Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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ENQUANTO AS TAXAS DE JUROS SÃO EXTREMAS EM RELAÇÃO AOS DEMAIS PAÍSES, O CRÉDITO PARA SETOR IMOBILIÁRIO ALCANÇA O PATAMAR DE 3% SOBRE O (PIB), ENQUANTO O CHILE APLICA 27%.

Taxa de juros no Brasil está entre as mais altas do mundo, revela estudo
Agência O Globo
Com a ampliação de crédito para a compra de imóveis, ficou mais fácil sonhar com a casa própria. Mas os juros dos empréstimos imobiliários no Brasil, apesar de em queda, ainda são apontados por especialistas como um obstáculo para a redução do déficit habitacional. De acordo com estudo da consultoria AT Kearney, feito com cinco nações, as taxas cobradas por aqui estão entre as mais altas do mundo.

A pesquisa faz uma análise da situação de cinco países: Brasil, Estados Unidos, Espanha, Rússia e Chile. Ao comparar os juros médios do crédito imobiliário, o Brasil, com 11,3%, só perde para a Rússia, onde a taxa, atualmente, é de 14,5%. A menor taxa ficou com a Espanha, de 3,4%, enquanto os EUA cobra 4,9% e o Chile, 3,4%.

Já ao analisar o spread médio no segmento imobiliário, o país assume primeira posição no ranking, com 5,05 pontos percentuais, contra 3,1 na Rússia, 4,8 nos EUA, 3 pontos percentuais no Chile e 2,2 na Espanha. Spread é a diferença entre a taxa que a instituição financeira paga ao captar o dinheiro e a que cobra ao repassá-lo para o cliente.

O diretor da AT Kearney Daniel Cunha atribui a disparidade das taxas no país a três razões. A primeira delas é a baixa competitividade entre os bancos, que contribui para a manutenção das altas taxas de juros. Atualmente, a Caixa Econômica Federal (CEF) detêm 75% dos contratos na carteira de crédito imobiliário. A segunda é o fato de que a maior parte dos empréstimos imobiliários ainda estão atrelados às normas antigas, que não exigiam alienação fiduciária e sim hipoteca, tornando o risco da operação para o agente financeiro maior. Além disso, a burocratização também contribui para o encarecimento das taxas. E, por último, a falta de um mercado secundário, como a securitização, que permite que carteiras de crédito sejam vendidas para investidores no mercado.

Apesar do custo elevado na comparação com outros países e do cenário atual não ser tão favorável, o crédito imobiliário deu um salto no Brasil. Segundo dados do Banco Central (BC), esses empréstimos cresceram 51% nos 12 meses terminados em agosto, ante expansão de 19% do crédito de maneira geral. A implementação do programa Minha Casa, Minha Vida também contribui para a elevação das projeções. Hoje, a fatia do crédito imobiliário em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) é de 3% no Brasil, enquanto na Espanha a proporção é de 26% e no Chile, de 27%.

De acordo com Cunha, o setor continuará a crescer, devido à maior participação dos bancos privados na concessão de crédito para compra do imóvel, além da estabilização da economia, que estimulará credores a realizar mais operações.

"Com as mudanças regulatórias em 2004, quando se instituiu, por exemplo, a alienação fiduciária, que determina que o banco pode retomar com mais facilidade o bem em caso de inadimplência do devedor, as instituições privadas começaram a participar mais da carteira de crédito imobiliário, aumentando a competitividade. Apesar de ser ainda um mercado embrionário, acredito que, com visibilidade maior do que vem pela frente, os bancos comecem a equilibrar suas taxas", explica o diretor.

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