Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Jovens indianos se mostram ávidos por marcas estrangeiras

 

 

 

 

 

A velha polêmica sobre autorizar ou não o funcionamento de redes estrangeiras de varejo na Índia costuma ser vista como uma batalha entre milhões de pequenos comerciantes e grandes interesses corporativos. Mas, em grande parte do país, a questão costuma dividir os indianos também conforme sua idade.

Os indianos com menos de 25 anos, que são a metade dos 1,2 bilhão de habitantes do país, parecem bastante ávidos por marcas e experiências de consumo vindas do estrangeiro, segundo pesquisas.

Esses jovens já passam suas tardes em shoppings de estilo ocidental, como o P&M Mall, inaugurado há um ano em Patna, onde eles provam camisetas da Benetton, comem pizza Domino’s e veem filmes em uma rede mexicana de cinemas, a Cinepolis.

O universitário Aakash Singh, 20, que estava no shopping em uma tarde recente, resumiu a atitude da sua geração diante do varejo estrangeiro: “Com certeza eles deveriam vir –o país vai se beneficiar”.

Mas muitos indianos mais velhos, criados numa época de políticas socialistas, dizem não estar totalmente confortáveis com grandes lojas e shoppings. Eles temem que as multinacionais levem milhões de estabelecimentos familiares indianos à falência.

Isahak Sanatan, 34, se considera um membro dessa geração preocupada, embora tenha feito a maior parte da sua carreira em empresas estrangeiras de telecomunicações. “Por que estamos permitindo forasteiros [nesse setor]?”, questionou durante uma recente ida ao shopping. “Os estrangeiros vão levar os lucros para fora do país.”

Até agora, a geração mais velha tem prevalecido.

 

POPULAÇÃO JOVEM, POLÍTICOS VELHOS

Após anos de debates, as autoridades indianas permitiram no mês passado grandes redes varejistas, como Wal-Mart e Tesco, a se instalar no país. Mas cada um dos 29 governos estaduais recebeu poderes para proibir empresas estrangeiras em seu território.

Líderes da maioria dos Estados indianos, inclusive Bihar, cuja capital é Patna, já disseram que não permitirão a operação de redes estrangeiras de varejo.

Empresas como Benetton e Domino’s, que vendem produtos sob uma marca única ou por intermédio de franquias, já haviam sido liberadas para montar lojas com sócios indianos.

Analistas dizem que a resistência dos políticos reflete o fato de que a idade média dos ministros indianos é de 65 anos, contra 25 da população em geral. Os jovens se mostram menos propensos que seus pais a votar, por isso a sua força numérica não se traduz em influência política.

No entanto, o governo do primeiro-ministro Manmohan Singh parece contar com o apoio da juventude. No mês passado, Singh citou o benefício que trará aos jovens a presença do varejo estrangeiro, num raro pronunciamento de defesa à mudança nas regras.

“As empresas estrangeiras estão criando empregos para a nossa juventude –nos setores de tecnologia da informação, siderurgia e automobilismo”, disse. “Tenho certeza de que isso irá acontecer também no comércio varejista.”

 

POBRES VESTEM JEANS E CAMISETA

Mais de 90% do varejo indiano, que movimenta US$ 500 bilhões por ano, ainda é dominado por pequenas lojas familiares.

Mas os indianos de 16 a 23 anos, que já respondem por um quarto dos gastos em roupas e por 16% dos gastos em restaurantes nas 50 maiores cidades indianas, tendem a gastar mais dinheiro do que seus pais em lojas modernas e em marcas estrangeiras.

“Trata-se de um segmento que irá florescer ao longo dos anos, pois há muitos jovens”, afirmou Saloni Nangia, presidente da empresa de consultoria e pesquisas Technopak. “Muita gente está assumindo empregos em meio período ou está trabalhando, o que lhes dá mais renda.”

O crescimento é particularmente forte em cidades menores, como Patna.

O shopping P&M, de propriedade do produtor e diretor de cinema local Prakash Jha, e suas lojas de marcas estrangeiras, como Puma e Nike, são motivo de orgulho para muitos moradores da cidade. A italiana Benetton já tem duas lojas franqueadas no shopping.

Anant Kumar Sinha, dono de uma loja de tecidos a cerca de dez minutos de carro do shopping, diz que a maioria dos jovens não quer saber de comprar panos e levá-los ao alfaiate. Suas vendas estão estagnadas. “Os filhos dos pobres também estão vestindo jeans e camiseta”, disse. “A nova geração não liga para o jeito como era feito antes.”

FONTE: FOLHA

Leia mais em: http://www.boainformacao.com.br/2012/10/jovens-indianos-se-mostram-...

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