Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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      Foram-se os bons, os ternos, os belos, mas eu não me conformo, alguém que amamos ou que conhecíamos, deixou de existir. Não ouviremos seu passo no corredor, sua voz ao telefone, não teremos longas conversas, não nos reuniremos em grupos de amigos,não contaremos façanhas ou fofocas ou queixas, não trocaremos e-mails. O endereço eletrônico inútil ainda nos espreita no computador, o que fazer? Deletar com se a gente deletasse uma vida?

      Essa resenha é uma homenagem a todas as pessoas queridas que perdemos. Homenagens não trazem ninguém de volta, mas talvez ajudem a nós, os que ficamos a curtir mais, e melhor, o que temos por perto, em lampejos de silencio e contemplação (ato heróico na correria destes tempos loucos e fascinantes, mas a gente consegue. A morte, intrusa indesejada, sobre aqual tanto se fala, se pensa, se escreve, Ela não pede licença: sem bater, escancara  num repelão porta ou janela ,entra num salto. E aí não tem remédio, não tem descanso, não tem nada se não a dor, apesar da nossa dificuldade de lidar com ela, a dor é necessária nesses primeiros tempos. É preciso chegar ao fundo dese poço escuro para poder sair dele, ou ao menos ter a cabeça à tona d´água. Presenças bondosas,  conforto de algumas palavras amigas, saber que os outros estão aí, que ajudam também nas coisas práticas, nos fazem sobreviver. mas não queiram que a gente não sofra. Não por maldade, mas por essa aflição que nos ataca diante do sofrimento alheio, em parte porque ele é uma ameaça a nossa vidinha bem-posta: seremos os próximos?

        No começo do luto "tudo e horrível", dizia um velho amigo, que havia a muitos anos tinha perdido um filho, "mao com o tempo dói menos.

         E afinal a vida chama, ainda que no início isso nos pareça um insulto. Pois honrando a vida também estamos honrando nossos mortos, que, na nossa lembrança não mais crispada, na nossa melancolia não mais indignada, na integração de seus atos e palavras em nós, no que temos de melhor continuarão vivos. Em última análise, apesar de todo dilaceramento, solidão e lágrimas, a morte(que não é fim, mas transfomação), estranhamente tem um poderio limitado: seu dedo cruel e ossudo não consegue encontrar a tecla com que deletar nossos melhores afetos.

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