Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Por que gigantes de internet, como Google, Facebook, Amazon e Uber, não conseguem avançar na China.

 Prova de fogo: (da esq. à dir.) Bezos, Kalanick, Koum, Page e Zuckerberg não conseguiram  competir com as empresas chinesas de internet

Prova de fogo: (da esq. à dir.) Bezos, Kalanick, Koum, Page e Zuckerberg não conseguiram  competir com as empresas chinesas de internet

Depois de investir mais de US$ 2 bilhões durante três anos em sua operação chinesa, o CEO do Uber, Travis Kalanick, jogou a toalha. Em um acordo divulgado em agosto deste ano, o empreendedor americano vendeu sua operação para a arquirrival Didi Chuxing, para se tornar sócio dos asiáticos. Com a transação, o Uber passou a deter quase 18% do aplicativo de carona chinês, que está avaliado em aproximadamente US$ 36 bilhões. O fracasso do Uber na China não é um caso isolado. No país de Mao Tse Tung, as referências digitais estão literalmente de cabeça para baixo.

Em vez do Google, de Larry Page, quem reina por lá é o Baidu. No lugar do Facebook e WhatsApp, de Mark Zuckerberg e Jan Koum, o dono do pedaço chama-se WeChat. O Alibaba pôs para correr a Amazon, de Jeff Bezos. É como se uma muralha digital barrasse o avanço desses gigantes globais de internet. “A maioria das companhias americanas subestimam o tamanho, os recursos e as habilidades das empresas de tecnologia chinesas”, diz David Roth, CEO da The Store WPP para o Oriente Médio, África e Ásia. A China é o maior mercado de internet do planeta. Segundo a consultoria comScore, há 584 milhões de usuários no País, o que representa mais de 25% do total de internautas do globo.

O comércio eletrônico movimentou US$ 589 bilhões, em 2015, mais do que nos EUA. Três empresas dominam o cenário digital chinês. As duas maiores são a Tencent, que é dona do WeChat, e o Alibaba. Seus valores de mercado são quase idênticos: US$ 258 bilhões e US$ 255 bilhões, respectivamente. Em seguida, está o Baidu, avaliado em US$ 65 bilhões. Suas vantagens sobre os rivais do Ocidente são a capacidade de criar ecossistemas digitais que dão mais recursos aos consumidores, bem como mais opções para que as empresas possam ganhar dinheiro. No jargão da internet, conseguem “monetizar” mais facilmente suas operações.

“Nem sempre o que funciona em outros países dá certo na China”, diz Luciana Burger, diretora-geral da comScore, no Brasil. Mas o que funciona nos EUA, geralmente, dá certo na China. Tanto que boa parte dos negócios digitais chineses são clones dos pares americanos, adaptados ao consumidor oriental. Não bastasse a dificuldade de competir com esses gigantes chineses, as empresas americanas enfrentam diversas outras barreiras para alcançar um lugar ao Sol. Elas precisam enfrentar regulamentações mutáveis e uma maneira obscura de fazer negócios.

O Uber, por exemplo, uniu-se ao Didi Chuxing na esteira da implantação de novas regras para os serviços de táxis que usam aplicativos de celular. Essas normas legalizam oficialmente o setor, mas dão uma grande vantagem ao participante que possui a maior base de usuários, justamente a Didi, que conta com investidores de porte, como a Apple, o Alibaba e a Tencent. Há ainda o desafio da censura imposta pelo Estado chinês, no que ficou conhecido como o “Grande Firewall da China”, numa referência às tecnologias que filtram conteúdos indesejados. Em 2010, por exemplo, o Google parou de operar temporariamente na China por não concordar com a censura imposta pelo governo.

O desafio das empresas de internet chinesas é ultrapassar a sua própria muralha. Isso está começando a acontecer. De forma tímida, é verdade. O Alibaba, depois da abertura de capital, se aventurou pelos Estados Unidos. O Baidu busca formas alternativas de ganhar tração global que vai além da busca. No Brasil, por exemplo, a operação chinesa comprou o site de comércio eletrônico Peixe Urbano. A Tencent, em julho deste ano, pagou US$ 8,6 bilhões pela empresa finlandesa Supercell, desenvolvedora do jogo “Clash of Clans”, um dos mais populares do mundo em smartphones e tablets. “Elas precisam trabalhar duro para criar marcas globais”, diz Roth, da The Store WPP. Fora da China, o dragão digital ainda é um gatinho manso.

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