Apesar de reconhecer que há resistências de ambos os lados, o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, voltou a defender na passada segunda-feira (21) que a União Europeia e o Brasil tenham um acordo de comércio bilateral, o que depende de uma assinatura com o Mercosul.
"A mim, parece absurdo que a União Europeia tenha acordos de livre comércio com praticamente o mundo inteiro e não com o Brasil. O Brasil é o ponto mais importante do Mercosul", disse.
O presidente da Comissão Europeia, o português José Manuel Durão Barroso. Foto: DR
Durão Barroso afirmou que, como o Brasil, a União Europeia defendeu as negociações multilaterais da Rodada Doha, que, segundo ele, não avançaram porque alguns países, como Estados Unidos e Índia, "não estavam preparados". O bloco, então, partiu para negociações bilaterais e já fechou acordos com Coreia do Sul, países africanos, caribenhos e andinos, além de estar em negociação para um grande acordo com os Estados Unidos. Com o Mercosul, no entanto, ele disse que as negociações estão paradas.
Na avaliação do presidente da Comissão Europeia, o acordo com os americanos não vai prejudicar a economia brasileira. O que pode causar isto, na visão do dirigente europeu, é a demora para fechar um acordo entre europeus e o Mercosul. "Se abrirmos para o Canadá, os Estados Unidos e outros, quando formos fechar com o Brasil, pode não haver muito mais o que interessa".
O português afirmou que a relação com o Brasil é importante também para aumentar o comércio com o Atlântico Sul e que o país é um parceiro que compartilha de valores do bloco europeu, o que não ocorre com a China, por exemplo. Durão Barroso considerou Pequim um aliado importante na defesa do euro, mas disse que há pouca intimidade política com os valores de Bruxelas.
Para o líder do bloco, durante a crise, o projeto de integração da União Europeia superou a avaliação dos analistas, que chamou de "cassandras do pessimismo", em referência às videntes da mitologia grega que previam desastres. Segundo ele, o projecto do euro é político e, por isso, ele acreditava que sempre haveria vontade para mante-lo. "O euro nunca esteve ameaçado. Continua sendo forte e estável. Alguns industriais se queixam de ser demasiadamente forte. Ninguém se queixa de o euro ser fraco".
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