O Coeficiente de Exportação (CE) da indústria de transformação, medido pelos departamentos de Pesquisas e Estudos Econômicos (Depecon) e Relações Internacionais e Comércio Exterior (Derex) da Fiesp, fechou o segundo trimestre de 2016 em 20,9%, variação de 0,1 ponto percentual (pp) no acumulado de abril a junho em relação aos três primeiros meses do ano.
O relatório mostra que no período analisado, o envio de produtos brasileiros para o exterior cresceu 0,5% (em quantum) enquanto a produção nacional teve expansão de 1,1%.
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O diretor titular do Derex, Thomaz Zanotto, afirma que os números ainda são resultado do período em que a taxa de câmbio esteve mais desvalorizada. “O pequeno aumento das exportações ainda é reflexo de um período de 12 meses em que a taxa média de câmbio esteve acima dos R$ 3,70. Porém, desde o começo de 2016, já observamos uma valorização cambial em torno de 15%, o que tende a estimular a retomada das importações.”
Zanotto destaca que os resultados são melhores no tocante às exportações versus importações nos bens de ciclo mais longo, ou seja, nos negócios fechados ainda com câmbio mais favorável. E há uma piora nos números dos bens de ciclo mais curto, como calçados, refletindo já a mudança do câmbio
Houve alta de 1,0 pp no Coeficiente de Importação (CI), que passou de 19,1% no primeiro trimestre de 2016 para 20,1% no segundo, nível semelhante aos 20,3% do mesmo período de 2015.
A análise das variáveis que compõem o coeficiente mostra que a alta se deve à expansão de 7,6% das importações (em quantum) e ao aumento de 2,4% no consumo aparente. “Olhando o CI, começamos infelizmente a sentir um pouco os efeitos do câmbio no comércio exterior brasileiro”, diz Zanotto. “As luzes amarelas estão se acendendo no tocante à apreciação do real versus o dólar, principalmente num cenário externo em que há excesso de produção e recursos e juros muito baixos.”
As mudanças são muito pequenas ainda, na opinião de Zanotto. É preciso, diz, esperar mais um trimestre, mas a tendência à redução das exportações e aumento das importações deve se acentuar.
Câmbio Na análise de Zanotto, o Brasil vai na contramão do que se faz no mundo, em que os países tomam medidas muito fortes para recuperar sua indústria e usam o câmbio como principal arma no comércio exterior. Todos mantêm suas moedas o máximo possível desvalorizadas. “Nós infelizmente caminhamos no sentido inverso. Quando se valoriza o câmbio se taxa o trabalho aqui e suas exportações e subsidiando o trabalho lá fora e as importações. Foi o que se fez de forma quase suicida entre 2006 e 2013, mais ou menos, e o resultado foi o que vimos. E no entanto estamos deixando o câmbio se apreciar de novo. Para nós isso é sinal de preocupação.” Zanotto destaca também o prejuízo provocado pela volatilidade, com a variação rápida das cotações.
Setores Dos 21 setores analisados pelo Coeficiente de Exportação e Importação (CEI) da Fiesp, 10 tiveram crescimento do CE no segundo trimestre de 2016, na comparação com o primeiro. Houve estabilidade (0,0 pp de variação) em 2, e em 9 ocorreu queda. Os destaques mais positivos foram os setores de produtos de fumo (alta de 3,6 pp) e indústrias diversas (1,9 pp). A retração mais acentuada (-7,4 pp) foi registrada em produtos têxteis.
No CI, houve crescimento em 12 dos setores analisados, e 9 apresentaram retração. As maiores variações positivas foram registradas pelos setores de derivados do petróleo, biocombustíveis e coque (4,9pp) e máquinas e equipamentos (4,4 pp). As maiores quedas foram do setor de farmoquímicos farmacêuticos (-2,6 pp) e couros, artefatos de couro, artigos para viagem e calçados (-0,8 pp).
Metodologia Depecon e Derex relançaram neste ano os Coeficientes de Importação e Exportação da indústria brasileira (CEI).
O levantamento tem como objetivo analisar de forma integrada a produção industrial e o comércio exterior. O Coeficiente de Exportação (CE) mede a proporção da produção que é enviada para fora do Brasil, enquanto o Coeficiente de Importação (CI) mede a proporção de produtos consumidos internamente, porém fabricados fora das fronteiras do país.
A nova metodologia desconsidera as sazonalidades, permitindo uma comparação entre meses sem influência de fatores pontuais e característicos de certas épocas do ano.
Além das médias trimestrais, o CEI é atualizado mensalmente e pode ser conferido em http://www.fiesp.com.br/indices-pesquisas-e-publicacoes/coeficiente...
FONTE: AGÊNCIA INDUSNET FIESP
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