A Espaçolaser divulgou os resultados de 2023 nesta quinta-feira (21/3). A rede faturou R$ 1,6 bilhão no período, marcando um crescimento de 7% em relação ao ano anterior. Só no quarto trimestre do ano, o valor arrecadado pelas lojas próprias e franquias foi de R$ 500,5 milhões. A receita líquida foi de R$ 1 bilhão no ano, 8% a mais do que em 2022. A empresa apurou lucro líquido de R$ 6,6 milhões em 2023, revertendo o resultado negativo de 2022.
A rede também anunciou a saída de Paulo Camargo do cargo de CEO. De acordo com fato relevante, o executivo renunciou ao cargo, que será assumido por Magali Leite, eleita pelo conselho. Ela acumula interinamente os cargos de diretora financeira e de relações com investidores até uma nova eleição.
Em entrevista a PEGN, Camargo contou que sai para focar em projetos pessoais, que envolvem a produção de um livro de negócios, palestras e mentorias de empreendedores. “Não estava dando tempo de fazer tudo.” O executivo, que também foi CEO do McDonald’s, diz que deixa a Espaçolaser com a missão cumprida. “O meu mandato, vamos dizer assim, era tirar a empresa do prejuízo e levar para o lucro. Fizemos isso”, afirma. Ele ainda deve continuar na rede pelos próximos meses, até passar o bastão à Leite. “Tenho uma equipe preparada para continuar.”
A Espaçolaser encerrou 2023 com 850 unidades em funcionamento na América Latina, sendo que 226 são franquias, um crescimento de 20% em relação a 2022. A média é de 2,26 franquias por franqueado. A expansão nessa frente representa uma mudança de rota em relação ao que a rede havia decidido há cerca de três anos, com a recompra de unidades franqueadas. Desde 2022, ainda sob a batuta de Paulo Camargo, a rede mudou a forma de pensar.
“Fizemos um estudo de expansão bem detalhado, com inúmeras variáveis, não só de fatores econômicos, mas considerando a população, coloração de pele de quem vive nesses municípios, classe social, renda, concorrência existente em algumas dessas cidades e decidimos: já que não vamos abrir lojas próprias, nada mais assertivo do que dividir a praça em que já atuamos, que tem um volume de vendas expressivo, com franquias”, explica Uggo Angioletti, diretor de expansão de franquias da Espaçolaser.
Entre as cidades que estão no radar para expansão estão Guarulhos (SP), Parauapebas (PA), João Pessoa (PB), Curitiba (PR) e Caxias do Sul (RS). De acordo com Angioletti, as praças têm mais demanda do que lojas disponíveis, o que pode chegar a gerar uma espera de até 30 dias para o atendimento, em alguns casos. “Em vez de abrir espaço para a concorrência, vamos abrir mais lojas da Espaçolaser”, diz.
De acordo com o ranking divulgado anualmente pela Associação Brasileira de Franchising (ABF), a Espaçolaser é a maior franquia de estética do Brasil, e ocupa a 21ª posição na listagem geral. Outras concorrentes, mapeadas pelo Portal do Franchising, também da ABF, como Giolaser, Via Laser ou a Maislaser by Ana Hickmann, têm menos da metade de lojas.
As franquias de Saúde, Beleza e Bem-Estar, em geral, faturaram R$ 55,6 bilhões em 2023, segundo a ABF, um avanço de 17,5% em relação ao ano anterior. Além de redes de estética, o segmento considera negócios como O Boticário e Óticas Diniz na conta.
Angioletti comenta que o plano de abrir mais lojas nessas praças começou em janeiro deste ano. A primeira oferta foi feita para franqueados que já operam nas proximidades. Agora, dois meses depois, a marca sai em busca de novos investidores.
A Espaçolaser voltou a olhar com mais foco para franquias no ano passado. Inclusive, redesenhou o processo de seleção, incluindo um Discovery Day como etapa final, para que a própria diretoria possa conhecer o candidato a franqueado. “A pessoa vem até São Paulo para uma reunião com a diretoria, senta com a gente, discorre sobre o business plan e tem o alinhamento de expectativa”, explica o executivo.
Quanto custa a franquia Espaçolaser?
Para estimular a entrada de novos franqueados, a rede fez uma revisão nos custos de loja e conseguiu reduzir o investimento inicial total. Agora, é possível abrir uma loja com um aporte de R$ 890 mil, cerca de 8% a menos do que era necessário até o ano passado.
“Não precisa ter todo o capital para inaugurar a operação, temos linhas de crédito aprovadas, que podem ser acessadas após uma análise no perfil do candidato. O principal valor é a máquina que pode ser financiada. Ele [o franqueado] pode ter entre 50% e 60% do valor”, explica o executivo.
Botox incrementa faturamento das lojas
Também no ano passado, a Espaçolaser ampliou o leque de serviços em algumas unidades selecionadas, que ganharam a alcunha de Espaçolaser e Estética. O executivo diz que ainda não há uma mensuração, mas que algumas unidades já conseguem contabilizar receitas na casa dos três dígitos com o acréscimo de serviços como a toxina butolínica, conhecido como botox. “[Os novos serviços] vêm ganhando representatividade dentro do faturamento das operações”, diz.
Atualmente, os serviços são disponibilizados em unidades que já têm uma arquitetura diferenciada, que permita a adição de mais uma sala para os procedimentos, em São Paulo, Campinas, Fortaleza, Rio de Janeiro, Niterói e Salvador. No Shopping Eldorado, em São Paulo, por exemplo, a rede tem duas lojas, uma com os serviços adicionais e outra só com a depilação a laser. “Ainda estamos adaptando algumas coisas, o que é normal, pois tem menos de um ano, mas acreditamos que tem bastante sinergia com o nosso modelo”, diz o executivo.
Por Paulo Gratão
Fonte: PEGN
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