Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

De um janeiro cinzento para calmaria em fevereiro; o que esperar agora da Bolsa?

De um janeiro cinzento para calmaria em fevereiro; o que esperar agora da Bolsa?

Por InfoMoney  

SÃO PAULO - O "urso" adormeceu na Bovespa em fevereiro, em uma referência ao termo bastante utilizado nos Estados Unidos para designar um mercado em tendência de queda ("bear market"). O derretimento da bolsa visto nas primeiras semanas deste ano parece ter cessado, pelo menos por enquanto. O Ibovespa, que não viu alta semanal em janeiro, conseguiu engatar sua segunda semana positiva de ganhos, amparado por uma leve recuperação das blue chips Petrobras (PETR3, +1,48%, R$ 13,73; PETR4, +0,90%, R$ 14,58) e Vale (VALE3, +1,52%, R$ 34,84; VALE5, +0,65%, R$ 30,96).

O nível de pessimismo no início do ano foi tamanho que nesta semana precisou o ex-presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, ir à Nova York para tentar convencer uma plateia de investidores de que não era preciso ter medo de colocar dinheiro no País. Não que tenha sido esse o motivo da "tranquilidade" do mercado, mas a questão é que no atual patamar começa a ficar difícil pensar em tempos piores na Bolsa.

Os indicadores econômicos brasileiros continuam se deteriorando, a exemplo da prévia do PIB (Produto Interno Bruto) divulgada hoje, mas, depois de tanta queda, as ações brasileiras estão ficando muito baratas, e o investidor estrangeiro começa a perceber isso, aliado ainda a um cenário de real depreciado frente ao dólar, disse o economista Clodoir Vieira, da Compliance Comunicação. Nesta sexta-feira, o Banco Central revelou o IBC-Br, considerado a prévia do PIB brasileiro, que indicou crescimento econômico de 2,52% em 2013, mas apresentou resultados negativos em dezembro (-1,35%) e para o quarto trimestre (-0,17%).

"Está difícil prever as cenas dos próximos capítulos, mas a percepção dos estrangeiros é que os ativos do Brasil estão se tornando atrativos, embora não tenha mudado os fundamentos econômicos. Não que sejamos a bola da vez, mas os papéis caíram tanto que agora ficaram interessantes, especialmente para os investidores de fora, com o real em queda. Só no ano passado a valorização do dólar foi de 15%, então para o estrangeiro é um belo negócio", comentou.

No início desta semana, o Wall Street Journal revelou que o desconto das ações dos emergentes em comparação aos seus pares na economia em desenvolvimento chegou a 33% em janeiro - o maior desde maio de 2005 e um possível indício de que o pior já pode ter passado. Para a equipe de gestores da Pictet Asset Managment, este pode ser um bom momento para se expor às empresas de países como os BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul).

Apesar dos indícios de que a tempestade pode ter passado, muitos investidores seguiram em comportamento de aversão ao risco. Na última semana, investidores retiraram US$ 6,4 bilhões em fundos de ações voltadas aos emergentes. Entretanto, em especial para o Brasil, o economista Clodoir Vieira acredita que a retirada de recursos dos estrangeiros deve diminuir daqui para frente, embora não veja semanas de calmaria. A volatilidade ainda dará o toque final, em meio a uma agenda econômica agitada e à continuidade da temporada de balanços no Brasil.

O que olhar na economia?

Além do sentimento do mercado em relação à Bolsa, os investidores devem se ater aos indicadores econômicos na próxima semana, que ajudarão a guiar as ações brasileiras. A segunda-feira traz o tradicional relatório Focus, com as projeções para a economia doméstica. Na última divulgação, as expectativas dos economistas apontaram para inflação e PIB menores, enquanto o estimativa para a Selic subiu de 11% para 11,25% ao ano. Indicadores de inflação e confiança do empresário também devem ser acompanhados no cenário doméstico, comentou o economista Wellington Ramos, da Austin Rating.

Além disso, a última semana de fevereiro será marcada pelo anúncio da nova meta de superávit primário e do contingenciamento orçamentário. Algo próximo de 1,8% do PIB (superávit primário) e entre R$ 30 bilhões e R$ 40 bilhões em termos de corte pode amenizar as tensões, apontou a equipe de análise da Coinvalores. "Em meio às divulgações de resultados corporativos, expectativa de anúncio 'coerente' da fazenda e atual nível de preços da bolsa, entendemos que a semana pode ser levemente positiva", disse.

Do lado de fora, os principais eventos serão a divulgação da ata do Fomc (Federal Open Market Committee) e discursos de alguns membros do Federal Reserve, concentrados principalmente na quarta-feira, dia 19. "Diante desses eventos, poderemos ver um salto do dólar frente ao real nesta quarta", comentou Ramos. Isso porque o Fed tem reforçado o discurso de que seguirá uma retirada gradual dos estímulos econômicos, o que tem provocado a fuga dos investidores para a economia norte-americana, já que a tendência é que os juros dos EUA aumentem. Com isso, ocorre uma natural migração dos investidores, que preferem se alocar em títulos considerados mais seguros. Vale lembrar que na segunda-feira, 17, as bolsas dos EUA não irão abrir devido ao feriado de Washington.

Temporada de balanços no Brasil

Ainda entre os eventos que devem trazer volatilidade ao mercado na próxima semana, destaque para a continuidade da temporada de balanços do quarto trimestre no Brasil.

Com 21 resultados na semana, chamarão atenção principalmente os números da Oi (OIBR4) na terça-feira; Cia Hering (HGTX3), Cyrela (CYRE3), Lojas Renner (LREN3) na quinta-feira; e Gerdau (GGBR4) e Gerdau Metalúrgica (GOAU4) na sexta-feira.

Exibições: 27

Comentar

Você precisa ser um membro de Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI para adicionar comentários!

Entrar em Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

© 2024   Criado por Textile Industry.   Ativado por

Badges  |  Relatar um incidente  |  Termos de serviço