Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI
Mesmo sendo o assunto do momento, essas duas letrinhas ainda geram muita confusão.
Se a inteligência artificial realmente pretende dominar o mundo, talvez devesse começar repensando sua sigla. Além dos logos que parecem redemoinhos futuristas, o nome completo – com suas 10 sílabas – é longo demais para o gosto da maioria. Por isso, virou comum usar “IA” (ou “AI”, em inglês).
Essas duas letras estão por toda parte nos últimos anos. Mas, sejamos sinceros: elas não têm a melhor sonoridade para a maior parte do mundo – em inglês, a pronúncia é “ei-ai”. Soa estranho até para nós, falantes de português. Com todo respeito à UE, EAU e IEEE, boas siglas precisam de consoantes fortes.
Mesmo na escrita, “AI” traz seus próprios problemas. No início, como ocorre com muitas siglas, vinha acompanhada de pontos: “A.I.” – para deixar claro que se tratava de uma abreviação. Foi o caso do filme de Steven Spielberg, “A.I. – Inteligência Artificial”, de 2001, que usou os pontos justamente para não deixar dúvida sobre o tema.
Algumas publicações mais tradicionais insistem em manter os pontos, mas, no geral, o mundo todo adotou a versão mais moderna e enxuta: AI/ IA – sem pontuação. Para se ter uma ideia, só nesta década, mais de cinco mil marcas registradas nos EUA incluíram “AI” no nome, enquanto apenas 76 usaram “A.I.”.
O problema é que, sem os pontos e usando fontes sem serifa (mais “clean” e tecnológicas), “AI” fica praticamente idêntico a “Al” – como em Al Pacino. Ironicamente, os computadores conseguem distinguir essas letras com facilidade, enquanto os humanos, nem tanto.
Uma análise dos nomes de bebês nos EUA mostra que nomes começando com “Al” fizeram bastante sucesso nos anos 1990. Isso significa que há milhares de trintões norte-americanos que hoje vivem o dilema de escrever “Al” em um crachá, com receio de gerar confusão – ou pior, virar motivo de piada entre os colegas mais jovens da geração Z.
Mas a confusão não para nos Albertos e Alans espalhados pelo mundo. Em árabe – o quinto idioma mais falado do planeta – existe apenas um artigo definido: “Al”. Isso já dá uma dimensão do problema.
Talvez uma alternativa fosse seguir o estilo britânico, que escreve a sigla com apenas a primeira letra maiúscula – como “Nasa”, em vez de “NASA”. Mas usar “Ai” também abre um novo leque de confusões, que vai desde Ai Weiwei (famoso artista plástico chinês) até Adobe Illustrator.
Se os especialistas em tecnologia estiverem certos, falta pouco para a chegada da inteligência artificial geral – que, no inglês, traria a tão desejada consoante ao centro da sigla, tornando-a “AGI” (“ei-dji-ai”). Em português, IAG.
Mas até lá, quem sabe os maiores nomes do marketing e do branding não se reúnam para criar um nome mais decente – que esteja à altura dos nossos futuros senhores robôs?
SOBRE O AUTOR
James I. Bowie é sociólogo da Northern Arizona University e estuda tendências em branding e em design de logotipos.
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