Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Importação é o novo fantasma da indústria siderúrgica no país

SÃO PAULO - O fantasma das importações de aços planos volta a assombrar a indústria siderúrgica brasileira. Esse tipo de aço é fabricado no país por Usiminas, Cia. Siderúrgica Nacional (CSN) e ArcelorMittal Tubarão. Em julho, o volume desse material desembarcado nos portos brasileiros quase dobrou na comparação com junho.

Entraram no país 227 mil toneladas de produtos, entre os quais chapas grossas, chapas e bobinas laminadas a quente e chapas zincadas. Em junho, o volume somou 132 mil toneladas, segundo os números da Secex, órgão do Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio (MDIC).

Esses tipos de aços são aplicados na fabricação de autopeças, máquinas e equipamentos, na indústria naval, na construção civil (telhas e outras aplicações), no setor de botijões de gás e principalmente na montagem de veículos. E vêm no momento de desaceleração industrial do país.

No acumulado do ano, desde janeiro, entraram 1,03 milhão de toneladas, 49% a menos do que o volume de igual período de 2010. Mas se o ritmo se mantiver de agosto em diante, uma luz amarela vai se acender nas empresas, que já vêm sentindo o peso dos elevados estoques na rede de distribuição no país – julho fechou com 1,18 milhão de toneladas nos armazéns da rede, segundo levantamento fechado ontem pelo Instituto Nacional dos Distribuidores de Aço (Inda).

O produto de maior volume foi laminado a quente, com 72 mil toneladas, registrando alta de 250% em relação a junho e beirando o montante que entrou em julho de 2010. Já o aço laminado a frio, percentualmente, "foi o que mais cresceu, atingindo elevação de 500% do mês passado para junho, saltando de 10 mil para 60 mil toneladas".

“A grande parte dessas importações foram fechadas em março e só chegaram agora. Na época, havia uma certa euforia no mercado, com expectativa de demanda forte para o ano, e as usinas locais haviam anunciado aumentos de até 10% nas suas tabelas de preços”, comenta Carlos Loureiro, presidente do Inda.

O temor do mercado retorna porque foi justamente há um ano que a importação de aços planos disparou no país, beneficiada pelo dólar desvalorizado, pelo elevado prêmio cobrado pelas siderúrgicas locais em relação ao importado, pelo excesso de oferta mundial, pelo desaquecimento das economias americana e européia e por benefícios fiscais de vários governos estaduais, como os de Santa Catarina, Pernambuco e Ceará.

Em julho do ano passado foram importadas 310 mil toneladas de aços planos. A entrada manteve-se acelerada  pelos meses seguintes, até atingir a marca recorde de 461 mil toneladas em outubro. Importadores que nunca haviam trazido sequer um grama de aço para o país entraram no negócio, tal a atratividade oferecida: além das vantagens do câmbio e fiscais, havia um mercado bastante aquecido.

O aço estrangeiro teve origem principalmente da Ásia, com destaque para produtos chineses e sul-coreanos, e do Leste europeu – Rússia e Ucrânia. A Turquia também foi um grande exportador para o Brasil.

O percentual de penetração desse tipo de aço no mercado nacional, de até 25% no ano passado, em julho bateu em 21,5%, na média de todos os produtos, depois de ter retraído para 10% a 12%. No caso da chapa grossa, item produzido exclusivamente por Usiminas, atingiu 30,4%. Outro produto em destaque foi laminado a frio, com 24,5%. A média do ano já supera 14%.

Diante desse cenário, a indústria, por meio do Instituto Aço Brasil (IABr) já cogita reavaliar as metas de vendas para este ano. Os novos números devem ser revelados em 15 dias, informou ao Valor o presidente executivo do IABr, Marco Polo de Mello Lopes. A previsão de crescimento de 6% no consumo aparente de aço total (plano, longo, especiais e inox) no país este ano deverá ser bem inferior. Há informações de que em aço plano não haverá crescimento.

Fonte:|http://www.valor.com.br/empresas/984494/analise-importacao-e-o-novo...

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Comentário de Z em 25 agosto 2011 às 0:54

“A grande parte dessas importações foram fechadas em março e só chegaram agora. Na época, havia uma certa euforia no mercado, com expectativa de demanda forte para o ano, e as usinas locais haviam anunciado aumentos de até 10% nas suas tabelas de preços”, comenta Carlos Loureiro, presidente do Inda.

É necessário mais algum comentário?

Quem está na contramão do mercado? O que fizeram para redução de preços?

E ainda reclamam!!!.

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