“Não tem certo ou errado, depende muito do propósito [de quem abre capital]. Quando temos dúvidas recorremos ao nosso propósito ou nossas essências. A pergunta sempre é ‘por que faríamos um IPO?’”, disse o executivo, durante evento de varejo em São Paulo.
O fundador de O Boticário, Miguel Krigsner, que atualmente é presidente do conselho, é ainda mais enfático: “Vemos como grandes organizações vão perdendo suas essências à medida que abrem capital. Temos muito medo de perder aquilo que foi criado com muita dedicação e muito amor”, diz.
Grynbaum pontuou que, no momento, a empresa não precisaria recorrer ao recurso para aumentar a própria capacidade de investimento. “Aquela história: ’vai lá e monetiza um pouco’. Não é aí que botamos valor”, diz.
De acordo com ele, a empresa passou a ser procurada por fundos internacionais ainda no fim dos anos 1990, mas nunca considerou a hipótese, por não enxergar uma razão concreta para a abertura de capital. “Embora eu sempre brinque: quem trabalha com franquia já fez uma abertura de capital”, diz. Ele ainda comentou que “franquia é como uma academia: não adianta pagar e achar que vai ficar em forma. Tem que colocar o investimento e suar para ter resultado.”
Ao longo do painel, Grynbaum falou sobre os últimos movimentos do grupo, que envolveram a aquisição de marcas como a Truss Professional e a Dr. Jones para adentrar o mercado profissional e o varejo multimarca, canais de venda em que a empresa ainda não tinha atuação. “A gente mexe nas coisas que estão ganhando, em time, formato. Nossa cabeça está voltada para o futuro. O tempo inteiro jogando o challenge para a frente”, diz.
Krigsner e Grynbaum, que são cunhados, contam que procuram sempre manter os “chapéus separados” na relação. Quando é para falar sobre negócios, eles priorizam o que pode trazer o bem para a empresa. Quando é uma ocasião familiar, eles são apenas cunhados – e melhores amigos.
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