Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Evite erros e armadilhas na hora de comprar roupas pela internet

A praticidade e o preço baixo são atrativos das compras online. Mas é preciso tomar cuidado para que o barato não saia caro

ntrar em uma loja e ver diversas peças de roupa lindas, do seu número e com preços incríveis é algo que não corresponde muito à realidade. Mas, na internet, isso parece algo possível: com apenas alguns cliques, você filtra os itens de acordo com seu estilo, tamanho e bolso e, em poucos minutos, está com um “carrinho de compras” cheio de coisas que parecem ter sido feitas sob medida para você.

O hábito vem ganhando espaço especialmente entre as mulheres, e não só pela praticidade, mas também pela possibilidade de achar valores mais atrativos. É o caso da relações públicas Marina Gimenes Zarcos, 26, de São Caetano do Sul, que já faz uso deste recurso há cerca de dois anos. “Olhava muito os blogs de moda e elas indicavam diversos e-commerces. Como a maioria das marcas só vendia pela internet e o acesso era muito fácil, comecei a comprar por eles. Hoje em dia tenho preguiça de ir ao shopping”, conta.

Entre a lista de sites em que Marina costuma comprar, estão endereços como eBay, Analoren, lax, UseHuck, Fernanda Gregorin, Reserva, Dafiti e Bolsa Club. Ela acredita que a questão do preço se sobressai devido à possibilidade de uma pesquisa mais apurada e rápida. “Você faz uma busca e o produto que você deseja aparece em vários sites, com oportunidade de comparar os valores, prazos e condições de pagamento. Muito diferente do shopping, que você tem que procurar de loja em loja, o que demanda um tempo muito maior”.

A publicitária Giovanna Coscelli Carioca, 28 anos, de São Paulo, também é adepta da compra online. Ela conta que morou nos Estados Unidos e trouxe o hábito de lá. Agora, costuma comprar em sites como Privalia, Jorge Alex, Adidas, Mercado Livre, eBay e Asos. “Gasto em média R$ 100 reais nas minhas compras”, afirma, acrescentando que aposta em blusas soltinhas e sapatos.

Já a consultora de imagem Stephanie Procaccia não abre mão de tocar e experimentar as roupas que compra, por isso, ainda prefere ir pessoalmente às lojas. No entanto, ela nota o crescimento da demanda, especialmente para quem busca preços mais em conta. “Muita gente não tem muita paciência de ir a várias lojas, então, pela internet, você vê diversas marcas em um tempo muito menor”, disse.  

No entanto, comprar pela internet também tem suas desvantagens e, por causa de algumas delas, o barato pode sair caro. Por isso, todo cuidado é pouco na  hora de confirmar o seu pedido. Para evitar imprevistos, veja a seguir algumas dicas para fazer compras mais conscientes.

De olho nas ciladas
Apesar de toda a praticidade, nem sempre a expectativa corresponde ao pacotinho que chega em casa. Marina acredita que a qualidade das roupas às vezes “decepciona um pouco”. Para Giovanna, a questão das cores também pode confundir. “Às vezes as fotos não fazem jus à cor real e acabamos tendo uma surpresa quando o vermelho ‘sangue’ da foto do site chega como um vermelho ‘melancia’ em nossas mãos. Optar por cores neutras é sempre a melhor saída”, indica.

Além disso, a troca de peças nem sempre é algo tão simples. Marina conta que já perdeu R$ 400 com uma bolsa que não conseguiu trocar. “A fornecedora não era muito confiável e acabei ficando no prejuízo. Eu dizia que a bolsa não era como na foto e ela dizia que sim. Acabei desistindo da troca”.

Giovanna também já caiu em uma “pegadinha” ao clicar em site desconhecido, com preço tentador. “Percebi que o número das vendas era grande e entendi que poderia ser seguro. Realizei a compra e, só depois, percebi que o site era falso e que aquele número de vendas não se alterava nunca”, contou. Ela chegou a tentar contato por e-mail, mas não teve retorno. “Perdi R$ 200 nessa brincadeira”, afirmou. Depois do ocorrido, passaou a apostar em compras pequenas, para evitar prejuízos.  

Com isso, ela também passou a priorizar os sites mais conhecidos. “Quando é uma empresa conhecida, a preocupação diminui e eles geralmente têm uma equipe pronta para atendimento ao cliente. Já precisei utilizar o serviço com a Adidas e eles foram muitíssimo solícitos”, conta.

Sai, tentação!
Clicar e comprar é muito mais fácil do que olhar, experimentar e refletir. Isso aumenta a tentação para comprar um número maior de peças. Para se prevenir contra os excessos, Marina reserva mensalmente parte do dinheiro para compras na internet. “Compro bastante no eBay e as peças são bem baratinhas. Já gastei R$ 700 em uma compra, mas gasto em média uns R$ 500”, afirma, acrescentando que, com este valor, consegue comprar muitas peças, devido ao baixo custo, entre bolsas, calças, camisas, blusas, sapatos, cintos e acessórios.

Marina se considera contida nos gastos, mas diz que já chegou a se arrepender de uma compra. “Com roupas já aconteceu de chegar e eu não gostar, mas como trabalho com muitas mulheres e tenho duas irmãs, sempre consigo repassar”. Para conter os exageros, a consultora Stephanie indica que as visitas aos sites sejam objetivas.  “Se você entrar porque precisa de uma saia para combinar com uma blusa, não precisa olhar o site inteiro”, justifica.

Além disso, ela explica que, assim como em uma loja física, vale reavaliar o carrinho de compras antes de efetuar o pagamento. “A armadilha maior é a moda. Todo mundo fica achando que tem que ter isso, tem que ter aquilo. A primeira grande mudança é ter a consciência do que temos no guarda-roupa, do que a gente usa e não usa. Não é por que está na moda que eu vou comprar.”

Acerte o tamanho
Uma das principais dificuldades em comprar roupa pela Internet são os manequins – quando o site vende roupas fabricadas na China, algo muito comum, o problema é ainda maior, já que as chinesas têm um biotipo muito mais “mignon” do que o da mulher brasileira.

Os sites mais conhecidos trazem uma tabela de medidas para cada tamanho. Mas, de acordo com Stephanie, o manequim muda muito de uma confecção para outra, por isso, o ideal é tirar as próprias medidas e comparar com as do site. No caso de dúvida, ela alerta, vale apostar sempre em um número maior. “Pelo menos assim você consegue ajustar e não perde a peça”.

Ela também aconselha evitar a compra de shorts ou calças de alfaiataria, que são mais difíceis de acertar. Já entre as peças com menor chance de erro estão saias e vestidos de elastano, que esticam e modelam o corpo, camisetas, blusas soltinhas, regatas e saias longas.

Acerte o preço
Antes de se empolgar com os valores, vale lembrar que nem sempre o preço que aparece em destaque corresponde ao total. Alguns sites cobram taxa de entrega e incluem impostos e podem não deixar isso muito claro para o consumidor. “Algumas vezes o preço do produto é baixo, mas o frete é altíssimo, eles fazem muito esse tipo de ‘pegadinha’”, acrescenta Marina.

Stephanie ressalta que, apesar da comodidade, quem está atrás de bons preços deve também considerar uma comparação com lojas físicas mais acessíveis, como as de departamento. Além disso, ela ressalta a questão da qualidade. “Quando vejo estes produtos bem baratos eu enxergo tecidos que não são muito legais, tenho a impressão que estes produtos são de um nível inferior.”

As promoções relâmpago são outra armadilha. “Eles anunciam promoções de último dia, ou das próximas horas, mas vale a pena fugir disso porque às vezes você não está muito certa se quer a roupa ou não”, ressalta a consultora de moda.

Tendência
Para Astrid Façanha, professora do Bacharelado em Design de Moda do Centro Universitário Senac, o movimento do consumo de roupas pela Internet já é perceptível para os profissionais da área. “Já existe uma tendência inclusive das lojas físicas se tornarem lojas conceito”, afirma. Ela acredita que a mudança de comportamento tem a ver com dois fatores. O primeiro seria o fato de as pessoas terem uma rotina mais corrida, sem muito tempo para ficar vasculhando as lojas atrás dos melhores preços e modelos.

A segunda questão tem a ver com o compartilhamento da informação, que hoje é algo muito simples e prático. “Antes, quando você sabia de alguma novidade por uma amiga, era mais muito difícil ir até a loja e encontrar. Hoje você simplesmente recomenda o produto no próprio site, a comunicação vai fluindo online e isso acaba gerando este consumo”, observa. A profissional acredita que o fato de poder pesquisar e comparar várias peças ao mesmo tempo, em uma só plataforma, prevalece como a principal vantagem.

Por outro lado, ela acredita que nem sempre a internet atende as fashionistas, que fazem questão de se vestir de acordo com as tendências das grandes grifes. “O produto tem um tempo de vida. Ele entra no ponto de venda com um preço cheio, depois cai e então sai do estoque, ou então vai para um outlet. Em um comércio eletrônico não tem muito este controle, vemos uma sobreposição de estações. A consumidora que está mais atenta deve se questionar, porque não fica muito claro o que é da coleção atual ou da passada, algumas marcas não deixam claro”.

Para ela, mais do que o preço, vale refletir sobre a qualidade do tecido e das matérias-prima utilizadas, antes de sair enchendo o armário com novidades. “É importante não sair clicando e consumindo tudo. É bom ter consciência do seu próprio guarda-roupa, para saber se aquela peça que você esta consumindo vai pode ser combinada com outras que você já tem”, recomenda. Para se proteger contra sites duvidosos, o Terra ouviu as dicas de Patrícia Alvares Dias, assessora técnica do Procon-SP. Veja: 


Terra

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