Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

  

FONTE : Valor Econômico


Há enorme coincidência entre os produtos brasileiros que vêm perdendo a

competitividade e os setores em que a China se tornou o mais ameaçador concorrente,

constata pesquisa feita pelos economistas Fernando Puga e Marcelo Nascimento, do

BNDES. Os chineses são, portanto, apenas a face mais evidente de um bicho de muitas

caras, a crescente superioridade dos produtos importados sobre o similar nacional. A

China é a mais notável e também a mais ativa: o estudo comprova que os chineses são

responsáveis por dois terços do avanço das importações no mercado doméstico

brasileiro nos últimos cinco anos.

Comparando dados desde 2005 até agosto de 2010, Puga e Nascimento constataram

que, em 2005, eram apenas seis os setores da indústria brasileira em que a China

representava mais de 10% das importações. De um total de 19, a China, em 2010, já é

fornecedor de mais de 10% das importações em 12 setores industriais. Principal

exportador ao Brasil, a China já tem uma fatia de quase 40%, em alguns casos superior

a 60%, das importações de produtos intensivos em trabalho, como têxteis, vestuário,

calçados e móveis.

A novidade é que os chineses duplicaram a participação nas importações de certos

produtos intensivos em tecnologia, mais sofisticados, como material elétrico,

mercadoria em que, hoje, de cada US$ 10 importados, US$ 4 vêm da China. Mais de

um quarto do total de compras brasileiras de bens estrangeiros intensivos em tecnologia

vem da China (essa proporção era de 15,4% em 2005).

Nas importações de máquinas e equipamentos, a participação chinesa nas importações

ainda não é grande, é de quase 15%, mas cresce aceleradamente: é hoje dez pontos

percentuais superior à parcela que tinha apenas cinco anos atrás. Comparando a

evolução do coeficiente de importação do Brasil - a parcela do consumo brasileiro

atendida por fornecedores externos -, os economistas do BNDES constataram que a

China foi responsável por 63% do aumento da importância das importações de bens

intensivos em tecnologia - incluídos aí também os eletrônicos e equipamentos de

transporte.

Material elétrico foi o setor onde mais a China contribuiu para o aumento do coeficiente

importado, 73%, o que a leva a atender um quinto de todo o mercado doméstico para

esses produtos. No caso dos bens intensivos em trabalho, a China responde por metade

do aumento no coeficiente de importação nacional, em média, mas é a razão de mais de

80% do coeficiente de importação no setor de móveis e similares.

Em setores intensivos em escala, como químicos, borracha e plásticos, metalurgia

básica e veículos, a China avançou pouco e teve desempenho menor ainda na venda ao

Brasil de produtos intensivos em recursos naturais, como papel e celulose, combustíveis

e bens da indústria extrativa.

O resultado do estudo de Puga e Nascimento não contraria a noção comum de que o

país vem perdendo espaço para a competitividade chinesa. O fato notável que os

economistas ressaltam, porém, é a clara correlação positiva entre o desempenho da

China e o desempenho das importações totais: os chineses avançaram mais nos setores

onde o mercado doméstico passou a buscar mais fornecedores externos (exceção feita

aos setores automobilístico, onde as montadoras europeias e americanas dão preferência

aos fornecedores argentinos e mexicanos, e os de metalurgia básica e combustíveis, por

razões similares).

O que chamou a atenção dos economistas foi a grande disparidade entre diversos

setores, no que diz respeito aos coeficientes de importação de produtos chineses. O que

teriam em comum setores como têxteis e eletrônicos? Por que os chineses, tão eficientes

em conquistar mercado em alguns setores, não penetraram em outros, onde também são

competitivos? Os economistas do BNDES constataram que os setores onde há menor

coeficiente de importação chinesa são também aqueles em que o Brasil tem maior

participação do mercado mundial - ou seja, maior competitividade global.

O estudo constata que, até agora, há uma complementariedade entre os chineses

importados e os produtos nacionais; a China abastece o mercado onde o Brasil não tem

a desejada competitividade. A rapidez e a versatilidade com que os exportado res

chineses têm aumentado sua presença no mercado doméstico, porém, recomenda uma

estratégia para enfrentar a competitividade asiática, que não se baseia só em um câmbio

favorecido, mas também em políticas industriais, melhoria de infraestrutura e

investimento de educação.

Claramente, o estudo do BNDES indica que enfrentar o competidor chinês com os

velhos instrumentos de defesa comercial não é suficiente. É preciso dotar a indústria

brasileira de competitividade, e o novo governo sabe muito bem que agenda adotar.

Melhoria de infraestrutura, desburocratização, redução de impostos são promessas

antigas, de cumprimento inadiável.

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Comentário de Sam de Mattos em 23 dezembro 2010 às 11:59

Ah, Aparecida! O velho aqui gostaria tanto de ter a tua capacidade de encapsular os temas.

Certo, certo. Juros altissimos e bancos rock-and-rolling...

Quanto ao Paternalismo Governamental, tambem concorro plenamente. Sempre jogam-se as piabas e carapebas aos miseraveis, e nada de VARA DE PESCAR + educacao pesqueira.

Hug-ao (abracao) Sam de Mattos.

Comentário de aparecida maria de carvalho em 23 dezembro 2010 às 9:41

 Realmente o que você comentou diz todo respeito não só a produção industrial, mas em todo o processo pelo qual o país está passando pelos últimos 10, 20 anos. Só discordo quanto ao caminho trilhado pelo Brasil: Socialista nem pensar. Estamos vivendo sem sombra de dúvida sob um governo capitalista/paternalista bem ao estilo Vargas.

  Ajuda-se os pobres, porém muito mais os ricos. É só nos lembrarmos que nunca os banqueiros, empreiteiros e políticos ganharam tanto como nesta última década. Não começou com o Lula- que fique bem claro- mas ele seguiu muito bem a cartilha do FHC. E ainda por cima, dizem que o Brasil é o exemplo de democracia a ser seguido...

   Difícil mesmo agora será segurar toda essa massa que quer consumir produtos baratos- de qualidade duvidosa- soma perfeita do mercado chinês e afins.

   Mas não nos esqueçamos que não são só estes emergentes que enchem as sacolas de pordutos piratas...  As classes "A" e "B" também já não dispensam estes produtos.

    Realmente o problema no país tem um caráter educacional, e que infelizmente não poderá ser resolvido em um curto ou médio espaço de tempo.

Comentário de Sam de Mattos em 22 dezembro 2010 às 17:08

SONHANDO NO MUNDO DA LUA:

 

Grande Artigo Aparecida:

E você bateu com o martelo, no final dele, bem na cabeça do prego: A PRODUTIVIDADE!

Os Chineses estão muito mais bem preparados em tecnologia do que nos. Nosso investimento em EDUCACÃO é FESES. Sem educação seremos para sempre uma REPUBLICA DE BANANAS, um vendedor de Minério de Ferro e importador de torneirinhas; um vendedor de petróleo e importador de pet ou plásticos.

Sim necessitamos de maior produtividade, mas para martelar este preguinho ha uma sequência de outros:

1-PRECIZAMOS NOS EDUCAR, À TOQUE DE CAIXA E RAPIDAMENTE. Do contrario seremos uma feliz e semi-prospera Bangladesh, contentes num cúbico pintadinho, de lajotas numa favela pacificadas e satisfeitas com futebol, fantástico e uma ”cachacinha com uma loura suada” em mesas amarelas de plástico. Este item é URGENTE.

2-PRECIZAMOS REEQUIPAR TODO O NOSSO PARTE INDUSTRIAL e utilizar os técnicos dispersos pela ROBOTIFICACAO em outras indústrias. Ha sede desses técnicos – e de mais ainda.

3-PRECISAMOS TRAZER TECNOLOGIA AO BRASIL. Você sabia que grande parte do INTELIGENTZIA da indústria de sapatos e couro do RG está agora NA CHINA?

4-PRECISAMOS produzir PORCARIA BARATA para a emergente e consumista Classe Media brasileira. Serio: Flores de plástico, quinquilharias, óculos vagabundos e toda a gama de produtos vendidos na Rua 25 de Marco, POIS PARA ESTES SUBPRODUTOS há um mercado imenso de compradores. Comprando porcaria da China, e dinheiro que vai para China. Comprando porcarias verde-e-amarelas e EMPREGO CRIADO e balanço positivo na balança de importação – exportação. Depois, ganho este mercado, faremos um upgrade positivo em direção à qualidade melhor.

5- Para a classe A, que viaja para NY, LAX, Paris, ROMA, Usa para suas comprar de eletrônicos e produtos diversos mais finos, precisamos produzi-los COMPETITIVAMENTE  no Brasil, com tecnologia DE PONTA e MENOS IMPOSTOS.

6-PRECISAMOS PAGAR MENOS IMPOSTOS. E também que nossa gente ROUBE COMEDIDAMENTE. Já não sou ingênuo de esperar honestidade no Brasil, mas por meio deste começo uma singela campanha de STICKER de para-choques dizendo: Políticos e Funcionários Públicos: “SEJEM PATRIOTAS: ROUBEM COMEDIDAMENTE”.

7- PRECISAMOS DE TERMINAR ESTA CHANCHADA de ter a indústria privada fazendo o PAPEL SOCIAL que devia ser feito pelo Governo, com o dinheiro que nos pagamos para tal por meio de impostos. O que resulta nesta tributação esfomeada as indústrias - e esperar que eles façam grande parte da imensa e generosíssima obra social do governo? Um exemplo para ilustrar isto: Uma firma paga salario por vários meses, para uma funcionaria dar a luz e amamentar o filho. Nobre. Muito nobre. Mas é um exemplo do orgasmo governamental com o uso de uma genitália alheia. Em que resulta isso? Resulta em desemprego para mulheres que estaria sendo empregadas se não existissem essas benesses extensas, - com o dinheiro do empreendedor... Muita tributação e muita exigência social da Indústria resultam em subempregos e o funcionário se “rebentando” muitos mais em ter um segundo trabalho e ser forcado a fazer “bicos” no final de semanas para complementar um nível de vida digna. Não precisamos de um sistema ESCRAVAGISTA e TIRANO como o da China com os seus empregados. Nem do sistema Capitalista Selvagem da América. Mas precisamos nos posicionar se queremos uma nação SOCIALISTA ou CAPITALISTA, e não ficar na esquizofrenia do “entre os dois”.

Necessitamos apertar o pouco o cinto de nossa ética de trabalho e fazer com que os nossos trabalhadores se SINTAM RECOMPENSADOS financeiramente pelo fruto de mais trabalho, menos férias, menos encardo e mais dinheiro no bolso, menos “bicos” e mais abundancia e dignidade financeira.

8-NECESSITAMOS AUSTERIDADE NO GOVERNO: Como e possível um deputado aumentar os seus salários desta maneira> Como a permissão de quem? Deles mesmos?  Algo esta errado no sistema e TEM QUE SER MODIFICADO. Deputados não podem ser DITADORES NO QUE TANGE AS SUAS CONVENIENCIA! Eles devem responder como cidadãos de um país democráticos, devem ser questionados, devem ser julgados e compensados como nos. Eles são tão cidadãos e sujeitos a constituição como você e eu. E se a Constituição permitir estes disparates cabe a nós a MODIFICAR, por meios democráticos, e cuidarmos bem de quem nós elegemos.

9-TUDO ISTO DITO ACIAMA E MERA QUIMERA – Se não cuidarmos da EDUCACAO FORMAL, DA CIDADANIA, DO CONCEITO DE DIGNIDADE de nossos cidadãos. Ninguém pode estar numa situação de prostituir filhas, de vender votos por camisetas ou cestas básicas. Devemos exterminar e INDÚSTRIA DA FOME, DA IGNORANCIA, DA SEDE, DA DESINFORMACAO E IGNORANCIA que prevalece nas usinas do Nordeste e de Tantas Casas Grandes e Senzalas que ainda existem por ai.

10-CONCEITO PROFUNDO DE CIDADANIA e de saber quem e o boi e que e a carreta. Temos que saber muito bem, por exemplo, que um piloto de avião e um mero motorista de ônibus alado e que “anda” rápido. Com todo o respeito, ele é o ”motorista” e eu, o cliente: Que sento ATRAS enquanto ele me “dirige”. Ele é meu funcionário. Sem minha passagem ele estará desempregado. Ai é saber onde anda o boi e onde está a carreta.

Deputados, Senadores, Ministros, Vereadores e ate o Presidente são os NOSSOS EMPREGADOS. Eles vivem como vivem por NOS O POVO demos a eles o cargo, por meio do voto.  Mais isto nunca será entendido enquanto houver a DESINFORMACAO, A DESEDUCACAO e estes campos de concentrações de mentes de brasileiros humildes, hoje ainda existente, e que emperra e emperrara os pais.

Finalmente atrás da tão decantada PRODUTIVIDADE tem uma serie de tema de base que devera ser abordado pela nossa presidenta e isto será uma obra HERCULEA: Trocar a cultura e a subjugação de cidadania que existe há séculos.

Sem querer desmerecer o Presidente Lula, sabemos que ele foi possibilitado de concluir o seu mandato com muito êxito devido ao MOMENTO ECONOMICO GLOCAL e nos termos uma economia razoavelmente instável no começo de seu mandado E DE SERMOS UM PAĺS CONTINENTAL E RICO.

Agora cabe a Presidente eleita a Sra. Dilma Rousseff, com uma grande experiência sociológica e tendo conhecido de perto a REPRESSAO, cabe a ela assinar a carta de alforria desta massa oprimida. Cabe a ela por ORDEM NA CASA, EXIGIR que o dinheiro publico, seja gasto com o povo, diminuir os excessos de Brasília e por um BASTA, um fim, as estas disparidades sociais, que travam a nosso indústria, o nosso poder de competição: que tiram a nossa dignidade como povo e não deixa sermos animais pensantes e não-alienados.

Se houver reformas nessa área, ainda que velho, deverei viver para ver a nossa nave espacial pousar em marte ou pelo menos na lua.

Se não houver uma atitude drástica contra o despotismo politico acima mencionado, seremos nação VASSALA, uma REPUBLICA DE BANANAS e eu deverei morrer AINDA SONHANDO com um Brasil melhor para os meus tetranetos, e talvez estando ainda no mundo da lua.

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