As empresas brasileiras buscam no exterior, condições melhores; produzir na Argentina, no Uruguai ou no Paraguai custa por volta de 30% menos do no Brasil; em outros países consegue-se exportar com preços bem inferiores aos das empresas brasileiras devido aos benefícios fiscais oferecidos, e em alguns países os subsídios são muito favoráveis.
As principais causas desta mudança para outros países são:
1º) Carga excessiva de impostos nos produtos fabricados no Brasil, tais como: ICMS (Imposto de Circulação de Mercadorias) de 18% em São Paulo; IPI (Imposto de Produtos Industrializados) média de 10%; PIS (Programa de Integração Social) de 0,65% e 1,65%; COFINS (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social) de 3% ou 7,6%; Imp. de Renda s/o Lucro, em média, dependendo do regime tributário da empresa, de 10% a 15%; INSS das empresas sobre a folha de pagamento dos empregados de 27,8%; FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço) de 8% sobre a folha de pagamento dos empregados; toda essa carga tributária encarece em 50% aproximadamente, em todo produto consumido ou exportado, e cria dificuldade, pois os países não querem importar impostos e sim produtos.
2º) Legislação Trabalhista dificulta contratações e demissões, tais como; os gastos patronais com INSS, FGTS, Salário-Educação, Seguro de Acidentes do Trabalho e o Sistema "S", (SENAI, SESI, SESC, SEBRAE), representa cerca de 36% dos salários pagos aos trabalhadores. Os custos relacionados ao tempo não trabalhado (férias, 13º salário, aviso prévio), fazem as despesas de contratação de um funcionário ultrapassar 100% do salário nominal, contratação de aprendiz, multa de 40% do FGTS, legislação de gestantes, interferência dos sindicatos.
3º) Taxa de dólar baixo facilita as importações e prejudica as exportações.
4º) Altos custos de produção, tais como, preço da matéria prima nacional, devido às incidências mencionadas acima, incidências de horas extras e adicional noturno com altos acréscimos, alto custo da energia elétrica na produção, que tem 36% de ICMS, 7,14% de COFINS, 1,54% de PIS e 4,5% de COSIP, que totalizam um acréscimo de 49,42 no consumo que já é muito caro; custo de fretes dos transportes rodoviários e dos pedágios, pois o transporte ferroviário que é mais barato não teve investimento por interesses das fábricas de caminhões e falta de planejamento dos governantes.
Segundo a Abimaq, a Paquetá Calçados, transferiu a sua unidade produtiva do Rio Grande do Sul, para a República Dominicana. Os motivos alegados foram os de "manter a competitividade industrial e continuar crescendo, bem como manter a base de clientes importadores".
O grupo Vulcabrás/Azaléia confirmou o fechamento da unidade no Rio Grande do Sul, e anunciou planos de produzir na Índia.
Dados da Abimaq mostram que, antes, 6% das máquinas eram importadas e, hoje, são 20%, e o setor de autopeças, já está quase totalmente nas mãos das multinacionais.
Um estudo mostra que, em 2007, importou-se US$ 1,6 bilhão em máquinas da Europa, em 2010, saltou para US$ 6,8 bilhões. De 2005 a 2010, o déficit acumulado da balança comercial de máquinas e equipamentos soma US$ 45 bilhões.
Conforme informações da Abimaq, no primeiro semestre deste ano, os segmentos de alta e média alta tecnologia acumularam déficit comercial de R$ 38,6 bilhões, saldo que fica pior se somado aos R$ 11,2 bilhões em déficit acumulado pelos serviços (como aluguel de equipamentos) contratados pela indústria. Este déficit foi 33% maior que em igual período de 2010 e deve ultrapassar R$ 100 bilhões neste ano, segundo a Sociedade Brasileira Pró-Inovação Tecnológica (Protec).
A desindustrialização no Brasil é isso; o desmonte da indústria, gerando desemprego, os fabricantes, quando não se mudam para outros países, tornam-se montadores ou importamos o produto pronto que é muito mais barato do que fabricar aqui no país.
No primeiro semestre, o saldo comercial brasileiro foi sustentado pelo superávit de R$ 31,5 bilhões registrado pelos exportadores de commodities, mas não dá mais para voltarmos ao agronegócio, os trabalhadores já migraram para os grandes centros.
A capacidade instalada pela indústria da transformação, que antes chegou a ficar próximo ao limite, mas, foi alterado pela concorrência com importados e pela desaceleração da demanda interna.
Trabalho da Fundação Getúlio Vargas (FGV), mostra que a redução do nível de capacidade de 14 segmentos, oito operavam em agosto com Nível de Utilização de Capacidade Instalada, abaixo de suas médias históricas.
A maior queda se deu nas indústrias de bens de consumo não duráveis, como a de alimentos; de bens intermediários, como aço; e semiduráveis. Neste último segmento estão os casos mais graves. A indústria têxtil operou com um Nível de Utilização de Capacidade Instalada de 82,7% em agosto, quase quatro pontos porcentuais abaixo de sua média histórica desde 2003 (86,4%). Já a indústria metalúrgica teve Nível de 85%, também quase quatro pontos porcentuais inferior à média histórica (88,9%).
Na metalurgia, os recuos mais intensos em uso de capacidade foram as de ferro, aço e metais não ferrosos, isso já afetando a produção de alguns segmentos. O Instituto Aço Brasil (IABr), alegando desaquecimento, estoques elevados e concorrência de importados, diminuiu em 8% a projeção de produção.
Estamos favorecendo as indústrias de outros países e destruindo as nossas; não vi no mundo, nenhum modelo econômico semelhante, somente no Brasil, talvez nossa equipe econômica pretenda lançar algo novo.
Fonte: Abimaq – Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos.
Jornal o Estado de São Paulo e Valor Econômico.
Autor: Claudio Raza – economista - c.raza@terra.com.br
Fonte:|http://www.administradores.com.br/informe-se/artigos/industrias-nac...
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Resumindo:
-Se iremos sobretaxar produtos fabricados em outros paises que concorrem de maneira desleal com os fabricados aqui,deveriamos fazer a mesma coisa ou pior, com empresas que fecham os postos de trabalho no Brasil e partem para fabricação em outros paises.
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