Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Companhia enfrenta desafio de preparar sucessores.

A dificuldade de aumentar o ritmo de crescimento, agravada pela necessidade de se tornar ainda mais competitiva após a Resolução 13, não é o único desafio da Termomecânica. Os executivos da metalúrgica de São Bernardo do Campo acabam de comemorar os 70 anos da companhia com outra preocupação: a necessidade de começar a preparar novos líderes para comandar a companhia.

Fundada em 1942, por Salvador Arena, um italiano nascido na Líbia, a Termomecânica é atualmente comandada pela diretora-presidente Regina Celi Venâncio e por Nelson Leme Silva, vice. Os dois compõem também uma equipe de 15 conselheiros, todos indicados pelo fundador. Como Arena não tinha filhos, o time escalado por ele assumiu a companhia quando ele morreu, em 1998, aos 83 anos.

Agora, 15 anos mais tarde, os diretores e gerentes se preocupam em apontar os novos nomes para assumir suas posições. Dos 17 indicados para o conselho por Arena, dois já se aposentaram e outros três acumulam tempo de serviço suficiente para parar de trabalhar. "Nossa maior preocupação, atualmente, é formar sucessores. Queremos pessoas que mantenham vivas as vontades de Salvador Arena", diz Regina. Considerado um visionário, o empresário adotou práticas responsabilidade social há mais de meio século.

A Fundação Salvador Arena (FSA), criada por ele em 1964, é a maior vitrine disso. Hoje, tem 2.500 alunos, estudando gratuitamente em tempo integral, em um espaço de 130 mil m2, com direito a material didático, uniforme e refeições, além de auxílio odontológico e atividades esportivas. "Neste ano, tivemos cinco mil inscrições para as 100 vagas da primeira série do ensino Fundamental", diz Regina. A saída foi o sorteio pela Loteria Federal.

Entre as práticas que a executiva pretende que sejam mantidas está a distribuição de parte do lucro em bonificações aos funcionários, que hoje são dois mil. No passado, o bônus já chegou a 27 salários. Em 2011, foram cinco salários, o que consumiu um quinto do lucro da empresa - nada mau para tempos de desaceleração econômica.

O restante do resultado é tradicionalmente dividido quase igualmente em investimentos e projetos sociais, com ou sem turbulências do mercado. A prova de fogo aconteceu nos últimos três anos, em que o lucro da companhia ficou praticamente estável. Em 2011, por exemplo, a empresa teve um resultado líquido R$ 108 milhões (7% menos do que em 2010) e destinou R$ 46 milhões às atividades sociais. Neste ano, a empresa espera um lucro semelhante e elevou para R$ 50 milhões o total dos recursos para os projetos educativos, esportivos e sociais, sendo R$ 42 milhões para educação.

Preocupados em manter o compromisso com todo este esquema montado por Salvador Arena, os atuais gestores estão deixando por escrito o que sempre foi feito naturalmente. "É uma forma de tentar oficializar o que nos foi transmitido ao vivo", diz Regina. Mas isso não basta.

A vontade dos atuais executivos, segundo ela, é criar os futuros líderes dentro de casa, de forma que cresçam acostumados com os princípios de Arena. Atualmente, alguns cargos da companhia já são ocupados por profissionais que vieram do Centro Educacional da fundação, que tem turmas dos níveis Fundamental, Médio e Superior. Mas as maiores preocupações são com os cargos mais altos.

Trazer um "expert" de uma grande companhia, segundo Regina e Silva, não é a ideia da empresa, ao menos neste momento. Apesar de terem o costume de contratar consultores e especialistas para projetos específicos, eles acreditam que nem sempre um excelente profissional é a melhor solução. "Muitas vezes o executivo de fora não têm o mesmo senso de comprometimento com os princípios da Termomecânica", diz Regina.

A solução encontrada, a princípio, foi a criação da Universidade Corporativa da FSA, no ano passado, e o programa "Fábrica de Líderes", para transformar funcionários atuais e futuros em potenciais gerentes, diretores e até presidentes. O objetivo dos cursos - de áreas como engenharia, tecnologia e gestão administrativa - é desenvolver competências consideradas essenciais para a empresa, além de transferir a cultura organizacional dos antigos para os mais novos. Os estudantes atuais já vêm sendo observados pela diretoria. Se a ideia der certo, no aniversário de 80 anos novo rostos devem figurar nos postos mais altos da Termomecânica.

Fonte:Valor Econômico,

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Comentário de Romildo de Paula Leite em 20 novembro 2012 às 9:19

   Um exemplo a ser seguido por essas poderesas companhias que só visam o lucro, não ao bem estar dos funcionários

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