Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Fonte:|diariodonordeste.globo.com|

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Após conhecer tanta beleza, os pesquisadores que nos desculpem, mas criamos a nossa própria teoria: a rede de dormir é artigo genuinamente cearense
PATRÍCIA ARAUJO

Descansar, dormir, sonhar ou amar. Tudo é possível quando entregamos nossos corpos, desprovidos de qualquer receio, a um pedaço de pano pendurado por duas extremidades. A simplicidade dessa estrutura, chamada rede, ganha status de arte quando acrescida de tipologias artesanais. Em qualquer técnica, todas nos acolhem e nos embalam de esperanças, assim como as artesãs que tecem, dia após dia, novos horizontes.

Lá se vão mais de 500 anos desde a primeira referência à rede de dormir, registrada por Pero Vaz de Caminha. De origem indígena, a peça, considerada o primeiro móvel brasileiro, continua em plena eferves- cência, seja 100% feita à mão ou na tecelagem industrial.

Localizamos as redes de travessa, produzidas pelas descendentes Tremembé de Itarema: Astrogilda e Edite, eleita Mestra da Cultura pelo Governo do Estado em 2005.

Lourdinha, de Beberibe, mostra a perna calejada de tanto enrolar o tucum, numa peleja com a fibra cujo resultado impressiona pelo design.

Nas rendas, a de labirinto, criada por Vânia Braga, de Icapuí, é verdadeiro objeto de desejo. Tal qual são as de almofada, assinadas por Zefinha, em Potengi, e pelo Projeto Bilro, em Santana do Cariri. Mais que isso: constituem-se num elogio ao belo.

De pontinho em pontinho, Zulmira forma a própria constelação, em Aiuaba, bordando as redes com ponto estrela. O crochê de Neucila se destaca em São Gonçalo do Amarante, enquanto as irmãs Rosinha, Ceilda e Cileide, de Várzea Alegre, são exemplos de qualidade no modelo sol a sol, decorado com bonitas varandas de crochê. O mesmo ocorre com as produzidas em Irauçuba.

Merandolina, de Várzea Alegre, trabalha num tear manual (foto), ofício cada vez mais raro no Ceará. Comprovamos isso em Jaguaruana, onde restam poucas famílias envolvidas no processo rudimentar. Em Carqueijo, Mucambo, Rita Gomes persiste na tradicional rede de três panos, hoje quase esquecida.

GERMANA CABRAL / CRISTINA PIONER
EDITORA / REPÓRTER

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Comentário de maria graciete correia em 20 junho 2010 às 21:33
EU AMO TANTO UMA REDE QUE ME SINTO SUSPEITA P/ABORDAR OU EMITIR OPINIÃO SOBRE O ASSUNTO.GRACIETE
Comentário de min em 20 junho 2010 às 21:23
grat color

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