalhoso. Não digo que foi difícil. Só burocrático.

Pergunto: como condenar essa gente? O que o Brasil tem feito para merecer os melhores talentos? O que o país tem feito para preservar aqueles que efetivamente criam riquezas? Conversando com várias dessas pessoas que ou já resolveram se mudar ou estão pensando seriamente na decisão, posso atestar que os motivos apresentados são bastante parecidos, convergem para um mesmo quadro geral, que tenho resumido com meu bordão: o Brasil cansa!

Vejamos: para começo de conversa, essas pessoas não costumam ligar tanto para ideologias, e ficam de saco cheio com a mentalidade socialista vigente no Brasil, que condena o lucro, o empreendedorismo, o capitalismo. Essas pessoas querem apenas um ambiente melhor para trabalhar e produzir riquezas, sem pagar tantos impostos, sem enfrentar uma burocracia asfixiante, e sem, depois de tudo isso, ainda ter que aturar os “intelectuais” e artistas condenando sua “ganância” ou “ambição”, justamente o que é louvado no exterior, nos países ricos e desenvolvidos, não por acaso capitalistas.

O simples fato de que muitos brasileiros reagem a essa fuga de cérebros de forma mesquinha, com um ufanismo boboca do tipo “já vai tarde, o Brasil não precisa de vocês”, em vez de analisar racionalmente por que tanta gente boa está partindo, já demonstra bem a razão pela qual tantos vão embora: esse atraso intelectual cansa muito. O Brasil tem um monte de gente com complexo de vira-lata, que em vez de olhar com admiração para os países melhores, olha com revolta e inveja. Como melhorar assim?

Outro motivo para a debandada, seguindo na mesma linha, é o ambiente cultural do país, com a enorme subversão de valores, com a vitimização de bandidos, com o enaltecimento de tudo que é lixo por medo de ser tachado de preconceituoso, com o “jeitinho” e a “malandragem” excessiva do brasileiro, que julga otário aquele cidadão ordeiro que segue as leis. Como isso tudo cansa! Essas pessoas que se mudam entendem a importância de se viver num país civilizado em que as leis são respeitadas e não há espaço para esse coitadismo todo que estraga o Brasil.

Em seguida, há razões mais comezinhas, ligadas ao dia a dia. Violência em primeiro lugar (pois ninguém gosta de sair de casa com medo de levar uma bala perdida ou ser assaltado a qualquer momento), oportunidades melhores de trabalho, trânsito melhor e mais civilizado (não consigo expressar bem a minha revolta com o caótico trânsito carioca sem perder o decoro necessário ao blog), vida digna para a imensa maioria nos países mais civilizados e capitalistas (não há miséria para todo lado), Lei Seca (nos Estados Unidos, por exemplo, ninguém é parado ex ante, como no filme “Minority Report”, e você pode perfeitamente tomar seu vinho no jantar e voltar dirigindo, pois é punido aquele que efetivamente demonstra sinais de direção irresponsável), etc.

Repito: como culpar aquele que decide levar a família para lugares tão melhores assim? Ah, não posso usar o conceito de melhor, pois isso já me transforma num “inimigo da Pátria” para muitos? E essa reação é justamente, como já disse acima, parte da explicação de por que tantos se mandam, cansados desse pensamento pequeno típico de gente medíocre e perdedora, gente invejosa que ataca os bons em vez de tentar melhorar.

Pergunto uma vez mais: como culpar aquele que não aguenta mais viver num país em que o PT está no governo há tanto tempo, mesmo depois de tudo que aprontou, e que ainda tem “intelectuais” como Leonardo Boff e Marilena Chaui falando besteira com amplo espaço na imprensa, e artistas como Chico Buarque e Gregorio Duvivier sendo idolatrados por suas opiniões políticas? Só o fato de Greg e Guilherme Boulos, que estaria preso em qualquer país sério, terem colunas no maior jornal do país já é motivo suficiente para pessoas decentes desejarem “picar a mula”.

O Brasil cansa. E muito. Um leitor definiu, de forma simplificada, os três tipos de brasileiros: os safados, os otários e os reféns. Safados nós conhecemos bem: muitos estão em Brasília, com carrões de luxo na garagem depois de uma vida toda no setor público, ou andando de jatinho particular pago por empreiteira. Os otários são os idiotas úteis que ainda acreditam nesses políticos, que pregam mais estado como solução para os problemas causados pelo excesso de estado. Os reféns são todos aqueles conscientes disso tudo, mas impossibilitados de mudar as coisas ou se mudar. A maioria dos leitores desse blog está na terceira categoria, naturalmente.

O “brain drain” que o Brasil está sofrendo, em escala cada vez maior, é preocupante, mas compreensível. Como na novela de Ayn Rand, esse capital humano bom foge para lugares melhores, busca refúgio em países mais civilizados e capitalistas, com uma mentalidade vigente menos atrasada e invejosa, com um governo menos hostil aos empreendedores e trabalhadores que criam riquezas. Com isso, o Brasil vai perdendo mais talentos, riqueza, recursos, pois quem ainda acha que é o petróleo debaixo do solo que faz uma nação próspera, explorado pelo próprio governo, e não o capital humano, não entendeu absolutamente nada!

Confesso ao leitor: muitos com quem converso gostariam de simplesmente “dar uma banana” ao Brasil e se mandar sem olhar para trás, mas não consigo fazer isso. Meu lado mais patriótico fala mais alto, e lamento profundamente isso tudo. Lamento saber o que o Brasil poderia ser, mas não é, por conta dessa cultura tacanha, desse esquerdismo ultrapassado, dessa mentalidade tosca que cospe em tudo que é melhor, que ataca aqueles que carregam o país nas costas, criando riquezas e empregos.

Penso no que poderia ser meu querido Rio de Janeiro sem tanta miséria e violência, sem os lindos morros dominados por favelas do tráfico, com praias maravilhosas que poderiam ter inúmeros restaurantes fantásticos com ótimos serviços, e fico muito triste. Olho para Miami, por exemplo, como o Rio que deu certo. E depois ainda tenho que aturar um Sakamoto da vida, uma nulidade intelectual que é idolatrado por idiotas úteis, repetir que Miami não deu certo coisa alguma, e condenar o rico que é assaltado no Brasil, por ser rico.

Vai ver que quem deu certo mesmo foi o bloco bolivariano que essas mulas oportunistas defendem! Por isso vemos tanto fluxo migratório desses países capitalistas para os socialistas, não é mesmo? Todos querendo entrar, ainda que ilegalmente, em Cuba, na Venezuela, na Argentina ou mesmo no Brasil. Com certeza! O leitor não faz ideia da quantidade de americanos que querem aproveitar a “justiça social” petista e os sindicatos fortes que “protegem” o trabalhador no Brasil. Milhões!

A ironia é o último recurso do desespero. Tentamos rir para não chorar. Enquanto o Brasil tiver “intelectuais” como esses, não corremos o menor risco de dar certo. Continuaremos com esse ambiente hostil aos criadores de riqueza, e com um terreno fértil para oportunistas de plantão, para marxistas como Paulo Freire subirem até o patamar de “patrono da educação”, uma educação que para ser apenas lamentável e medíocre ainda precisa melhorar muito. Até quando? Quantos brasileiros decentes vamos ver partindo até cair a ficha? Acorda, Brasil!

Rodrigo Constantino

 

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