Quando voltei ao Brasil em 1977 , depois de 9 anos fora envolvido em estudos e mais tarde pesquisa, o Brasil praticava a política de substituição das importações, que entendo, vinha desde a a época de Vargas A partir de 64 essa política foi intensificada, sendo que passamos da quadragésima posição em PIB para a oitava posição. Em 1980, como citado aqui em artigo anterior, o valor em dólar da manufatura do Brasil era o dobro da soma da produção da China e da Índia somados a uns outros paises (!) .Este valor é hoje de 10% . A manufatura no Brasil vem sendo brutalmente esmagada pelo chamado custo-Brasil, burocracia-Brasil, péssima educação e infraestrutura deficiente ( estradas, portos, ferrovias).Toda essa ineficiência ,de certa forma, acaba escondida atrás de nossa fabulosa riqueza natural,e da estrutura criada ( ex embrapa, Embraer, Petrobras) até a entrada do Collor, que dizendo acabar com as carroças, resultou na produção de carros que custam o dobro ou mais do que custam no Chile, México, Estados Unidos , etc. Agora mais essa: o aumento na importação de alimentos. Por isto cunhei , para caracterizar os dias de hoje, o conceito de " Política de Substituição de Exportações" que resulta nos afagos e elogios que nossos desajeitados líderes recebem lá fora. É patético, risível, mas também é trágico
Bruno Rosa
06/11/2011- O GLOBO - Economia
Em alguns itens básicos, compras lá fora cresceram até 380% este ano
Alimentos populares como feijão, arroz e até a banana plantados em países asiáticos e europeus estão cada vez mais presentes à mesa dos brasileiros. Considerado um dos celeiros agrícolas do mundo, só este ano, no entanto, o Brasil registra avanço superior a 380% na importação de alguns desses alimentos básicos. O mercado interno aquecido, o câmbio favorável e o elevado custo de produção entre os agricultores domésticos explicam o aumento das compras feitas no exterior. A alta, porém, preocupa especialistas e produtores.
Segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), a importação de feijão, por exemplo, subiu 56% este ano, após crescer 24% em 2010. O feijão chinês representa 31% das compras feitas pelo Brasil lá fora. A banana, símbolo do país tropical, também vem de longe: as importações, em alta desde 2008, avançaram 383% em setembro. Só a Tailândia respondeu por 50% dessas compras.
— O consumo está em alta, e a oferta interna não se adapta. Esse é um movimento novo e vem ganhando força. Além disso, o foco dos produtores sempre foi a exportação. Mas, hoje, há um mercado interno comprador interessante. Como acontece com carros e eletroeletrônicos, os importados chegaram aos alimentos e isso é preocupante — diz Maurício Mendes, presidente da consultoria de agronegócios Informa FNP.
Um sinal de alerta dado pelos analistas é o preço. A rede de supermercados Zona Sul negocia com produtores do Chile a importação de maçã, kiwi e pera a preços mais competitivos em relação aos similares nacionais. O Hortifruti compra ameixa da Espanha, pera dos EUA e de Portugal, além de kiwi da Itália. Com a ajuda do câmbio, a empresa consegue fazer até promoções: está vendendo o quilo de maçãs da Espanha por R$ 3,99. Originalmente, o produto custa R$ 4,99. O Hortifruti diz que compra lá fora quando não há safra no Brasil ou os produtos nacionais são de baixa qualidade.
— Estou comprando cebolas (que são da Espanha), e o preço está ótimo — diz Katia Gama, que estava no Hortifruti, em Botafogo, na Zona Sul do Rio.
Varejo busca importados mais baratos que nacionais
Omar Moisés Filho, corretor do Mercado do Feijão, diz que a tendência de importação só cresce. Ele diz que um saco de feijão, de 60 quilos, da China, custa R$ 80, contra R$ 90 cobrados pelos produtores brasileiros:
— A procura pela importação é para baixar os custos.
Além de feijão e banana, chama a atenção a importação de limão de países como Espanha e Uruguai, que cresceu 26% em 2010 e este ano deve subir 45,6%. Para os analistas, o Brasil está perdendo competitividade lá fora. Mendes, da FNP, cita as variedades específicas de frutas como laranja (que subiram 143% este ano) e maçã (56,64%):
— Hoje, importam-se produtos que poderiam ser produzidos aqui.
Além disso, especialistas dizem que, com Europa e EUA consumindo menos, parte dos produtos asiáticos vem para o Brasil. É o caso das laranjas da Tailândia e do arroz parboilizado da Índia.
— Em média, a importação de alimentos tem crescido 20% na companhia, inclusive itens da cesta básica, como o alho — diz Samir Ruggiero, gerente de Comércio Internacional do Grupo Pão de Açúcar.
O professor Marcos Fava Neves, professor de Estratégia da FEA-USP, em Ribeirão Preto, considera o avanço lamentável. Para ele, o câmbio favorável, que permite a chegada de produtos mais baratos, e os altos custos de produção no país são fatores que explicam o fenômeno:
— Temos condições excelentes de produzir quase tudo. A questão é ver o porquê de o país não conseguir atender — diz.
André Barreto, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Arroz (Abiarroz) diz que é preciso agregar valor:
— O Brasil está comprando arroz diferenciado, e aromático, da Índia e da Tailândia. Hoje, temos de agregar valor
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