Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Planos de ajuste preocupam bancos

 


Instituto Internacional de Finanças alerta ministros do G-20 para o risco de austeridade fiscal comprometer recuperação na UE e nos EUA

25 de fevereiro de 2012 | 3h 05
Notícia
A+ A- Assine a Newsletter DENISE CHRISPIM MARIN, ENVIADA ESPECIAL, CIDADE DO MÉXICO - O Estado de S.Paulo
Em carta aos ministros de Finanças do G-20, grupo das economias desenvolvidas e emergentes, o lobby internacional do setor bancário alertou para os riscos de o ajuste fiscal na Europa e nos Estados Unidos comprometer a recuperação dessas economias. O Instituto Internacional de Finanças (IIF) também destacou o fato de as taxas de juros baixas nessas regiões não se traduzirem em mais oferta de crédito a consumidores e investidores.

De acordo com o IIF, o crescimento econômico e a geração de empregos poderão ser comprometidos sem o reequilíbrio desses planos. "Mitigar o impacto da austeridade fiscal é uma questão-chave: os países com espaço fiscal para fazer um ajuste mais gradual devem valer-se disso", afirmou a diretoria do IIF na carta ao G-20.

À imprensa, a diretoria do IIF apontou a incerteza sobre como será construída a "muralha" europeia para evitar a contaminação do setor bancário e sobre o potencial de as medidas já adotadas pelos países da zona do euro resultarem em mais crescimento.

A instituição considera "um bom caminho" a combinação entre o Mecanismo de Estabilização Europeu (ESM, na sigla em inglês) e o Fundo Europeu de Estabilização Financeira (Feef), a resultar numa "muralha" de quase US$ 1 trilhão. Mas essa proposta ainda está na mesa de negociações em Bruxelas e deverá ser decidida apenas em março.

"Não está claro ainda se as iniciativas tomadas pela Europa serão capazes de gerar crescimento e emprego", afirmou o diretor-gerente do IIF, Charles Dallara, logo depois reconhecer os benefícios das reformas estruturais anunciadas pelos países afetados pela crise da dívida soberana, do mais recente pacote de socorro de 130 bilhões à Grécia e do forte apoio das instituições da União Europeia e do Fundo Monetário Internacional (FMI).

Avaliação. Embora tenha rechaçado a comparação entre a negociação da dívida da Argentina à iniciativa da Grécia, Dallara lembrou estar ainda sob avaliação, por Atenas, a cláusula de ação coletiva. Essa medida permitiria a definição da reestruturação da dívida grega por apenas parte dos credores. "É importante reconhecer que a Europa precisa continuar a construir sua muralha e que seus membros mais suscetíveis devem cumprir os compromissos assumidos", alertou Dallara.

A carta chamou atenção para a necessidade de maior coordenação política entre os países do G-20, dadas as incertezas presentes e as dificuldades enfrentadas pelas instituições financeiras cumprir um dos requisitos essenciais para afastar o risco de contágio da crise da dívida sobre o setor, o aumento de seus capitais.

No primeiro caso, a ênfase do IIF, na condição de lobby de mais de 450 instituições do setor, foi posta sobre a profusão de regulações nacionais para o setor financeiro, adotadas no pós-crise e hipoteticamente complementares às regras de Basileia 3. O principal alvo de ataque do IIF tem sido a lei americana Dodd-Frank, mais conhecida como reforma de Wall Street.

"As diferentes regulações precisam ser reequilibradas porque várias terão consequências negativas em países com alto desemprego. Muitas são necessárias. Mas, para os próximos dois anos, será preciso reequilibrá-las", afirmou Richard Waugh, presidente do Scotiabank.

Roberto Setúbal, presidente do Itaú Unibanco e vice-presidente do IIF, relativizou o impacto dessas regulações multilaterais e das regras nacionais sobre as instituições brasileiras. A chamada regra Volcker, parte da lei Dodd-Frank, se aplicará exclusivamente aos Estados Unidos e as novas exigências de capital de Basileia 3 não são muito diferentes das já aplicadas pelo Banco Central

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