Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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China? Que nada. Teremos outras preocupações (ou desculpas) a curto e a médio prazo.

Há muito tempo estamos nos preocupando e culpando a China e seu Yuan super-subsidiado e até dopado de tanto dumping por todas nossas mazelas.

Mas, como postei nesse blog em março do ano passado (e que havia antecipado há 13 anos), essa preocupação iria acabar com o aumento dos custos na China e, principalmente, o aumento do Poder Aquisitivo do chinês.

Se me permitem ser repetitivo, vou copiar abaixo o link desse texto que mencionei:

http://textileindustry.ning.com/forum/topics/aumento-de-custos-forc...

 

Pois bem, meus amigos. Sem querer ser alarmista, sugiro que comecemos a estudar algumas moedas, como o Ringgit malaio, o Dong vietnamita, a Rúpia indonésia e todas as demais rúpias da região, inclusive a indiana. Elas substituirão nossos pesadelos com os Yuans da vida por algum tempo.

Mas, se isso servir para tranquilizar, será por pouco tempo. Em longo prazo, nossos piores pesadelos virão com o nome de Kwanza angolana, Shilling somaliano, Leone de Serra Leoa, Birr etíope, Cedi ganense...

Não necessariamente nessa ordem, vejo que esses serão os países que, por seus baixíssimos custos de mão de obra, substituirão a China no cenário mundial.

O cômico é que daqui a alguns anos, será ela que estará na OMC reclamando da pirataria, comércio desleal, travando batalhas anti-dumpings... Quem viver verá.

O que podemos (e devemos) fazer então?

a)      Antes de tudo, sermos patriotas (apesar do dinheiro ser apátrida). Nosso amigo Eduardo Junger sugeriu uma campanha de conscientização do tipo “Compre da China e crie um desempregado”. Foi isso que me levou a escrever isso tudo.

b)      Depois disso, devemos ser patriotas, fazendo com que nossos jovens ao invés de terem nojo e repudiarem a classe política, de tanto os chamarmos de ladrões; passem a se engajarem, a estudarem, a participar dos Partidos e assim, consequentemente, virem a substituir os políticos que aí estão. Culpam os Renan Calheiros, os José Sarney, os Collor, os Dirceu da vida, mas ninguém se habilita a substituí-los. Depois reclamam da “perpetuidade” dos mesmos no Legislativo.

c)       Em seguida, devemos ser patriotas. Sim! Como patrões ou como empregados. Como professores ou como alunos. Como médicos ou como pacientes, devemos ser patriotas. Como? Fazendo o melhor que pudermos – sempre.

Se vc é patrão, por que trazer de fora o que pode ser produzido aqui? Por uma questão de inteligência e não de sobrevivência, vc devia pensar nisso, porque os desempregados que vc deixar na rua, não comprarão o que vc trouxer de fora, por mais barato que seja; já que desempregado não consome.

Se vc for empregado, por que onerar seu patrão com os altíssimos índices de falta ao trabalho que temos? Por que onerar seu patrão com a baixíssima produtividade, fabricando X peças quando vc e eu sabemos que poderia ter produzido no mínimo 30% a mais? Por que estragar uma peça, uma ferramenta ou uma máquina por displicência ou má vontade? Não se esqueça: - A ineficiência, o excesso de faltas e a displicência podem ser uma arma. A vítima pode ser você.

 

Se vc for professor, por que se portar como funcionário público russo, que diz orgulhosamente: “O governo finge que paga e eu finjo que trabalho”? Se vc está nessa função por falta de opção, lembre-se que pode ser o principal culpado pela baixíssima qualidade do ensino do Brasil. Existem professores e, principalmente professoras, que amam o que fazem e as vejo no nordeste - verdadeiras heroínas lecionando em taperas, em barracos, no chão... passando aos seus alunos o pouco que aprenderam, depois de caminharem quilômetros e quilômetros a pé, enquanto que na maior metrópole da America do Sul, dona da maior malha rodoviária, metroviária, de trens e acho que até de ciclovias, muitos, muitos e muitos “professores” deixam de cumprir seu sagrado dever e seus alunos sem aula por estar resfriados, com dor de cabeça, dor de estômago, dor de chif...

Se vc for aluno, por que ficar brincando em sala de aula? Quando vc se deparar com um professor de verdade, dê o melhor de si para aprender tudo o que puder. Quer saber como? Deixe o facebook um pouco de lado e pesquise como estudam os orientais e veja como conseguiram dar o salto que deram e se tornarem os Tigres Asiáticos. O governo ajudou com políticas adequadas, mas os estudantes fizeram a sua parte: - Estudaram, estudaram e colocaram em prática o que aprenderam. E fizeram de suas indústrias e países a potencia que são hoje. Se o cara que estiver à sua frente, não for o professor que vc espera, incentive-o a ser. Quem sabe vc não ajuda alguém a se encontrar na vida.

 

Se vc for médico... bom! Vc jurou a Hipócrates que sabia o que deveria fazer, não é? Enão não sou eu quem lhe dirá.
Se vc for paciente e se deparar com um médico que ama o que faz, faça o que ele lhe pede – tome os remédios na hora e da forma certa. Nunca peça atestados falsos e nem fraude os que ele lhe der.

 

d)      Em quarto lugar, devemos ser patriotas. Se fazemos parte de uma classe ou seguimento, devemos nos lembrar que a maioria de nossos governantes são Políticos Profissionais, ou seja, não entendem nada de cadeia produtiva (embora de cadeia muitos entendam rsrsrs), não entendem nada de logística, de Mercados, etc...  enquanto não fizermos a renovação que citei no item B), a maior parte só entenderá de fisiologismo, nepotismo, populismo.

O que fazer então? Lobby.  Entende-se por lobby “o esforço desenvolvido por uma empresa ou entidade no sentido de influenciar o Executivo (o Governo) ou o Legislativo (os políticos) tendo em vista a defesa dos seus interesses”.  Se tivermos interesses genuínos de preservar empregos num segmento, num bairro, numa cidade, num país, estaremos sendo patriotas. Portanto, será um Lobby Patriótico.

 

e)      Finalizando, devemos ser patriotas. Se não fizermos algo, ainda assim poderemos fazer o melhor: - Como coveiros ou como defuntos.

 

 

Quer saber mais, leia minhas sugestões nesse blog. E melhore-as.

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Comentário de Oscar da Silva em 28 janeiro 2013 às 10:11

Há um bom tempo Romildo, um bom tempo.  Assim como os americanos, os japoneses, os coreanos e até alguns brasileiros.

Mas nada ainda que se compare ao "estrago" feito pelo dumping chinês. Mas isso é só questão de tempo - e é essa minha preocupação, se não tomarmos as devidas precautivas.

Comentário de Romildo de Paula Leite em 28 janeiro 2013 às 9:28

  Oscar, A China já começou a investir nas industrias têxteis asiáticas há algum tempo.

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