Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Dilma representa volta da “borboleta” petista ao casulo

Tombini, presidente do BC: DIlma gosta de obediência, e resultado é inflação acima da meta

A presidente Dilma resolveu apelar e descer de vez o nível, abraçando um populismo que faria Luciana Genro, do PSOL, corar de vergonha. Insistiu no ponto de que Neca Setubual está apoiando Marina Silva como banqueira, não como educadora, pois defende a autonomia do Banco Central e a redução do papel dos bancos públicos, o que só interessaria aos grandes bancos.

Ironicamente, tal declaração presidencial vem junto com a Ata do Copom, que prevê uma inflação na meta somente em 2016. Ou seja, o Banco Central do governo Dilma, aquele que não é lacaio dos banqueiros e sim subserviente ao Planalto, foi totalmente incapaz de cumprir sua missão, deixando a inflação sair de controle. Isso, vale lembrar, não afeta tanto os banqueiros como o povo trabalhador mais pobre.

Miriam Leitão escreveu em sua coluna hoje: “A ata do Copom divulgada ontem exibe os sinais de um fracasso. Ela promete convergir a inflação para o centro da meta a partir de 2016. Na ata divulgada em abril de 2011, o Banco Central garantia levar a inflação para 4,5% até o final de 2012. Não conseguiu, prorrogou a promessa nesse período, e termina o mandato dizendo que será no segundo ano do próximo governo”.

Ou seja, o BC jogou a toalha e reconhece, ainda que implicitamente, que falhou. Mesmo assim, Dilma prefere adotar um discurso populista que ignora toda essa realidade bem diante de seus olhos, só para tirar alguns votos de Marina entre os mais ignorantes ou esquerdistas, que ainda caem no discurso que demoniza banqueiros.

O professor de economia da PUC, Rogério Werneck, em sua coluna de hoje no GLOBO, desmonta a falácia petista que tenta ligar autonomia do BC aos interesses de banqueiros. Mostra como tal postura populista de Dilma representa clara involução, indo à contramão do que os países desenvolvidos fazem:

Para perceber quão estapafúrdios são tais argumentos, o leitor deve ter em mente que países tão respeitáveis como Estados Unidos, Reino Unido, Canadá, Nova Zelândia, Austrália, Coreia do Sul, Israel e Chile asseguram todos autonomia legal aos seus bancos centrais. E que o Banco Central Europeu também opera nessas mesmas bases

Passaria pela cabeça de qualquer pessoa razoável que o eleitorado desses países poderia ter concordado com a concessão de autonomia legal do Banco Central, se isso significasse “entregar aos bancos” as decisões sobre “juros, câmbio, salários, política externa e orçamento”?

É inacreditável que, numa discussão tão importante como a que envolve o grau de autonomia que deve ser atribuído ao Banco Central, a presidente Dilma se tenha permitido subscrever argumento de tão baixo nível. Brandindo essa empulhação eleitoreira na televisão, a candidata pode até soar convincente entre eleitores menos informados, mas queima de vez qualquer possibilidade de ser levada a sério em questões relacionadas à condução da política econômica.

Se do lado do que Marina Silva defende temos países como Estados Unidos, Reino Unido, Canadá, Nova Zelândia, Austrália, Coreia do Sul, Israel e Chile, do lado do que Dilma defende temos Argentina, Venezuela e Zimbábue. Nesses países, o banco central não tem independência alguma, está livre das garras dos banqueiros malvados e responde totalmente ao governo. Alguém aprecia o resultado?

Estamos diante de um grande risco de retrocesso. Afinal, ninguém menos do que Lula cogitou conceder a independência formal ao Banco Central, que gozou de autonomia no seu primeiro mandato sob o comando de um banqueiro internacional, Henrique Meirelles. Werneck conclui seu alerta com excelente metáfora:

Não há como alimentar ilusões. O que se configura, de forma cada vez mais clara, é uma lamentável involução. Há 12 anos, na campanha presidencial de 2002, o país não pôde conter seu assombro quando, em súbita e espetacular metamorfose, o PT se desfez de seu velho discurso econômico e se dispôs a adotar uma política macroeconômica sensata, na linha que sempre criticara. Tudo indica que, com Dilma, o prazo de validade dessa mágica conversão do PT venceu. O filme está sendo rodado ao contrário. A borboleta está voltando ao casulo. E o PT, ao seu velho discurso. Só não vê quem não quer.

Com mais quatro anos, Dilma certamente conseguirá transformar a “borboleta” petista em uma lagarta tóxica novamente, com seu aspecto de verme e sua fome insaciável (por nossos recursos). Não custa lembrar que é no Brasil mesmo onde há as lagartas denominadas taturanas assassinas, cujo veneno pode levar à morte.

Rodrigo Constantino

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