Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Grupo francês vai produzir linho no Brasil

Fonte:|Valor online|

O grupo francês Vivalin-Depestele preparou um plano para conquistar o mercado têxtil no Brasil. Comandado desde 1946 pela família Depestele, a empresa comprou em 2004 a fábrica da falida Braspérola, em Camaragibe, na região metropolitana de Recife, e galpões da empresa em Vitória, no Espírito Santos. "Compramos a Braspérola porque foi uma maneira de já termos clientes", disse Marc Depestele, presidente da Vivabrás, novo nome da filial brasileira. A empresa disse que demorou para iniciar a produção porque teve de investir em novos equipamentos.

Até falir, em 2001, a Braspérola produzia 90% dos tecidos de linho voltados ao mercado interno. Com o fechamento da fábrica, o país passou a importar o produto, especialmente da China. "Queremos ganhar mercado na América do Sul e voltar a ter os 90% do mercado brasileiro", disse o presidente da Vivabrás. O executivo tem uma meta ousada para o primeiro ano, quando pretende ganhar 70% das vendas no país.

A empresa também quer aumentar a qualidade do acabamento dos tecidos, de olho nos consumidores das classes A e B. "É esse o cliente que eu gosto de cativar, é o cliente que compra o produto pela qualidade e pela durabilidade", afirmou o executivo.

Mesmo com o câmbio favorável às importações, Depestele está tranquilo em vencer a concorrência externa dentro do país. "Minha estratégia é produzir um tecido com qualidade. Nosso acabamento é melhor em relação ao tecido chinês", afirmou.

A fábrica de Pernambuco já começou a produzir, está com estoques e deve iniciar as entregas das encomendas em janeiro. Em Vitória, o grupo francês montou um centro para acabamento dos tecidos que já está em operação. O plano da filial brasileira é produzir cerca de 500 mil metros de linho ao mês até 2012, começando com 250 mil metros ao mês. O objetivo do grupo é continuar a fabricar linho para o segmento de vestuário e aumentar o foco no ramo de decoração.

O empresário ressalta que o início das operações comerciais no Brasil vai fomentar as vendas da fibra processada na Normandia, onde o grupo possui plantação de cerca de 8 mil hectares de linho. A fibra feita na França é vendida prioritariamente aos mercados têxteis da Índia e da China. No ano passado, o grupo faturou € 45 milhões.

Depestele tem planos de investir R$ 30 milhões nos próximos três anos na Vivabrás e também já conversa com grupos de diferentes setores para possíveis associações. "Estamos em contato com grupos para investimento no desenvolvimento do linho no Brasil", adiantou o executivo.

A Vivalin-Depestele pretende ainda desenvolver pesquisas no país para utilizar a fibra de linho em outros produtos, abrindo novos segmentos de negócios, como o setor de móveis e de peças para automóveis.

A fibra tem forte apelo ecológico, segundo o presidente do grupo. Ele garante que o produto é ambientalmente sustentável desde a sua plantação até o processamento do produto final. "A fibra de linho é a mais antiga do mundo e é a fibra do futuro", disse o empresário. Além de não precisar de irrigação, a cultura do linho não usa agrotóxicos e o processo de produção da fibra é mecânico, sem a necessidade de produtos químicos.

Exibições: 2704

Comentar

Você precisa ser um membro de Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI para adicionar comentários!

Entrar em Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

© 2024   Criado por Textile Industry.   Ativado por

Badges  |  Relatar um incidente  |  Termos de serviço