Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Conheça 6 marcas brasileiras preocupadas com o impacto social e ambiental de seus produtos

Sapatos feitos com roupas de segunda mão, óculos de materiais descartados e vestidos feitos a partir de camisas masculinas são algumas das ideias que pretendem deixar o mundo melhor, e com muito estilo

Por muito tempo, moda sustentável era vista como sinônimo de roupas com pegada artesanal e cara hippie. Pois designers criativos tomaram a frente, colocando no mercado peças desejáveis e que, por trás de um desenho atraente, contam com iniciativas como o veganismo, que descarta o uso de qualquer material de origem animal; o fair trade, ou comércio justo, com equilíbrio de preços em toda a cadeia produtiva; e o upcycling, processo que transforma produtos descartados, recuperando e os devolvendo ao mercado. Além disso, optar por manter a fabricação próxima e com produtores menores é uma maneira de estimular a economia local, além de reduzir a emissão de poluentes no transporte das mercadorias.

GIOCONDA
A dificuldade em encontrar calcinhas em algodão que fossem confortáveis e bonitas motivou Cínthia Santana a começar a confeccionar suas próprias peças. Não demorou até que ela passasse a comercializar os produtos. “Trata-se de um produto raro, bom, e prático para produzir, além de ser saudável, pois a fibra natural permite que a pele respire, prevenindo de micoses e fungos”, acrescenta a estilista, que criou a Gioconda, em 2014. Hoje a marca conta com uma produção pequena e local, que inclui também sutiãs, kimonos, shortinhos e croppeds, tudo delicado e leve, com acabamentos que priorizam o conforto e bem-estar.

A Gioconda produz calcinhas e soutiens em tecidos naturais e priorizando o conforto (Foto: Divulgação)

INSECTA SHOES
Veganismo e upcycling estão por trás do sapatos estampados da marca gaúcha Insecta, que reaproveita tecidos de peças vintage para fazer seus calçados, produzidos em tiragem limitada. Fundada em 2014, em seu primeiro ano de existência a marca já reaproveitou cerca de 500 peças de roupa e 150 quilos de tecido. Além de transformar roupas antigas em 7 diferentes modelos de sapato, e mais recentemente em mochilas, a marca de Pam Magpali, Babi Mattivy e Laura Madalosso busca também sustentabilidade nos demais componentes de seus produtos, como a sola de borracha reciclada triturada.

Peças vintage são garimpadas e servem de matéria-prima para os sapatos da Insecta (Foto: Divulgação)

CATARINA MINA
Bolsas e clutchs artesanais e coloridas são a aposta dessa marca cearense criada em 2005 por Celina Hissa. Através de parcerias com ONGs e cooperativas, a marca iveste nos artesãos responsáveis por fazer suas peças, que já fizeram colaborações com marcas como Osklen e Água de Coco. O comprometimento da empresa com com o fair trade levou a marca a divulgar, junto ao preço de cada produto, os custos para fazê-lo, incluindo da matéria prima à embalagem. A marca vê o investimento no trabalho dos artesãos também como uma forma de estimulá-los e deixar o ofício mais atraente: algumas técnicas manuais da região correm o risco de desaparecer, uma vez que a atividade não é bem remunerada e as novas gerações não se interessam mais em aprendê-las.

O investimento no trabalho artesanal é a aposta de Catarina Mina (Foto: Divulgação)

SVETLANA
Estampas deslumbrantes, acessórios de peso e modelagens jovens compõe o visual da Svetlana, marca baseada no Rio de Janeiro e criada pela curitibana Mariana Iaci, que já trabalhou com grandes nomes da moda como Jean Paul Gaultier, Moschino e Stella McCartney. Vegana, a marca despreza matérias primas de origem animal como o couro, seda e lã e exige atenção extra da estilista. "Verificamos uma série de questões para garantir que nenhum tipo de borracha, poliuretano, cola, tecido, tintas ou até mesmo fôrmas e matrizes que usem algo de animais estejam na nossa fabricação." Na contramão do consumo frenético da moda, a marca também aposta na produção local e em pequena quantidade, garantindo mais exclusividade às consumidoras.

Fashion e Vegan: a Stvetlana não usa nenhum produto de origem animal em suas peças (Foto: Divulgação)

COMAS 
Chemises, vestidos e croppeds produzidos a partir de outras camisas: é assim que funciona a Comas, que aposta no upcycling. Para a estilista uruguaia Augustina Comas, camisas que não passam pelo controle de qualidade das confecções servem de matéria prima para novos produtos. "Aqui os pequenos defeitos viram efeitos", diz a idealizadora da marca. Escolhidas cuidadosamente e com atenção na qualidade dos tecidos das camisas, que incluem jeans, linho e tricoline, as peças anteriormente desprezadas passam por recortes, ajustes e combinações de cores para se transformarem em novas criações que são ao mesmo tempo clássicas e surpreendentes.

Era uma camisa e virou um vestido, uma saia ou um cropped - a Comas cria a partir de peças que não passaram no controle de qualidade das confecções (Foto: Divulgação)

ZEREZES
O upcycling também orienta a criação dos óculos da Zerezes, marca que nasceu em 2012 no Rio de Janeiro, e produz seus óculos de sol a partir de materiais descartados, como madeira e acetato proveniente de chapas encontradas em fábricas desativadas. Como 40% da madeira é desperdiçada durante o seu processamento, a empresa também tomou a iniciativa de combinar a serragem que seria descartada com uma resina de base vegetal, criando mais um material para fazer suas peças. A sustentabilidade não reside só nas escolhas dos materiais, mas também no seu processamento: os idealizadores resgataram técnicas manuais e de baixo impacto ambiental para produzir seus acessórios e contam com uma pequena rede de artesãos locais que se dedicam a cada uma das peças.

Os óculos de sol da Zerezes a partir do reaproveitamento de madeira e acetato (Foto: Divulgação)

Não é segredo que existe uma responsabilidade em consumir algo. Ao comprar um produto de uma determinada marca, estamos investindo nessa empresa e consentindo com o seu processo produtivo e na escolha dos materiais que ela utiliza, mesmo sem conhecer essas informações. Para saber de onde e do que é feita um peça de roupa ou acessório basta olhar sua etiqueta. Ser curiosa e se informar sobre a origem do que você está vestindo é uma maneira de reconhecer o impacto social e ambiental de uma simples compra, e provocar mudanças positivas.

http://revistamarieclaire.globo.com/Moda/noticia/2016/02/conheca-6-...

Para participar de nossa Rede Têxtil e do Vestuário - CLIQUE AQUI

Exibições: 280

Comentar

Você precisa ser um membro de Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI para adicionar comentários!

Entrar em Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

© 2024   Criado por Textile Industry.   Ativado por

Badges  |  Relatar um incidente  |  Termos de serviço