Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Feirão do Brás divide opiniões entre população e empresários em Arrozal-Vestuários

 Arrozal/Piraí – No início da noite da última sexta-feira (10), agentes da Barreira Fiscal – órgão ligado à Secretaria Estadual de Fazenda do Rio de Janeiro – interditou o Feirão de Roupas do Brás (SP), em Arrozal, distrito de Piraí, no Espaço Villa Festas. A feira estava prevista para acontecer entre sexta e domingo (12).

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Um agente da Barreira Fiscal, que não quis se identificar, informou à Folha Vale do Café que a feira do Brás funciona sem autorização do estado. Os agentes apreenderam as mercadorias, pois os vendedores não apresentaram nota fiscal.

A reportagem da Folha Vale do Café tentou contato por telefone com o organizador da Feira, Jean Pierre, mas sem sucesso até o fechamento desta matéria.

A direção do Espaço Villa Festas emitiu uma nota de esclarecimento em sua página no Facebook com parte do contrato que remete às obrigações dos contratantes, que isentam o locador de qualquer responsabilidade. Confira aqui.

A proprietária do estabelecimento, Fabiana Silva, disse ainda que o alvará do Espaço Villa Festas permite a realização de qualquer tipo de evento, inclusive feiras.

Associação Comercial não apoiou evento

Também através do Facebook, a Associação Comercial e Empresarial de Piraí (ACEPI) se posicionou, na tarde de sexta-feira (10), contra a realização da feira do Brás no município.

“A ACEPI vem declarar que não participa e nem apoia este tipo de evento, visto que os empresariados é contribuinte permanente de impostos, e gerador de emprego e renda”, diz a nota.

Consumidores lamentam a interdição da feira

No momento em que os agentes da Barreira Fiscal chegaram ao Villa Festas, para interditar o Feirão, havia muitos consumidores, em sua maioria população do distrito. Como foi o caso de Ana Lúcia P. da Luz, a “Ana do Alambique”. Para ela, a ação de impedir esse tipo de comércio em Arrozal é injusta, apesar de ser ilegal por não ter a nota fiscal. E defendeu que feiras como essa dão oportunidade para quem não tem boa condição financeira poder comprar roupas a partir de R$ 5. Além disso, Ana do Alambique enfatizou:

Em apenas um final de semana não atrapalha nenhum outro comerciante e o comércio daqui não é nada barato”.

Stefânia Nogueira Rocha também achou a interdição injusta e questionou o fato de ter ocorrido ampla divulgação da feira, tanto no distrito quanto nas cidades vizinhas durante toda a semana.

“A gente supõe que para que eles viessem houve uma aprovação das autoridades competentes”, enalteceu.

A moradora ainda enxerga que o Feirão de Roupas do Brás poderia até mesmo movimentar a economia do distrito, uma vez que atrai pessoas de outras cidades e que possivelmente consumiriam em restaurantes, bares e supermercados.

Posicionamento de empresários

O comerciante Ailton Cléber Basílio é proprietário de uma loja de roupas no distrito de Arrozal há 13 anos e declarou: “Acho que é um direito de todos trabalharem, desde que seja tudo legalizado”. O empresário completou questionando: “Se eu que moro aqui, sou filho de Arrozal, tive que ter tudo regularizado para abrir meu negócio, por que as pessoas vêm de fora sem documentação e podem vender? E, além disso, nos causa prejuízo”.

Outro empresário do ramo de roupas, que preferiu não se identificar, afirmou que quando há feiras no distrito há grande prejuízo e tem reflexos por muito tempo no comércio.

“Eles trouxeram roupas da coleção outono/inverno e nós também estamos começando a colocar à venda, mesmo que a feira dure três dias o prejuízo é muito grande”, disse.

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