Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Indústrias querem financiar produtor de Algodão para garantir oferta

Fonte:|valoronline|

As indústrias têxteis e de fiação pediram ao governo brasileiro a criação de um modelo financeiro que lhes permita comprar antecipadamente a pluma pelo sistema de adiantamento de recursos ao produtor. O setor quer adquirir com antecedência 300 mil toneladas da pluma que será cultivada a partir de dezembro deste ano e colhida em junho do ano que vem. Para isso, precisarão financiar uma lavoura equivalente ao valor de R$ 600 mil.

O modelo já é largamente usado pelas tradings e se baseia na troca de produção futura por insumos, ou financiamento. Mas as multinacionais buscam recursos em bancos internacionais a taxas de juros mais competitivas do que as existentes no Brasil para emprestar aos produtores de algodão - e de outras commodities - em troca de fornecimento de produto futuro. No entanto, as indústrias têxteis e de fiação afirmam não dispor de capital de giro a juros viáveis para financiar o produtor e garantir a entrega da safra na colheita.

Atualmente, explica o vice-presidente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil (Abit), Ivan Bezerra de Menezes Júnior, o único instrumento disponível de aquisição de produto pela indústria é o EGF (Empréstimo do Governo Federal), mas que, no entanto, exige com garantia a comprovação da existência do produto. "Como vamos comprar produção futura, não temos essa garantia. Nossa proposta é que a EGF aceite uma CPR (Cédula do Produto Rural) como garantia, no lugar do produto físico", diz Menezes.

Neste ano, as indústrias têxteis e de fiação estão pagando caro para obter a matéria-prima e vão precisar importar um volume maior do que o esperado para fazer frente às suas necessidades de abastecimento até o início da próxima safra, em junho de 2010.

Por isso, outro pleito do setor tramita no governo para suspender o imposto de importação que incide em 10%. "A estimativa inicial era de importar de 80 mil a 100 mil toneladas, mas o volume será revisto para 250 mil a 300 mil toneladas, pois houve quebra da safra no país", diz Menezes.

Tim Kuba, diretor de Abastecimento da Tavex Corporation, informa que há no mercado registros de importação de 70 mil toneladas da pluma para entrega até dezembro, à espera da suspensão do imposto pelo governo. (FB)

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Comentário de Textile Industry em 26 agosto 2010 às 10:08
Fonte:|valoronline|

Perdura a disparada do algodão no mercado interno
Apesar da retração das cotações do algodão na bolsa de Nova York, os preços no mercado doméstico continuam subindo fortemente. Ontem, o indicador Cepea/Esalq teve valorização de 2,57% e extrapolou a casa dos 200 centavos de reais, fechando em 205,84 centavos de reais por libra-peso. No mês, a valorização da commodity no mercado interno acumula 26,15%, segundo o mesmo indicador.

No início deste ano, o mercado já tinha a visão global de que no mundo a oferta estava muito justa com a demanda. A escassez se agravou com a quebra de safra no Paquistão, que foi afetada por inundações, e no Brasil, que padeceu de falta de chuva na fase de desenvolvimento da planta.

As últimas estimativas da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) eram de uma produção de 1,1 milhão de toneladas de algodão em pluma na safra 2009/10, cuja colheita está em finalização, ante a previsão inicial de 1,28 milhão de toneladas. Com uma exportação de 300 mil toneladas e um consumo interno de 1 milhão de toneladas, o Brasil deve precisar importar, portanto, pelo menos 200 mil toneladas.

Há ainda um problema adicional que é o atraso na colheita e na entrega do algodão às tradings, que está potencializando essa alta de preço no mercado interno. Em Primavera do Leste, uma importante região produtora da commodity em Mato Grosso, os preços estão em franca ascensão. Ontem, fecharam em R$ 63,6 a arroba, alta de 1,9% no dia, e de 24,2% no mês, segundo o Imea/Famato.

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