Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Chico Buarque faz 70 anos mas continua um “adolescente rebelde"

Algumas pessoas são a prova viva de que a idade nem sempre traz consigo a maturidade, tampouco a sabedoria, muito menos o caráter. Pau que nasce torto nunca se endireita, diz o ditado popular. E, de fato, vemos que muitos artistas não conseguem sair da prisão intelectual que é o esquerdismo infantil. Um desses é, sem dúvida, Chico Buarque, o músico que completa esta semana 70 anos, já sob intensa apoteose da “mídia golpista” (curioso, não?).

O compositor não me interessa aqui, e sim o artista engajado, aquele que defende os corruptos do PT e até ditaduras comunistas como a cubana. Vejam o que anda circulando pelas redes sociais, por exemplo. Não sei se a mensagem é realmente de sua autoria, mas que combina com sua visão equivocada de mundo, isso não resta dúvida:

Chico Buarque PT

Chico fala “tudo”: tudo aquilo que idiotas úteis acreditam por total alienação. É muita canalhice tentar vender a ideia de que toda a revolta com as estripulias, maracutaias e incompetência do governo do PT não passa de um produto de uma elite golpista e recalcada. Tem que ser muito sem noção ou safado para sustentar algo tão absurdo.

Claro que alguém assim mereceria grande destaque em Esquerda Caviar. Como, de fato, aconteceu. Segue abaixo o longo trecho que fala deste ícone do fenômeno, idolatrado não apenas por suas canções, mas justamente por sua visão ideológica:

Chico Buarque

Com a morte de Oscar Niemeyer, o trono de rei da esquerda caviar brasileira foi para Chico Buarque. Se há alguém que seja “unanimidade” nesse país, esse é Chico. Tímido, com seus olhos verdes que encantam as mulheres, com sua compreensão do feminino em sua obra, o autor de “A banda” se tornaria o bastião da “justiça social”, o grande compositor e escritor que dá voz aos desvalidos e oprimidos.

Se o falecimento de Niemeyer gerou tanta comoção, nem quero imaginar o dia em que Chico Buarque não estiver mais entre nós. Como disse Paulo Francis: “Para os célebres, é bom morrer no Brasil. O morto deixa de ser humano, com defeitos e qualidades, e é canonizado”. E ainda completou: “Somos um povo imaturo, em busca de Fuhrers, ainda que se limitem a tocar violão”.

Filho do respeitado historiador Sérgio Buarque de Holanda, autor de Raízes do Brasil, Chico cresceu em uma família de classe alta. Queria ser arquiteto, mas largou a faculdade e virou músico. Disputava com Geraldo Vandré não apenas o prêmio dos festivais de música, mas também o posto de mais famoso ícone da résistance ao regime militar. Desde então, virou celebridade não só como músico e compositor (o que me parece merecido), mas como pensador político (um absurdo).

Não fosse pelo avanço da internet e das redes sociais, Chico Buarque jamais saberia que não é uma unanimidade. A julgar pela grande imprensa apenas, o grau de reverência beira o patético. É idolatrado. E pior: não só pelo seu talento artístico, mas também pela visão política. É somente por isso que merece destaque nesse livro. Não estou interessado no Chico músico, e sim no defensor de nefastos regimes comunistas, no que ajuda a preservar no poder o partido mais corrupto e autoritário do Brasil, o PT de seu coração.

No livro Chico Buarque do Brasil, organizado por Rinaldo de Fernandes em homenagem aos sessenta anos do ídolo, a reverência de alguns textos chega a ser constrangedora. Chico César, por exemplo, alega que o Buarque é o “aniquilamento de nossas vaidades e veleidades intelectuais e morais”, de nosso “ego”, pois a comparação é “desigual e dolorosa”. O homem é praticamente um Deus!

A rasgação de seda é tão escancarada que confesso ter desconfiado de que se tratava de uma ironia. Mas não. Os elogios parecem sinceros. Chico está lá longe, no alto, bem acima de todos nós, reles mortais. Eis o que escreve Chico César:

Não que Chico Buarque demonstre esforço para ficar lá, olímpico e majestoso em sua bondade e retidão, seu rigor estético e sua verve generosa. Nós é que não somos. E nosso esforço patético em perseguir suas qualidades parece mostrar mais ainda, desnudar de vez nossa fraqueza. Somos uns escrotos, gente ruim e sem beleza. Sem caráter, sem firmeza na defesa das ideias, das mulheres, das gentes necessitadas.

Epa! Fale apenas por si, Chico César! É ou não constrangedor? Parece que estamos lendo um relato sobre um santo abnegado, um semideus que nos deu a graça de sua vinda para que pudéssemos apreciá-lo, tocá-lo. Realmente chocante…

Os demais convidados do livro mostram o viés político da obra e da figura de Chico Buarque. Tem o “frei” Betto, aquele que nunca desistiu de transformar o Brasil em uma enorme Cuba. Tem o Chico Alencar, deputado do PSOL, o partido que consegue ser mais esquerdista que o PT. Alencar também babou bem o ovo do xará ao dizer: “Seguimos encantados ao lado dele. Chico Buarque é para todos, é para sempre”.

E tem Leonardo Boff, o guru da Teologia da Libertação, uma tosca mistura entre marxismo e cristianismo. Boff retrata Chico como um grande cristão humanista, imensamente preocupado com os mais pobres. No fundo, a Teologia da Libertação parece adorar a pobreza, e não os pobres (até porque, a depender de suas receitas, seremos todos pobres).

Boff conta que Chico esteve “doente” quando mais jovem, pois flertara com a Tradição, Família e Propriedade (TFP), que seria “medieval”, “conservadora” e “fascista” (como se fosse tudo praticamente sinônimo). Mas felizmente foi “curado” daquele ilusório encantamento, tornando-se um humanista engajado nas causas sociais de esquerda. Boff explica que Chico se situou ao lado da “gente humilde”, e faz a seguinte comparação:

Chico viveu a mesma experiência de seu patrono Francisco de Assis. Essa experiência o converteu de filho de um comerciante a um amigo e companheiro dos pobres. Ele falava de sua “gente poverella”, da gente humilde da Toscana. De burguês e membro da “jeunesse dorée” que era, largou tudo e fez-se pobrezinho como eles.

Ele deixou passar despercebido um “pequeno” detalhe: Chico não se desfez de bem algum! Ao contrário: na prática, é fã da propriedade privada e das maravilhas que só o dinheiro – muito dinheiro – pode comprar. Exemplo? Chico é proprietário de um grande terreno no Recreio dos Bandeirantes apenas para jogar suas “peladas”. Ele adora futebol, como boa parte da população brasileira, mas quantos “pobrezinhos” podem se dar ao luxo de ter um terreno desses para dar caneladas nos amigos?

Além disso, mora em uma bela cobertura, avaliada em milhões de reais, no bairro mais valorizado do país, aquele amado pela esquerda caviar: Leblon. Como sei que é bela? Simples: o compositor abriu as portas de seu enorme e luxuoso apartamento para a revista Alfa, esfregando a contradição entre seu discurso socialista e seu estilo de vida na cara de quem tivesse olhos para enxergar e não fosse lobotomizado pela propaganda esquerdista. Convenhamos: ser socialista assim é fácil, não? Quero ver ser socialista em Cuba…

Em diversos aspectos Chico se enquadra no fenômeno esquerda caviar. Não só veio de família relativamente abastada, sob a sombra do sucesso do pai, como ele mesmo ficou muito rico. Certa vez, confessou sua vaidade precoce: “Eu me lembro de, lá pelos dezoito anos, ir para a Faculdade de Arquitetura com esses livros em francês, o que era uma atitude um pouquinho esnobe”. Berço de ouro, bem distante da realidade da média nacional.

Mas isso não impede que seu discurso o coloque como um dos grandes defensores dos pobres. É identificado com todo tipo de minorias, e suas letras deixam isso claro. O pedreiro, o pivete, os sem-terra, a prostituta, esses são os heróis de suas canções. Chico Buarque, rico e famoso, é visto como o representante dos pobres e oprimidos. Totalmente esquerda caviar.

Apesar do reconhecimento por ter desafiado nosso regime militar, seria descabido afirmar que seja um defensor incondicional da democracia. Sua aversão a ditaduras sempre foi bastante seletiva. Nunca ouvimos uma palavra sua condenando, por exemplo, a mais longa e cruel tirania do continente, de seu camarada Fidel Castro. Chico, que já esteve em Cuba, parece não ter se sensibilizado com toda aquela desgraça, miséria e escravidão. Eis o que disse uma vez sobre a Ilha Presídio, na época do regime militar:

Lá todos pensam da mesma maneira, pois todo o povo está integrado ao processo revolucionário. O Brasil, para atingir o socialismo, deveria passar por um processo revolucionário idêntico ao cubano. O mundo todo caminha para o socialismo. Inevitavelmente, mais cedo ou mais tarde, todos os países serão socialistas.

Note-se que trata como algo positivo a ideia – felizmente falsa – de que em Cuba “todos pensam da mesma maneira”. Uma compreensão totalitária do mundo, que marginaliza o dissenso.

A ilha caribenha, velha paixão de Chico (à distância), faria com que tivesse, inclusive, diferenças com o amigo Betinho. O sociólogo Herbert de Souza, ele mesmo um comunista, era também aidético. E isso falou mais alto quando um grupo da esquerda caviar fez o primeiro voo do “Solidariedade a Cuba”. Chico Buarque não pôde ir, e Betinho não quis. Em vez disso, mandaria com a delegação uma carta criticando o modo como o regime de Castro tratava os portadores de HIV.

No livro Estreitos nós, uma coletânea de artigos em homenagem a Betinho, o “semeador de utopias”, Chico Buarque fala sobre o episódio da seguinte forma: “Na época fiquei chateado, porque achei que havia uma certa desinformação do Betinho…” Acusa Betinho de desinformação, embora seja incontroverso que o regime cubano perseguia e ainda persegue aidéticos. No fundo, era o próprio Chico quem tinha total interesse em desinformar. 

Em abril de 2013, escolheria mais uma causa típica da esquerda caviar para abraçar: a salvação do macaco muriqui. O cantor virou conselheiro da Ecoatlântica, ONG que luta pela preservação do primata. Ancelmo Gois divulgou em sua coluna uma foto em que Chico imitava um macaco, algo um tanto constrangedor, que provavelmente envergonharia seu pai Sérgio. Mas, para ajudar os cubanos vítimas do “cumpanheiro” Fidel, nada! Esquerda caviar é isso: prioriza os primatas e ignora o povo oprimido pelo socialismo. Como diriam nas redes sociais: “poser total”!

O poeta Carlos Drummond de Andrade, em entrevista de 1987, confidenciou a Luiz Fernando Emediato que fora procurado uma noite, quase de madrugada, por Chico Buarque. O cantor apareceu com o embaixador da Nicarágua no Brasil, e a intenção era criticar Drummond por um artigo sobre o regime ditadorial sandinista na Nicarágua. Em outras palavras, Chico atuou como intermediário para ajudar a propagar mentiras sobre uma ditadura infinitamente pior que a nossa, mas que era de esquerda, alinhada a Cuba. Isso pode.

Quando nosso regime militar apertou o cerco contra os comunistas, em boa parte devido aos abusos cometidos pelos próprios comunistas, Chico Buarque foi para o exílio. Mas não escolheu Cuba ou a União Soviética como destino. Nada disso! Foi para a Itália e fez uma série de shows com Toquinho. Pouco mais de um ano depois, estava de volta. Um “exílio” desses até eu quero! Mas o combatente do regime militar ganhou uns pontos extras e pôde acrescentar no currículo o termo “exilado”, o que aumenta o charme da sua resistência.

Outra característica que marca sua liderança no ranking da esquerda caviar é a proximidade com o poder. Chico tem as portas do Planalto sempre abertas, e sua adesão em campanhas eleitorais vale ouro. Sua irmã Ana chegou a ser ministra da Cultura do governo Dilma, mas, após uma curta passagem, apagada e medíocre, foi substituída por Marta Suplicy, outra grande representante da esquerda caviar nacional.  

Chico Buarque, que estava à toa na vida, ouviu um chamado de seu amor: a causa socialista. Tudo retórica, claro. Na prática, leva vida de burguês bem abastado, próximo ao poder, desfrutando daquilo que só o capitalismo pode oferecer. O Oscar de melhor ator da esquerda caviar vai para ele, sempre abraçando as bandeiras populistas e demagógicas que tanta miséria espalham pelo país. Mas, apesar de você, amanhã há de ser outro dia…

Rodrigo Constantino

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Comentário de Gunther Arnold Retz em 16 junho 2014 às 13:11

Culpa dos militares. Se o Brasil tivesse virado Cuba, esse parasita teria sido uma das primeiras vítimas; por outro lado, se tivessem mandado o asno pra vala, seria só mais um cartaz da claque da comissão da verdade. No final das contas: culpa dos militares.

Grande poeta, pena que é um idiota!

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