Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Indústria espera juro menor e especialista prega cautela

São Paulo - A possibilidade de um descontrole inflacionário no Brasil está cada vez mais distante, inclusive na visão de empresários e do presidente do Banco Central. Ontem, o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, tentou deixar claro ao presidente do BC, Alexandre Tombini, que não há necessidade de elevar a taxa básica de juros (Selic), pois há "serenidade" da atividade industrial e do comércio e uma tendência de queda da inflação. "A inflação está a ceder. Os preços das commodities estão caindo, assim como o do petróleo. Com isso, prevemos IPCA fechado dentro da meta. O Focus mostra perspectivas em queda há três semanas. E Tombini admitiu esse cenário", disse.

No relatório Focus divulgado ontem pela autoridade monetária, o mercado reduziu pela terceira semana a projeção para a inflação medida pelo IPCA, de 6,31% para 6,27% neste ano.

Para o presidente da Fiesp, não há sentido em aumentar a taxa Selic. O mercado espera, segundo o documento, que a taxa tenha mais duas altas em 2011, fechando em 12,50% ao ano. "Esperamos queda da inflação porque notamos, com relação à expectativa da indústria, que não há escassez. Não tem sentido neste cenário, em que a inflação está recuando, que os juros viessem a subir. Já há espaço até para começar um ciclo de baixa de juros", entende Skaf.

Apesar de concordar com as projeções de uma desaceleração da inflação nos próximos meses, um dos maiores especialistas do País no tema mostra preocupação em relação ao controle de preços no Brasil no longo prazo.

Para Salomão Quadros, desde 2003 coordenador do Índice Geral de Preços do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getúlio Vargas (FGV), é necessária uma política mais firme por parte da autoridade monetária no controle de preços no Brasil.

Ele critica a falta de transparência e atitude do Banco Central em conter o avanço da inflação em 2011. "O BC ainda precisa tomar as rédeas das expectativas de elevação dos preços. Não sei se é o caso de dizer que essas expectativas estão descontroladas, mas o fato é que não são nada favoráveis, pois apontam para a possibilidade de descumprimento da meta neste ano. Nos primeiros meses da nova gestão do BC, parecia que a autoridade monetária estava mais propensa a abrandar o mecanismo da taxa de juros, preferindo lançar mão das medidas macroprudenciais, que no fundo não são necessariamente para combater a inflação", relatou, em a entrevista exclusiva ao DCI.

Quadros também acredita que o Brasil se acomodou em uma meta de inflação elevada, em 4,5% ao ano com margem de dois pontos porcentuais para cima e para baixo. "Não vamos fazer nada para mudar?", questiona ele, com base nos seis anos em que a meta é a mesma, e que o BC luta para não extrapolar o limite máximo de 6,5%. Ele afirma que picos de inflação acontecem em todos os países. "O que os diferencia é a maneira de tratar este fato, a disposição de combate imediato".

FONTE: DCI

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