Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Crescimento de 7,5% em 2010 foi ruim para o Brasil, diz economista-chefe do Itaú

Crescimento de 7,5% em 2010 foi ruim para o Brasil, diz economista-chefe do Itaú
Por InfoMoney
 
Para Ilan Goldfajn, governo teve gastos excessivos e abusou da aposta no modelo de crescimento baseado no consumo nos últimos anos
 

Crescimento de 7,5% em 2010 foi ruim para o Brasil, diz economista-chefe do Itaú

SÃO PAULO - O Brasil foi pego de "calças curtas" pela crise econômica de 2008, afirmou o economista-chefe do Itaú Unibanco, Ilan Goldfajn, em palestra realizada na quinta-feira (19). No evento, que tinha como propósito a discussão sobre "a situação atual da economia brasileira e perspectivas futuras", Goldfajn destacou que, quando foi impactado pelos efeitos da crise do Lehman Brothers, o Brasil já se encontrava com níveis elevados de inflação, fato que repercute muito no atual momento do País, avaliado por ele como de choques internos e externos.

A política expansionista brasileira de anos atrás pode ter contribuído para o País hoje viver com ainda mais intensidade os reflexos do cenário econômico global, além da recente crise de confiança geral na economia nacional, com os principais indicadores justificando um pessimismo cada vez maior do mercado. Para Goldfajn, foi ruim ter crescido 7,5% em 2010, 2 anos após a crise do Lehman Brothers, nos Estados Unidos, nas condições em que este crescimento se deu.

"Esse crescimento parecia uma boa notícia, mas não foi. Com isso, todo mundo achou que 'agora sim'. Investiu demais, consumiu demais, o governo gastou demais. O que aconteceu? Desde então, não consegue mais crescer", avaliou o economista-chefe do Itaú.

Em comparação com os demais emergentes latino-americanos, o Brasil tem seguido caminhos opostos, mesmo que todos estejam indicando desenvolvimento mais fraco neste ano. Enquanto no Chile, Colômbia e México, a tendência é de rebaixamento da taxa de juros, com inflação mais baixa, a deterioração da economia brasileira faz com que não exista espaço para expectativas de que o país acompanhe da mesma forma que seus pares a recuperação de Estados Unidos e Europa, além da melhora dos sinais chineses, que antes pareciam caminhar para um desapontamento maior.

"Esses países, durante o boom, abusaram e arriscaram menos em termos da situação monetária e fiscal", explicou o economista, apontando para um claro movimento de crescimento insustentável adotado pelo Brasil, com políticas provavelmente focadas em excesso no consumo. Agora, o País sofre com os impactos do passado recente.

Com isso, o economista-chefe do Itaú não espera um crescimento com fôlego nos próximos anos para o Brasil. Para ele, o cenário tem mais chance de mudar em 2015, após as eleições. Antes dos resultados das urnas, "há pouco espaço de manobra" para que as reformas necessárias sejam feitas. Infraestrutura e educação, na visão de Ilan Goldfajn, estão entre os principais gargalos da economia brasileira dos dias de hoje.

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