Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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" Fotógrafo não pode ser paparazzo”, diz brasileiro referência do street style

Por Flavia Brunetti, em colaboração para o FFW

O fotógrado Lee Oliveira no SPFW Verão 2013/14 ©Ricardo Toscani

Lee Oliveira, brasileiro que é hoje um nome estabelecido do street style e que viaja o mundo registrando imagens para o seu site homônimo, esteve no Brasil para participar pela primeira vez do SPFW, na edição Verão 2013/14. Durante o evento, ele conversou com o FFW e contou como evoluiu de blogueiro despretensioso para uma referência que tem no currículo trabalhos para a “Vogue”, “Marie Claire”, “The New York Times” e Gucci. De uma família humilde em Minas Gerais para a Austrália, onde vive, conheça a trajetória de Lee e siga suas dicas se essa é uma área que te interessa:

Por que você vive na Austrália? Nova York ou Londres não seriam mais fáceis para o seu trabalho?

Sim. Mas meu parceiro é de lá. Aliás, o conheci no ano 2000, quando mudei do Brasil para Londres. E hoje ele é meu empresário.

No “About Me” do seu site você diz que no começo de sua carreira mal teve dinheiro pra comer, mas nunca deixou de acreditar. Como foi esse processo?

Meus pais são pobres. Eu não fiz faculdade. Terminei o terceiro colegial e pedi pro meu pai vender umas vacas, me emprestar para eu comprar uma passagem para Londres. Fui pra lá sem falar inglês, trabalhei em muito subemprego, até virar vendedor em loja de roupa masculina. Mas era apaixonado por roupa feminina. Meus amigos me estimularam a ter um blog, que aprendi a fazer vendo tutoriais no YouTube e com uns cursos básicos que fiz. Em 2011, meu namorado deixou de usar uma passagem para Nova York e eu a usei para ir ao IFB (Independent Fashion Bloggers). Um dia antes do evento, fui a um bar e conversei muito com uma mulher que, no final da noite, descobri que era a Digital Manager da Gucci. Voltei a encontrá-la e ela me contratou não só porque gostou do meu olhar em street style, mas pelo meu entusiasmo e boa vontade em fazer acontecer. Naquela época eu mal sabia o que era Twitter.

Então aí foi sua grande virada?

Sim, na Gucci foi quando as revistas começaram a ver meu nome publicado, comecei a ser convidado pros desfiles, etc.

Looks clicados por Lee Oliveira durante o SPFW Verão 2013/14 ©Lee Oliveira/Reprodução

O que te chama atenção e faz com que você fotografe uma pessoa?

Sua atitude. Por exemplo: o jeito que ela carrega uma bolsa ou que ela anda. O que ela comunica sem estar falando.

Quem é pra você o melhor fotógrafo de street style do mundo?

Bill Cunningham, do “The New York Times”. Ele tem mais de 50 anos de carreira e o trabalho dele ainda é super atual.

É sua primeira vez no SPFW. Quais são suas impressões sobre o evento?

As semanas de moda do mundo deveriam visitar o evento e aprender sobre organização. É impressionante como o pessoal que trabalha na produção disso aqui sabe o que está fazendo. Uma vez que você está aqui dentro, você não se sente perdido. Não posso te descrever quantas vezes estive em semanas de moda em que tive dificuldade de encontrar informações. Aqui não!

Na sua opinião, o estilo da mulher brasileira é cosmopolita?

Eu acho que sim. Conheço várias brasileiras em cargos poderosos lá fora, com estilos completamente cosmopolitas. E aqui eu sabia que ia encontrar riqueza de cores e detalhes: pulseiras, bolsas, etc. Supriu todas as minhas expectativas.

Que dica você daria para quem está começando um blog agora ou se aventurando na carreira de street style?

Humildade e respeito. Sabe por quê? Porque quando você fotografa alguém é legal se apresentar, falar do seu trabalho, dar o seu cartão, a pessoa saber onde vai sair seu retrato. Já vi muito fotógrafo fotografando uma pessoa, aí chega um famoso e sai correndo e a pessoa fica ali. Fotógrafo de street style não pode querer ser paparazzo. O que importa são as roupas e o estilo, não o “quem é quem”.

http://ffw.com.br/noticias/

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