Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Logística ainda é um entrave ao crescimento

Fonte:|diariodonordeste.globo.com|

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Ivan Filho destaca que o Planseq está apenas no início. A meta é treinar 2.000 trabalhadores até o fim do ano
FOTO: JOSÉ LEOMAR

6/6/2010

O fortalecimento das pequenas e médias empresas - em especial para o segmento de confecções - e a logística são os principais desafios do setor têxtil e de confecções cearense. Segundo o empresário Ivan Bezerra Filho, presidente da Associação das Indústrias de Fiação e Tecelagem do Ceará (Sinditêxtil), "a logística é sempre um fator limitante tanto para as confecções que encontram mercado no Sul e Sudeste", quanto para as indústrias que adquirem o algodão de outras localidades.

"Esse é o fator que nos desafia a diminuir os custos do produto e continuar competitivos", afirma. A mão- de- obra qualificada, segundo ele, é deficitária para os dois setores, têxtil e de confecções. "Para amenizar essa dificuldade contamos com a parceria com o Ministério do Trabalho, o Governo do Estado (por meio da Secretaria do Trabalho e Desenvolvimento Social) e o Senai na realização de cursos pelo Plano Setorial de Qualificação (Planseq)".

De acordo com ele, o projeto de capacitação em massa está ainda no início, começando a segunda turma. " Já foram capacitadas 129 pessoas. Serão 2000 pessoas até o fim do ano, tanto para as atividades da confecção como para as do setor têxtil. Importante dizer que o Senai e a STDS têm outros programas de capacitação para os segmentos que fazem a moda".

O mercado interno, continua Filho, está crescente. "E é necessário aproveitar a demanda do Brasil para continuar nos modernizando e termos custos competitivos para enfrentar a entrada de produtos asiáticos que ainda têm um diferencial no mercado, por contar com custos de mão- de-obra, juros e tributos mais baratos. Esse será um grande desafio para a indústria têxtil".

O líder empresarial acrescenta que o empresariado cearense tem buscado constantemente a unidade dos segmentos para o fortalecimento industrial, captando capacitações para os trabalhadores. Ele destaca projetos como o Polo Moda, desenvolvido pelo Sebrae e viabilizado em parceria com o Governo do Estado, por meio da Agência de Desenvolvimento Econômico (Adece), o Senai-CE, o Sindconfecções e o Sinditêxtil. "Há uma boa interlocução do setor com o Governo cearense que juntos têm buscado saídas para o bom desenvolvimento industrial e a empregabilidade".

O Ceará vem, a cada, ano aumentando seu leque de atuação e conquistando mercado, além de se mostrar para o Brasil e para o mundo - avalia Ivan Bezerra Filho. "Estamos muito bem posicionados quanto à tecnologia e desenvolvimento de produtos inovadores", diz.

No Brasil, completa o executivo, o Estado ocupa o sexto lugar no ranking de produtores. "E empregamos, enquanto cadeia produtiva da moda, aproximadamente 60 mil pessoas", acrescenta. Quanto às exportações, ele informa que houve uma diminuição considerável nos últimos anos - em decorrência do dólar e da concorrência com os têxteis asiáticos.

O Ceará tem tido bastante destaque nas confecções de moda íntima, hoje sendo o segundo polo produtor desse segmento no Brasil. Também tem se destacado para produção em malha e jeans. "Na área têxtil, temos uma boa representatividade na fiação, índigo, estes dois sendo campeões em produção no Brasil. Além de um destaque para malharia e entretelas". (SC)

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Comentário de min em 6 junho 2010 às 9:43
handsome man
Comentário de Textile Industry em 5 junho 2010 às 22:47
Mão-de-obra emperra setor têxtil no CearáSexto maior polo produtor de têxtil e de confecção do Brasil, o Ceará enfrenta o desafio de conseguir mão-de-obra qualificada para atuar numa das profissões mais tradicionais do ramo: a de costureira industrial. De acordo com o engenheiro Sylvio Tobias Napoli Júnior, gerente de tecnologia da Associação Brasileira da Indústria Têxtil (Abit), este problema atinge não só o Estado, mas se faz sentir de forma mais intensa em território alencarino, onde o setor tem peso preponderante de 16% no Produto Interno Bruto (PIB) da indústria de transformação.

Segundo Napoli, na era digital, são poucas as mulheres que se interessam em seguir o ofício de suas mães e avós. "A costureira é considerada uma profissão hoje tão desvalorizada quando a doméstica", diz. Além do que, admite ele, é um setor que não oferece tantos atrativos salariais e de estrutura de trabalho, em relação às expectativas da população jovem que atualmente ingressa no mercado. Há cerca de dois anos, completa Napoli, o Sindicato das Indústrias de Fiação e Tecelagem do Ceará (Sinditêxtil-CE), em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai-CE) e o Governo do Estado, ofereceu um curso rápido de capacitação para 500 mulheres. Elas receberam treinamento básico de 120 horas/aula em costura industrial, com garantia de contratação imediata, com carteira assinada, pelas indústrias têxteis locais.

Para espanto geral, nenhuma das alunas aceitou. "Muitas alegaram que perderiam o benefício do Bolsa Família, se fossem contratadas formalmente", revela Napoli. Outras, por sua vez, disseram que, trabalhando informalmente em facções, poderiam adequar horários e fazer renda, sem perder a ajuda monetária do Governo Federal. "Já existe um movimento no IBGE, liderado pelo Senai para mudar o termo da função costureira, para que a mulher não se sinta desprestigiada. Seria uma nomenclatura tipo operadora de máquina", adianta Napoli.

Conforme Antenor Tenório, coordenador da Intermediação de Profissionais do Sistema Nacional de Empregos (Sine/IDT), é natural que exista uma demanda por costureiras no setor têxtil cearense, haja vista a rotatividade de mão-de-obra no segmento. "Nos cursos de qualificação, que são gratuitos, com direito ao transporte e ao lanche, além da possibilidade de contratação imediata, a gente não consegue preencher todas as turmas".

Tenório reforça o argumento de Napoli, dizendo que as mulheres mais jovens não se sentem atraídas pelo ofício tradicional. "As estudantes querem uma outra profissão. Isso acontece muito em Fortaleza e na Região Metropolitana. No interior, o problema é menor. Por conta da amplitude do mercado, as mulheres jovens acabam partindo para o comércio e serviços ligados ao turismo", relata.

A cadeia têxtil no Ceará é responsável por cerca de 60 mil empregos diretos e indiretos, incluindo na estatística as vagas geradas na fiação, tecelagem, confecção e até criação de moda. De acordo com dados do Instituto Brasileiro de geografia e Estatística (IBGE), no primeiro bimestre do ano, o pessoal ocupado assalariado no setor têxtil cearense cresceu 6,4%, ao passo em que, na indústria de vestuário, recuou 5,06%.

SAMIRA DE CASTRO
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