EROTISMO FEMININO, MAIS UMA RECEITA?
Parece que quanto mais insatisfeitos estamos em nossa intimidade, mais bradamos aos quatro ventos sobre sexualidade, erotismo e coisas semelhantes. Mais receitas aparecem, mais obrigações: nisso como em tantas coisas somos escravos do “ter de”.
A gente tem de ser rico, ser famoso, ter os melhores cartões de crédito, comprar muito, viajar muito, conhecer os resorts, ser bonito, jovem, magro, atlético, conhecer comidas sofisticadas mas estar de dieta, apreciar bons vinhos mas beber só água (sem gás!), ser saudável mas entupir-se de remédios, enfim: viver está mais complicado.
Agora, “temos de” ser heróis da sexualidade.
Jovens, maduros, homens e mulheres, todos caem na onda do erotismo forçado, artificial, receitado, acrobático, difícil e angustiado. Longe do que é natural, se é que temos ainda em nós a escuta e o sentimento do natural, embora sejamos, muitos de nós, naturebas.
O tema erotismo feminino anda cansativo, exagerado, às vezes beirando o ridículo. Mulheres se permitem ou precisam de permissão do feroz e brutalhão patrão masculino, para viver uma sexualidade boa — dependendo do que isso signifique para cada pessoa? Não acredito que na antiga Grécia as nada consideradas mulheres sofressem por cumprir seu dever de concubinas, ou que na era vitoriana todas tivessem apenas de suportar o parceiro na cama.
Os costumes eram outros, sim, bem como preceitos e preconceitos, mas o ser humano foi sempre o mesmo, com a mesma capacidade de amar, de sofrer, de sonhar, de ter prazeres, quem sabe mais intensos por serem ocultos.
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