Fashion Week: vitrines antecipadas e cobiçadas

[Romildo de Paula Leite]

Grande evento da moda termina com sinais claros (e até ousados) sobre que tipo de figurino vai preencher os espaços das lojas mais desejadas
Das agências
Gustavo Scatena/Agência Fotosite  Modelo da grife Gloria Coelho em momento de maquiagem Fim de desfiles da São Paulo Fashion nessa sexta-feira (17) após início no dia 13 e com histórica despedida das passarelas de Gisele. Ok. Agora já é possível responder a algumas perguntas. Número 1: o que estará nas vitrines do verão? Resumindo bastante: roupas brancas, frescas, de algodão, de seda. Casacos tipo quimono, acinturados, sofisticados, com decote em V. Batas e bijuterias étnicas, como brincos grandes. Babados delicados, looks em tons claros de azul e de rosa. Enfim, já dá para ter uma ideia. Número 2: o que a mulher adulta, moderna, bem-sucedida vai querer usar? De bate pronto, pode-se dizer que a coleção da estilista paulistana. “Muito fresco o jogo de mostra e esconde com fendas, na frente e atrás, e uso elegante de argolas de jacarandá e pingentes de pedras naturais, quase imperceptíveis pela roupa”, diz a diretora de moda da Vogue Brasil, Barbara Migliori. Costa Rica Mestre no trabalho com couros, Patricia Viera também foca nessa mulher toda contemporânea. Dona de fábrica com maquinário próprio, a estilista carioca desafia os limites do conhecido no uso do material, modificando a percepção dos consumidores. Para o verão 2016, ela propôs uma viagem para a Costa Rica dos anos 1960. O comprimentos mídi nas saias de cintura alta e vestidos, além dos tops mínimos, trouxeram as tendências internacionais do momento ao desfile. Mas a força dela está na sutileza do trabalho com o couro, que muitas vezes confunde de tão leve e maleável. Outra especialista, a estilista Gina Guerra, da Gig Couture, apresentou uma coleção inteirinha em tricô. Zé Takahashi/Agência Foto Site Desfile dessa sexta da Apartamento 3, grife que fez sua estreia na SPFW cheia de movimentos A marca mineira ganha território em São Paulo ao evoluir na criação de texturas em jacquard e pontos inovadores feitos a partir de fios sintéticos e com maquinário japonês tecnológico. Baseado em ideias da cultura pop dos anos 1960, o desfile apresentou uma paleta de cores ora eletrizante, ora suave, como tons de algodão doce. As silhuetas, os recortes e as fendas comprovaram a expertise da estilista. A SPFW da despedida de Gisele já era. Mas seus ecos ainda serão sentidos. Fause Haten desfila coleção para ‘reais’ Em uma apresentação teatral, bem ao estilo do estilista, Fause Haten apresentou sua nova coleção. Bom notar que, diferente de quase todo mundo do evento, Fause não desfilou e nem mostrou peças de verão. Segundo o próprio, não faz mais sentido dividir peças em estações. Em sua loja em Pinheiros, chamou sua amiga de longa data, Flávia Sahyoun, para vestir cada peça. Uma mulher mais velha, mais real e até mais assimilável para o público do que uma modelo, o estilista explica peça a peça o que propõe para a mulher “de agora”. São looks de moletom enfeitados de cristais ou bordados, com shapes que caem bem em qualquer corpo. Essa é a missão do estilista nesta temporada - e, provavelmente, nas próximas que virão. Pense em vestidos de manga 3/4 com silhueta em coluna, ora brilhantes ora franjados. Peças que se adaptam a maioria das mulheres brasileiras - e do mundo. Vestidos com estampas de rostos chamam a atenção, mas são os casacos alongados combinados a calças legging o ponto alto da coleção. Divulgação A atriz Isis Valverde desfila pela grife Gloria Coelho nesta sexta-feira derradeira e de muito branco Gustavo Scatena/Agência Fotosite  Modelo da grife Gloria Coelho em cena e muito à vontade com a tendência de verão Zé Takahashi/Agência Fotosite Modelo com peça de Patrícia Viera desenhada por Kláucia Badaró http://www.jcnet.com.br/Cultura/2015/04/fashion-week-vitrines-antec...