Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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No ‘mundo como serviço’, parcerias são mais importantes que nunca

Primeiro IT Forum Series discutiu importância da terceirização não só na redução de custos, mas enquanto parceira para a inovação.

Se historicamente a terceirização de serviços de TI, ou outsourcing, desempenha papel de aprimorar a eficiência operacional e de reduzir os custos para as empresas, os dois aspectos já não bastam. As empresas – e por tabela os CIOs e diretores de TI – são desafiados diariamente por mais agilidade e mais inovação em um mundo hipercompetitivo e conectado, o que exige que os provedores de serviço se tornem de fato parceiros, não mero contratados.

Essa é uma das inúmeras conclusões do primeiro IT Forum Series, evento realizado pela IT Mídia nessa quinta (27), no Distrito Itaqui, em parceria com a Positivo Tecnologia. O tema “Mundo como serviço: facilitando a gestão em um mercado descentralizado”, serviu para trazer luz ao relacionamento cada vez mais interdependente e complexo entre compradores e prestadores de serviços em tecnologia.

“Quando a gente fala em serviços não pode ser uma relação entre comprador e fornecedor. É uma relação de parceria. Cada um explorando seu potencial”, disse o autor, empreendedor e professor especialista em tecnologia Cezar Taurion, que fez a abertura do IT Forum Series.

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Cezar Taurion, durante o Series. Foto: Yuca Estúdio Criativo

Para ele, tanto provedores como tomadores de serviços estão em um contexto em que aqueles incapazes de acompanhar o ritmo das inovações tendem a desaparecer, inclusive megacorporações de um passado analógico e mesmo aquelas que nasceram digitais. “Não dá para pegar o que aprendemos 10 anos atrás e usar hoje”, ponderou. “Como se planejar em um mundo em que as regras são mudadas no meio do jogo?”

Para que as empresas tenham capacidade de se concentrar no core business e inovar, ressaltou o especialista, contratar serviços é quase mandatório. “Eu pego todo esse investimento e tempo, que é escasso, e deixo alguém fazer”, disse, referindo-se a atividades não fundamentais, mas não apenas elas. “Isso nos leva ao ecossistema, onde alguém faz alguma coisa em parceria com outro. Esse é muito bom nisso, aquele naquilo, e você vai juntando e fazendo essas coisas todas.”

“A pressão sobre o CIO é muito grande. Sempre foi”, concordou Paulo Farroco, CDO da Ri Happy. Mas se “no passado a gente tinha a pressão de se conectar com o negócio, estar próximo da estratégia da empresa”, agora ela também é externa, com concorrentes vindos dos lugares mais improváveis.

E por isso as parcerias são importantes, principalmente com especialistas que complementam o know-how de uma companhia. “É muito melhor do que tentar fazer sozinho”, disse Farroco, salientando que não é um movimento simples de ser feito por parte das organizações, que historicamente preferiram fazer tudo internamente.

“Estamos na era do co: coworking, cocreation. Então efetivamente é preciso olhar para as parcerias e entregar a velocidade que o mercado exige”, ponderou.

Ampliar parcerias

Para Luis Vissotto, diretor de vendas da Positivo Tecnologia, os CIOs enfrentam uma série de desafios na hora de firmar parcerias com prestadores de serviço. Um deles é comprovar o retorno sobre o investimento feito, que aliás passa a ser de outra natureza – se antes a empresa era obrigada a comprar equipamentos, tendo custos de aquisição (Capex), agora passa a ter custos recorrentes de operação (Opex).

“É preciso comprovar que aquilo se paga. Quando se vai para serviços específicos, como hardware com maior valor agregado, você tem essas dificuldades”, disse Vissotto, elencando que na maioria das vezes os CIOs ainda procuram reduzir custos e ganhar eficiência, mas há também dois aspectos adicionais que apenas algumas empresas já consideram: flexibilidade e escalabilidade.

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Luis Vissotto (esquerda) e Paulo Farroco. Foto: Agnes Koto, IT Mídia

“Ter os parceiros certos, capazes de conferir flexibilidade e escalabilidade com confiança, é fundamental. O desafio é encontrar esses parceiros e compreender que serviços se vai terceirizar”, disse o executivo da Positivo.

Para Cezar Taurion, outro elemento a ser considerado é o avanço muito rápido da tecnologia. São muitas tendências emergentes para as quais os CIOs e executivos de tecnologia devem estar atentos, e fazer experimentações em recursos disponíveis “em casa” se torna muito difícil.

“Aí entra a complementariedade”, disse, referindo-se a projetos de inovação executados com parceiros, inclusive de serviços. Para ele, são relações “extremamente positivas”, e que podem ser feitas considerando modelos diversos – como divisão dos resultados, por exemplo –, facilitando assim a comprovação dos resultados obtidos.

Desafios, claro

Para Paulo Farroco, o desafio mais tangível para a contratação de serviços é a mudança na forma de contabilizar os gastos com TI, ou seja, a substituição de Capex por Opex. Isso porque historicamente o CIO é cobrado por reduzir custos operacionais, e por outro os investimentos são costumeiramente associados a grandes aquisições e implantações.

“O movimento do cloud first traz inúmeros benefícios de elasticidade etc, mas também esse impacto colateral [sobre a forma de consumir TI]. É uma preocupação generalizada: como se controla esses gastos?”, questionou.

Para Luis Vissotto, a mudança na forma de consumir por parte das empresas costuma ser mais natural quando ela é encarada não somente sob um ponto de vista financeiro, mas principalmente como um modelo que privilegia a experiência do cliente. Mas que, de todo modo, quem opta por ter mais investimentos como Opex “tem que estar pronto” para comprovar o retorno.

“Muitas vezes a empresa não tem todos os elementos bem mapeados do ponto de vista de custo”, disse.

A plateia fala

Para Sylvia Sanchez, executiva de serviços de TI da multinacional Novelis, transformar o Capex em Opex é um “desafio contundente”. Enquanto as despesas gastas em bens de capital são adiáveis e pontuais, as operacionais se misturam com gastos existentes e, de certa forma, acabam se tornando custos fixos.

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Sylvia Sanchez. Foto: Agnes Koto, IT Mídia

“Nas sazonalidades, a despesa de Opex misturada com as correntes são um desafio”, disse. E que esse desafio é o mesmo para provedores e consumidores de serviço. “O fornecedor tem que ser parceiro, caso contrário nenhum dos dois consegue sobreviver. A defesa no board é a mesma que o parceiro ou fornecedor tem que fazer dentro do seu board.”

 Carlos Andrade, diretor de TI do Grupo Comporte, trouxe não um problema, mas um “dilema”, segundo ele próprio. Com tantos serviços, soluções e tecnologias de ponta, qual escolher? E como os fornecedores de serviços podem ajudar?

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Carlos Andrade, do Grupo Comporte. Foto: Agnes Koto, IT Mídia

“Hoje temos centenas, dezenas de alternativas. Tudo muito fácil. Tudo fantástico. E a sensação é a contrária: todo dia acordo achando que não avaliei nem 5% das minhas opções”, disse, lembrando que as próprias áreas de negócio lhe perguntam sobre soluções disponíveis no mercado que a TI da empresa ainda não conhece.

“A gente é o tempo todo cobrado. A ansiedade e a cobrança são contínuas, por mais que estejamos entregando bem”, disse.

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