Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Juro para o consumidor sobe mais que alta da Selic

 

 

          A taxa média de juros de empréstimo para pessoas físicas calculada pelo Banco Central (BC) subiu a um ritmo maior que o da taxa básica de juros do País, a Selic, e atingiu em março deste ano 44,95% ao ano, seu maior nível desde junho de 2009. Entre setembro de 2010 e março de 2011, a Selic foi elevada pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do BC de 10,75% ao ano para 11,75% ao ano, uma diferença de 1 ponto percentual, enquanto a taxa média de juros saltou de 39,44% ao ano para 44,95% ao ano no mesmo intervalo, uma diferença maior, de 5,5 pontos percentuais.

Segundo o economista Emilio Alfieri, da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), a taxa de juros médio calculada pelo BC cresce acima da Selic porque leva em conta outros componentes além da taxa básica: custo operacional da mão de obra para crédito; contribuição social sobre lucro e outros aspectos tributários; e uma previsão da possível falta de pagamento de devedores.

A correlação das duas curvas de crescimento é alta. "Quando a Selic sobe, o banco tem que pagar mais para seus investidores, e para compensar, precisa aumentar o preço do crédito para arrecadar mais", diz o professor de finanças do Insper, Liao Yu Chieh.

No entanto, segundo Chieh, esse comportamento pode se inverter, dependendo da situação do mercado de crédito. Entre setembro de 2009 e março do ano passado, por exemplo, a Selic ficou estável em 8,75% ao ano, enquanto a taxa média de juros ao consumidor caiu entre esses meses de 43,62% para 41,04%.

Segundo o professor do Insper, os bancos privados desaceleraram a concessão de crédito, por causa da recessão econômica mundial. Passado o "furacão", eles tiveram que baixar suas taxas de empréstimo para atrair os consumidores e retomar a participação de mercado que haviam perdido para os bancos públicos, que não deixaram de emprestar na crise.

Para Alfieri, a taxa média recorde de março foi resultado não só dos sucessivos aumentos da Selic, mas também das medidas macroprudenciais tomadas pelo governo para conter a oferta de crédito no País.

Desde dezembro do ano passado, o Banco Central (BC) aumentou o recolhimento de compulsório dos bancos, retirando de circulação R$ 61 bilhões que seriam emprestados aos consumidores, reduziu o prazo médio de financiamentos, elevou o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) de pessoa física de 1,5% para 3% e anunciou um corte de gastos no Orçamento para este ano da ordem de R$ 50 bilhões.

São esses tipos de medidas que Alfieri espera que o governo tome para conter a inflação, já que considera "moderada" a alta de 11,75% para 12% ao ano da Selic na última reunião do BC. "A tendência é que o governo use cada vez menos a taxa básica de juros para corrigir a economia", afirma. "O governo tem agido de forma bastante gradual, e pela preocupação que tem mostrado com a inflação, não adianta só uma medida".

Liao Yu Chieh acredita que essas medidas estão sendo sentidas pelo mercado. O objetivo - de desincentivar o consumidor a tomar crédito -, segundo ele, está sendo conseguido. Inclusive o IOF, que já vem embutido na taxa média de juros calculada pelo BC, só vai aparecer na divulgação da taxa de abril, que deve ter subido a 47,1%, de acordo com o economista do Itaú BBA Adriano Lopes

 

Abraços a todos,

 

Edson Gimenez

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