Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Fonte:|greenconsultores.blogspot.com|

O Brasil está insistindo com a China para colocar em prática o mecanismo permanente de consulta e coordenação entre os dois países, inclusive
para discutir a diversificação do comércio bilateral. O principal
instrumento acertado por Brasília e Pequim, para implantar um plano de
metas até 2014, é a Comissão Sino-Brasileira de Alto Nível de
Concertação e Coordenação (Cosban), coordenada pelos respectivos
vice-presidentes da República.

Só que essa comissão, criada em 2004, até agora teve uma única reunião. Há dois anos que o Brasil tenta reativá-la.

Algumas vezes o estado de saúde do vice-presidente José Alencar, impediu
os encontros. Nos últimos tempos, contudo, os chineses argumentam que
seu vice-presidente está ocupado com a exposição de Shangai ou com
agenda lotada. Nem uma subcomissão econômica foi aceita pelos chineses
para ocorrer logo.

É nesse ambiente que o Brasil espera aumentar a pressão para que Pequim
comece a diversificar suas importações originárias do Brasil, compostas
hoje de 33% de soja, 30% de minério de ferro e 10% de petróleo,
comparados a 95% de manufaturados chineses exportados para o Brasil. Na
prática, desde 2008 não há verdadeiro contato econômico regular entre os
dois países, segundo negociadores.

Na area financeira, a situação é um pouco diferente, em razão dos
encontros entre ministros e banqueiros centrais no G-20, o grupo das
principais economias do planeta. Mas o projeto de utilização comum de
suas moedas no comércio bilateral tampouco avança.

Ao mesmo tempo em que continua sofrendo a pressão dos produtos chineses,
o Brasil está atento a um projeto da União Europeia para fazer uma
concessão apenas ao Paquistão: eliminar as tarifas de importação de 81
produtos por três anos, para ajudar esse país no rastro da forte
inundação que destruiu parte de sua economia.

Só que a indústria têxtil brasileira pediu para o governo tentar limitar
na Organização Mundial do Comércio (OMC) esse projeto da UE. É que a UE
precisa apresentar o pedido na OMC para fazer a concessão apenas para o
Paquistão, sem que ele seja estendido aos outros membros.

A Euratex, representando a indústria têxtil europeia, denunciou que a
lista beneficiará mais de 60 produtos têxteis e confecções originárias
de companhias paquistanesas eficientes, bem equipadas, localizadas fora
das áreas inundadas e com faturamento superior a média da própria
indústria europeia.

Na mesma linha, a Associação Brasileira da Industria Têxtil (Abit) pediu
oficialmente ao governo, em Brasília, para só apoiar os europeus na OMC
se o pacote excluir todo o universo da cadeia têxtil (fibra, fios,
filamentos, tecidos, vestuário, etc) o que significaria destruir o
pacote para o Paquistão. O Brasil exporta atualmente US$ 500 milhões por
ano de tecidos para o mercado europeu e teme perder ainda mais espaço
para os paquistaneses.

A industria têxtil brasileira se opõe também à concessão, pelo Brasil,
de livre acesso para produtos dos países mais pobres do mundo, uma
promessa que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva terá dificuldades de
cumprir até dezembro. O setor alega que o Brasil precisa manter as
tarifas sobre importação de têxteis, diante da forte competitividade de
países como Camboja e Bangladesh, que serão beneficiados pelo plano
brasileiro. Na negociação Sul-Sul, de 11 países emergentes, que deve ser
assinado em Foz do Iguaçu no mês que vem, o Brasil acabou excluindo
concessões no setor têxtil.

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Comentário de Edson Machado da Silva em 11 outubro 2010 às 10:56
O pior cégo é aquele que não quer enxergar.
Está claro nesta reportagem o quanto a China faz aquilo o que é correto, ou seja, importa somente aquilo que precisa e estritamente produtos primários, face a expressividade de produtos manufaturados que o Brasil importa desse país.
Isso sem nos atentarmos a imbecilidade de uma suposta ajuda a um país altamente têxtil, com grandes empresas do setor muito bem estruturadas e, em uma grande maioria, operando com mão-de-obra escrava.
Absurdo.....

Abraços à todos do Forum...

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