Os economistas dizem que o Natal deste ano vai bater recorde de vendas. A renda e a oferta de crédito continuam em alta. Mas, para a indústria brasileira, o Papai Noel não vai ser tão generoso.
De acordo com o IBGE, o setor teve uma queda de 1,3% em relação ao trimestre anterior. Foi a primeira vez em quase dois anos. Mas por quê?
A principal explicação está na concorrência provocada pelos produtos importados. Como o real continua muito valorizado em relação ao dólar, a cotação da moeda americana no Brasil está baixa. E por isso comprar um produto fabricado lá fora e que é cotado em dólar fica mais barato.
Aí o que acontece é que, por exemplo, uma confecção, em vez de comprar tecido fabricado aqui no país, importa matéria-prima da China, da Coreia do Sul.
Uma fábrica de tecidos tinha programado produzir mil toneladas esse ano. Mas as encomendas diminuíram e a produção vai fechar 2010 com 700 toneladas.
“Muitas vezes, o representante vai apresentar a coleção e o cliente fala: ‘Não adianta você me mostrar essa coleção, porque eu estou importando 100% do meu produto’”, disse Renato Bitter, diretor da empresa.
Não que importação seja uma má notícia para o país. Muitas vezes ela ajuda a baixar preços por causa da concorrência. O problema é que elas vêm crescendo num ritmo bem maior do que o das exportações.
Comparando-se o terceiro trimestre deste ano com o do ano passado, enquanto as vendas externas de bens e serviços cresceram 11%, as importações subiram três vezes mais.
Entre os itens que mais subiram estão máquinas e equipamentos. Isso significa mais investimentos. De acordo com o IBGE, eles aumentaram 21% no mesmo período. Os empresários estão apostando que, no futuro, esse desequilíbrio será resolvido.
Mas para o economista Sérgio Vale, enquanto o dólar continuar barato e a demanda externa fraca, a indústria vai continuar com problemas.
“A gente acredita que não vai ser para sempre. Essa situação negativa da indústria, de queda, desaceleração, deve ficar mais ou menos um ano e aí os elementos que estão fazendo esse desajuste na indústria devem passar e fazer com que a indústria volte a crescer”.
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