Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Indústria têxtil: Brasil tinha Haiti como trampolim para exportação

Fonte:|jbonline.terra.com.br|

Marta Nogueira, Jornal do Brasil

RIO - A ideia da indústria têxtil brasileira era usar o Haiti como trampolim para suas exportações aos Estados Unidos, mas o desastre natural no país caribenho adiou por tempo indeterminado os planos da comissão de empresários que esteve lá em setembro de 2009. O Haiti é beneficiário do programa americano Haitian Hemispheric Opportunity and Partnership Encouragement Act (Hope), que concede tarifa zero para a exportação de peças de vestuário confeccionadas no território. Já para os produtos têxteis brasileiros, as taxações chegam a 22%, o que levou empresários a buscar no Haiti a mesma dinâmica da China: o baixo custo de produção pela mão de obra barata.

Empresas de outros setores que têm filiais na região do terremoto não foram prejudicadas pelo desastre e estão ajudando a população com o envio de alimentos, máquinas, equipamentos, serviço social e dinheiro. Há um ano no Haiti, a construtora OAS se colocou à disposição da Organização das Nações Unidas para questões humanitárias. A construtora fica a 200 km da capital Porto Príncipe, com 22 funcionários. A AmBev, que tem fábrica na República Dominicana (país vizinho ao Haiti), aproveitou parte ociosa das instalações para engarrafar 420 mil litros de água em embalagens de 1,5 litro para as vítimas do terremoto – o que não é uma prática da empresa – em parceria com a Pepsi e a Fundação Antônio e Helena Verrenner.

De acordo com o presidente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), Aguinaldo Diniz Filho, o Haiti tem cerca de 23 confecções de capital estrangeiro e exporta US$ 500 milhões em peças de vestuários para os Estados Unidos por ano, quase o dobro do volume vendido pelo Brasil (US$ 240 milhões). Segundo Diniz Filho, o incentivo concedido aos haitianos pelo governo americano pretende estimular o comércio exterior e contribuir para o desenvolvimento econômico do Haiti.

– Mas, como empresário e presidente da Abit, lamento quando uma empresa sai do Brasil e vai gerar emprego em outro país – critica Diniz Filho. – Também lamento muito ver o exército brasileiro ajudando no Haiti vestindo fardas fabricadas na China – completou.

O diretor da construtora Odebrecht para a República Dominicana, Marcos Machado, esteve no país na última segunda-feira. A empresa enviou como auxílio ao Haiti dez máquinas e dez operadores, cabanas de camping, mantas, lonas, gasolina para aeronave, água potável e remédios.

– Tem muita coisa caída a impressão é q a cidade foi bombardiada – conta. A Odebrecht está na república Dominicana desde 2002, aonde tem seis projetos em andamento.

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Comentário de Ass. Bras. de Técnicos Têxteis em 29 janeiro 2010 às 15:03
Eu gostaria de ter a confirmação da idéia da indústria têxtil brasileira usar o Haiti como trampolim para suas exportações aos Estados Unidos; os empresários que lá estiveram em setembro de 2009 que se manifestem. O Brasil desistiu de acordo com o EUA para exportações têxteis?
O presidente da ABIT - Aguinaldo Diniz Filho - lamenta a empresa que sai do Brasil e vai gerar emprego em outro país, como também lamenta muito ver o exército brasileiro ajudando no Haiti vestindo fardas fabricadas na China.
O Brasil necessita lutar pela ISONOMIA, pois ao exército da China é VEDADO o uso de fardas fabricadas fora da China - o que fazem muito bem. Eles sabem defender suas indústrias e nós necessitamos aprender com eles.
O Brasil pretende concluir neste primeiro semestre dois acordos para isentar de tarifa de importação o ingresso da futura produção do Haiti.
Será mais um tiro para tentar matar as confecções brasileiras, pois o objetivo das medidas é estimular investimentos produtivos no Haiti, a partir da abertura do mercado brasileiro. Ainda há salvação da indústria brasileira pelas mãos do Paraguai que não deseja apoiar a medida pelo Mercosul, pois não podemos contar com os brasileiros.
O ministro das Relações Exteriores do Brasil propôs nesta quinta-feira (28) um acordo com os Estados Unidos para flexibilizar as exportações de produtos fabricados no Haiti, como forma de incentivar os investimentos estrangeiros e a reconstrução do país destruído por um terremoto.
Como ficam as empresas já estabelecidas no Brasil?
Segundo o governo brasileiro, o objetivo é discutir com os EUA a concessão do tratamento livre de tarifas e cotas (duty free quota free) para mercadorias produzidas no Haiti. Pelo mecanismo, os produtos feitos no Haiti por empresas brasileiras poderiam ser exportados para os EUA com maior flexibilidade.
É um incentivo para a instalação de empresas fora do Brasil em detrimento das já aquí existentes? O Brasil aplicaria então a reciprocidade, liberando a entrada no território nacional de mercadorias feitas por companhias norte-americanas no país da América Central.
Será um imenso incentivo para o estabelecimento de empresas no Haiti; mas como ficarão as empresas já estabelecidas no Brasil.
O outro benefício unilateral com que o Brasil pretende beneficiar o Haiti é o Duty Free-Quota Free. Trata-se do compromisso do governo brasileiro, no âmbito da Rodada Doha da Organização Mundial do Comércio (OMC), de isentar de imposto e de cota de importação 80% das linhas tarifárias de países menos desenvolvidos.
O ministro das relações exteriores do Brasil contou que há várias companhias brasileiras interessadas em investir no Haiti, principalmente do setor têxtil, para a produção de confecções - tanto que já conversou com o presidente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil (Abit). "Existem empresas grandes interessadas nesse projeto, valendo-se da mão-de-obra relativamente barata do Haiti."
Creio ser de imperiosa necessidade o pronunciamenro oficial do Presidente da ABIT - Dr. Aguinaldo Diniz Filho, conhecido e reconhecido como intransigente defensor da indústria têxtil e confecção brasileira.
Hoje mesmo (29.02M.2010) na coluna do Merval Pereira do jornal O Globo saiu a nota: ".....Foi o que fez o chanceler Celso Amorim..........Ele aproveitou o momento de solidariedade para lançar um desafio aos países que estão envolvidos na ajuda humanitária: mesmo sem ser possível chegar-se a um acordo sobre o protecionismo no comercio exterior, no âmbito daOrganização Mundial do Comércio, que a exportação de produtos têxteis produzidos no Haiti tenham taxação zero, como forma de estimular os investimentos naquele país."..........
No mesmo jornal, página 27: "O Conselho Empresarial da América Latina (Ceal),..........fez uma proposta..........A idéia, apresentada à ONU, é que as empresas se instalem lá com negócios inicialmente de baixa tecnologia. Primeiro iriam indústrias de calçados e confecções (roupas, panos de prato etc) e,..........Organismos multilaterais, como Bird e BID, ajudariam a financiar a empreitada...........diz o presidente do Ceal no Brasil, Marcus Vinicius de Moraes. O Ceal tambem sugere uma zona franca no Haiti,.......... Pratini propõe ainda que os países isentem de tarifas produtos importados do Haiti."
Será que a indústria têxtil brasileira está com seus dias contados por ser "de baixa tecnologia" e não interessar aos dirigentes nacionais? Qual o contingente de mão de obra é atualmente empregada no setor?
Sugiro que oficialmente se pronunciam, posicionem e tomem atitudes os líderes têxteis e de confecção brasileiros, bem das inúmeras entidades de classe.
Julio Caetano Horta Barbosa Cardoso
Comentário de Textile Industry em 28 janeiro 2010 às 19:15
Brasil quer isentar importação de produtos haitianos

DENISE CHRISPIM MARIN - Agencia Estado

BRASÍLIA - O Itamaraty pretende concluir neste primeiro semestre dois acordos para isentar de tarifa de importação o ingresso da futura produção do Haiti, informou o diretor do Departamento Econômico do Itamaraty, ministro Carlos Márcio Cozendey. O objetivo das medidas é de estimular investimentos produtivos no país, a partir da abertura do mercado brasileiro. Os dois acordos respondem a compromissos assumidos pelo governo brasileiro antes do terremoto que arrasou o Haiti, no último dia 12.
O compromisso brasileiro de preferências comerciais (redução unilateral de tarifas de importação) deverá beneficiar exclusivamente o setor têxtil. Trata-se de uma experiência similar ao programa Hope Two, do governo dos Estados Unidos. Mas ainda restam duas pendências. Primeiro, seu caráter unilateral, que está sob avaliação jurídica. A segunda pendência é a resistência do Paraguai em conceder uma permissão (waiver) para que o Brasil conceda esse benefício.
Como integrante do Mercosul, o governo brasileiro somente poderá firmar o compromisso de beneficiar o setor têxtil haitiano se receber o aval de seus três sócios no bloco. A Argentina e o Uruguai não se opuseram. Mas, há um ano, o governo de Fernando Lugo alega que a competitividade dos produtos paraguaios no mercado brasileiro seria prejudicada.
O outro benefício unilateral com que o Brasil pretende beneficiar o Haiti é o Duty Free-Quota Free. Trata-se do compromisso do governo brasileiro, no âmbito da Rodada Doha da Organização Mundial do Comércio (OMC), de isentar de imposto e de cota de importação 80% das linhas tarifárias de países menos desenvolvidos.
Também nesse caso, a concessão do benefício dependerá de autorização dos sócios do Brasil no Mercosul, porque seria adotado antes da conclusão da Rodada Doha, cuja negociação está suspensa.
Comentário de Textile Industry em 28 janeiro 2010 às 15:49
Amorim propõe acordo com EUA sobre exportações do Haiti

Agência Estado

O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, propôs nesta quinta-feira (28) um acordo com os Estados Unidos para flexibilizar as exportações de produtos fabricados no Haiti, como forma de incentivar os investimentos estrangeiros e a reconstrução do país destruído por um terremoto. O ministro falou hoje durante o Fórum Econômico Mundial, em Davos.

O objetivo é discutir com os EUA a concessão do tratamento livre de tarifas e cotas (duty free quota free) para mercadorias produzidas no Haiti. Pelo mecanismo, os produtos feitos no Haiti por empresas brasileiras poderiam ser exportados para os EUA com maior flexibilidade. O Brasil aplicaria então a reciprocidade, liberando a entrada no território nacional de mercadorias feitas por companhias norte-americanas no país da América Central. "Mas, para isso, os EUA precisam flexibilizar as regras de origem", disse Amorim, após participar de debate no Fórum Econômico Mundial, em Davos (Suíça). "Nós estamos dispostos a flexibilizar e dar reciprocidade".

O ministro contou que há várias companhias brasileiras interessadas em investir no Haiti, principalmente do setor têxtil, para a produção de confecções - tanto que já conversou com o presidente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil (Abit). "Existem empresas grandes interessadas nesse projeto, valendo-se da mão-de-obra relativamente barata do Haiti."

"A intenção é que esse mecanismo seja temporário, por 15 ou 20 anos, para ajudar na reconstrução do país", disse Amorim. "Isso irá atrair investimentos", afirmou. O mesmo esquema foi usado para ajudar países afetados pelo tsunami no final de 2004. A concessão do tratamento livre de tarifas e cotas para países pobres já fazia parte da estratégia brasileira antes do terremoto que abalou o Haiti. No final do ano passado, o ministro anunciou que adotaria o sistema até meados de 2010.

Sobre as dificuldades para destravar a Rodada Doha, Amorim acredita que é necessário o engajamento dos líderes dos países. Para ele, uma solução seria colocar o tema na próxima reunião de cúpula do G-20, que acontecerá no Canadá. O ideal, avalia, é resumir as tratativas em seis ou sete itens para aprovação dos presidentes e primeiros-ministros. "Se os líderes não se envolverem, não haverá solução", disse. "O assunto do comércio está ficando chato, porque os técnicos ficam discutindo e as coisas não saem do lugar."

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