Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Concorrencia Facilita Exploração de Imigrante na Industria Têxtil


A concorrência acentuada no setor têxtil faz com que as empresas do ramo se subdividam em pequenas confecções, o que dificulta a fiscalização das condições de trabalho e dá margem para exploração de mão de obra.

A avaliação é do secretário de Trabalho e Emprego do Estado de São Paulo, Davi Zaia, que concedeu uma entrevista exclusiva ao Portal Aprendiz em comemoração ao Dia do Trabalho (1/5).

Confira o posicionamento do estado mais rico do país frente à problemas como inserção do jovem no mercado de trabalho e a demanda por mão de obra qualificada.

Guia de Empregos - Freqüentemente são noticiados casos de exploração de mão de obra. Em São Paulo (SP) são comuns casos de trabalhadores latino-americanos em condições análogas a escravidão em indústrias do setor têxtil. Por que esses problemas ainda não foram solucionados?

Zaia - No setor têxtil há uma pulverização de pequenas indústrias. A concorrência brutal faz com que empresas do ramo se subdividam e se transformem em micro e pequenas empresas, nesses casos a fiscalização é mais difícil, o que acaba dando margem para empreendedores que agem na ilegalidade.

Guia de Empregos - Como o governo de São Paulo tem agindo frente a essas ocorrências?

Zaia - A Secretaria de Trabalho e Emprego não tem poderes para autuar, multar ou tomar medidas concretas em relação a ocorrências de trabalhadores explorados.  A fiscalização cabe ao Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Quando encontramos esse tipo de ocorrência fazemos o encaminhamento para o ministério e agimos conforme orientação.

Guia de Empregos - Há algum tipo de medida tomada para a inserção desses trabalhadores no mercado de trabalho?

Zaia - Se esses trabalhadores chegam até São Paulo por meios legais, eles podem ter acesso aos mesmos benefícios que os trabalhadores paulistas, como o Programa Estadual de Qualificação Profissional (PEQ). Também pode acessar recursos do Banco do Povo Paulista, trabalhando por conta própria. Caso esse trabalhador esteja no Brasil de maneira ilegal, nós não temos medidas para inseri-lo.

Guia de Empregos – Dados recentes apontam para a dificuldade de inserção profissional do jovem, tanto que o ministro Carlos Lupi declarou que o primeiro emprego é o maior obstáculo do país na área de trabalho. O que tem sido feito para incentivar a contratação de jovens?

Davi Zaia - A inserção do jovem no mercado de trabalho é o maior desafio que temos hoje. O problema deve ser levado em consideração no âmbito da educação escolar, pensando que ela deve preparar o jovem para o mercado de trabalho e isso é algo que a escola faz pouco.

Guia de Empregos - O estado de São Paulo tem medidas específicas para a capacitação profissional do jovem?

Davi Zaia - As escolas técnicas são responsáveis pela formação profissional em áreas especificas. Fora isso existe o Programa Estadual de Qualificação Profissional que é voltado não só para jovens, mas para trabalhadores de todas as idades, que enfrentem dificuldades de inserção no mercado em função da falta de qualificação.

Guia de Empregos - Como as empresas se posicionam em relação à demanda por mão-de-obra qualificada?

Zaia - As empresas desenvolvem programas próprios de qualificação dos seus funcionários. Mas existe um diálogo com aquelas que querem firmar parcerias com o governo. Isso contribui para a ampliação do potencial da secretaria na oferta de programas de qualificação profissional.

Guia de Empregos - Como se dão as parcerias entre empresas e instituições do governo para lidar com a capacitação profissional do trabalhador?

Zaia - Pensando, por exemplo, nos trabalhadores das usinas-de-cana de açúcar que podem ficar desempregados por conta da mecanização do corte da cana, estamos trabalhando junto às empresas buscando qualificar esse pessoal. Ao invés de ficarem desempregados ele podem ser remanejados para outras funções dentro da própria usina.

Guia de Empregos - São Paulo alcançou apenas 16% do seu potencial de contratação de aprendizes, segundo dados do Relatório Anual de Informações Sociais (RAIS). Por que São Paulo, que tem o maior potencial de contratação de aprendizes do país, conseguiu avançar tão pouco?

Zaia - Muitas empresas preferem contratar um funcionário que recorrer a Lei de Aprendizagem, já que ela pressupõe algumas exigências. Para as empresas é preferível contratar um funcionário pelas vias tradicionais do que um aprendiz, já que ela vai ter que qualificar sem garantia de que ele ocupará um posto estável.

Fonte:|guiadeempregos.aprendiz.uol.com.br|

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