Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Capital e trabalho advertem Dilma sobre ameaça chinesa

Capital e trabalho advertem Dilma sobre ameaça chinesa

 

Da noite para o dia, a China deixou de ser um país explorado e depois um gigante isolado para se tornar a potência emergente e talvez até futura líder do mundo. Como nada ocorre de graça, a China trouxe ao cenário mundial uma agressiva política cambial, um sistema político fechado, modelo comercial cheio de mistérios e uma presença internacional pesada. Membro permanente do Conselho de Segurança da ONU e detentor de bomba atômica, a China é uma realidade no planeta. No que toca ao Brasil, a agressividade asiática está incomodando. Há dias, os chineses compraram sete distribuidoras brasileiras de energia, como se estivessem adquirindo um pequeno hotel ou uma franquia do Mcdonald"s.

Durante oito anos, o presidente Lula fez uma política neutra. Não se tornou um aliado firme nem opositor. Prometeu reconhecer a China como "economia de mercado" e , de fato, não o fez. Contentou-se com ganhos em soja e minério, mas deixou que o mercado interno se abrisse para os manufaturados de lá. Em resumo, o Brasil vende minério e compra aço da China. Mas industriais e trabalhadores arregaçam as mangas ante o perigo amarelo. Do lado dos trabalhadores, afirma o deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), presidente da Força Sindical: "Queremos falar com a presidente Dilma, a equipe econômica e os parlamentares para mostrar o mal que isso está causando à economia. Há que se limitar as importações de produtos chineses, pois isso tira empregos dos brasileiros".

Empresários e sindicalistas pretendem convencer o novo governo a adotar medidas de proteção contra as importações e de incentivo fiscal e tributário a setores afetados pelo avanço do processo de substituição da produção local por estrangeiros. Entre eles, estão a cadeia de abastecimento do setor automotivo, bens de capital, eletroeletrônicos, calçados e têxteis. Em janeiro e fevereiro, trabalhadores e a Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp) vão organizar eventos para alertar o novo governo. No âmbito da Fiesp - entidade polêmica, sempre ativa e jamais omissa - foi criada a Comissão de Defesa da Indústria Brasileira (CDIB). Além de pontos gerais, a CDIB aponta um caso específico: baterias para motos e jet ski. O segmento não tem tarifas antidumping como meio de proteção.

Denuncia a CDIB: "Isso acontece desde 2000 e, da mesma forma que todos os demais produtos que sofrem com a concorrência asiática, os chineses têm preços que chegam a ser bem menores que os custos relativos à matéria-prima utilizada para a fabricação de um mesmo produto. Assim, é impossível conseguir chegar sequer próximo a esses preços com o custos de produção no Brasil".

José Luiz Simonelli, um dos membros da CDIB e também da Enerbrax Acumuladores, afirma que o mercado há dez anos era suprido pela indústria brasileira numa proporção de 70% contra os produtos importados. Atualmente esta posição se inverteu e o mercado se abastece de 70% de produtos importados e 30% de produtos nacionais. Num mercado que cresceu muito nos últimos anos, em termos absolutos a perda da indústria nacional foi muito grande. A alíquota de 18% é irrelevante para os chineses.

Nesse ramo específico, alerta Simonelli: "A médio prazo, ocorrerá o fechamento de inúmeras fábricas e perdas de postos de trabalho". E, com a política cambial vigente, o que se verifica em baterias para motos vale para TVs, computadores, automóveis, peças para aviões, agulhas e parafusos. O Brasil está perdendo seu mercado interno para os chineses. Com Celso Amorim, o Itamaraty foi leniente. Resta saber como será a política de Dilma e do novo chanceler, que, pelo nome, merece um voto de confiança: Antonio Patriota.

 

FONTE: http://www.monitormercantil.com.br/mostranoticia.php?id=89030



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Comentário de Fabrício Leite em 23 dezembro 2010 às 19:40

Jorge,

Em muitos casos só o custo que temos aqui de Estamparia já é superior ao produto acabado que chega importado da China.

Desenvolvi junto a um cliente no inicio do ano passado uma ligannete que era produzida com fio liso 100% PES. O produto foi um sucesso durante 5 meses! Seu consumo chegava a 50 tons/mês e tinha até "briga" na sua porta pelo produto.

Logo chegou o importado...

Ele na ocasião trabalhava com o preço de R$21,00. O importado chegou a R$16,00 com 120 dd de prazo de pagamento. Qualquer cor ou já estampado com diversas opções. Este cliente teve que queimar tudo a preço de custo.

Hoje ele faz a importação pois teve que se manter no mercado e este mesmo artigo chega por R$12,00.

Vamos fazer uma conta de padeiro:

Fio: R$7,00

Facção: R$1,80

Tingimento: R$3,00

Estamparia: R$7,00

Perda: 3%

Não precisamos nem somar pra verificar que a competição é injusta!

Comentário de Jorge Medeiros em 23 dezembro 2010 às 18:26
Ainda trabalho com muitas especialidades em estampagens texteis, para centenas de clientes de vários tamanhos. Temos nossos desenhos que fazem muito sucesso, mas sentimos na pele que não dá para competir em preço com a China. Empregamos menos e não podemos pagar melhor. Isto não vai acabar bem para muitos brasileiros, empresarios inclusive, como ja aconteceu com a São Carlos.
Comentário de Fabrício Leite em 23 dezembro 2010 às 10:07
谢谢!新年快乐 (obrigado! Feliz ano novo) rsrs...
Comentário de Fabrício Leite em 23 dezembro 2010 às 9:25
Muito bom Luiz!!!
Comentário de Reimar em 23 dezembro 2010 às 9:12
Amigos Brasilianos, MUCHO Attencion a la industria y capital Chino. En Europa estan distruido miles de puestos de trabajo in la industria textil.
Comentário de gavin paulo bourdon em 23 dezembro 2010 às 8:26
Sem emprego não ha consumo!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

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